Dean Karnazes condição fisíca de um Super-Herói
Nunca teve uma lesão, nunca teve uma câimbra… Herança genética permite condição fisíca de um Super-Herói a Ultramaratonista Dean Karnazes…
A lenda de Maratona, o novo livro de Dean Karnazes
No passado dia 26 de abril, esteve presente na loja OUTPRO Alfragide para o lançamento do seu mais recente livro “A lenda de Maratona”. Livro este que relata a história de como surgiu a Maratona e da razão pela qual foi batizada com este nome.
Estivemos um pouco à conversa com este exemplo de desportista
Fale-nos um pouco sobre si. Quando começou a correr e como aconteceu?
Comecei a correr ainda era um menino, com 5 anos quando a escola terminava corria até casa. Aos 14 anos parei e regressei depois aos 30 anos. Numa noite de copos com os amigos, um pouco embriagado resolvi começar a correr e nessa noite corri cerca de 50km. Desde aí nunca mais parei.
Como começa um dia de treino? Elabora um trajecto ou corre de forma espontânea?
Eu levanto-me muito cedo e por vezes chego a correr uma maratona antes do pequeno-almoço. Depois, durante o dia nunca me sento. Escrevi todos os meus livros de pé. Todo o meu escritório está estruturado de forma a não me sentar, tenho uma barra para fazer pull up’s e push up’s e estou constantemente a treinar.
Porque corre?
Não sei… Escrevi 4 livros para tentar responder a essa questão. Correr é muito complexo, é uma actividade simples mas tem componentes emocionais e psicológicos que eu não tenho a certeza compreender mas é humanamente único e faz-me sentir vivo.
Acha que é um vício? Sente que tem de correr?
Sinto que a minha qualidade de vida é mais baixa se não correr. Por isso talvez seja um vício mas ao contrário do álcool e das drogas é um vício saudável.
Qual foi a experiência mais marcante que teve enquanto corria?
Corri uma maratona no Pólo Sul (a única pessoa que correu uma maratona no Pólo Sul) e atravessei o Vale da Morte (Death Valley – Califórnia) no meio do Verão. Corri com uma temperatura de -45º e +55 º, por isso, duas experiências únicas.
O que prefere? Estrada ou Trail?
Trail, sem dúvida. Corro na estrada porque a maioria das maratonas são na estrada, como por exemplo a maratona de Londres onde corri há 3 dias atrás. Mas prefiro a aventura do Trail.
Com tanta actividade física, como previne as lesões?
Eu nunca me lesionei, tenho muita sorte.
Durante as longas corridas. No que pensa?
Eu penso numa única coisa, atingir o meu objectivo, chegar à linha de meta. Quando foi a última vez que te focaste em algo por 24H? É muito libertador para a alma.
Fale-nos um pouco da sua Dieta.
A minha dieta é mais ou menos como a de um Homem das Cavernas, Paleo, poucos cozinhados, muitos legumes, frutas e peixe de água fria (salmão, muito salmão de São Francisco). Nenhuma comida processada, nenhum pão, nenhuma massa.
Como gere ser pai e Ultramaratonista?
Eu viajo muito mas o tempo que passo com a minha família é um tempo de extrema qualidade. Pomos os telemóveis de lado, apreciamos o tempo que passamos juntos e durante dois ou três dias apenas nos divertimos.
Qual dos seus livros foi o mais desafiante? Este último “A Lenda de Maratona” ou os anteriores?
Sim, penso que tenha sido este último. Existem muitos elementos envolvidos, não sou apenas eu a contar uma história mas há História. Trabalhei com historiadores da Universidade de Cambridge para aprender sobre a Grécia antiga. Depois peguei no que aprendi e fui até à Grécia tentar, eu mesmo, recrear os acontecimentos.
O que diria àquela pessoa que queria mesmo começar a correr mas que não consegue sair do sofá?
Eu diria para escolher um evento, com uns dois ou três meses de antecedência, inscrever-se na prova e dizer a todos os seus amigos, assim vai sentir a pressão e será uma motivação para não desistir.
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Texto: Sílvia Maria António
Fotos: Henrique Dias / Cedidas por Dean Karnazes
