Mountain Quest muito difícil sim, inultrapassável não!

Mountain Quest

Foto: Pedro Capitulo

Atravessar as Serras, as 3 Serras de uma só vez num único dia, Aboboreira, Marão e Alvão, antevia um dia longo, um desafio épico “Mountain Quest” e que já há muito estava na minha cabeça…

João Marinho

ÉPICO será a palavra que melhor descreve aquilo que no passado dia 7 de julho mais de 350 Participantes no Mountain Quest procuravam ultrapassar!

Mountain Quest difícil sim, inultrapassável não!

Foi na véspera que tudo começou, ouvir o briefing, levantar os Dorsais e preparar tudo, comida, água, ferramentas, câmaras de ar, mochilas, tudo o que pudesse ser necessário para superar um longo dia de Bicicleta, num total de mais 184km’s de distância e de +6.400m de acumulado de subida!

Eram cerca das 3:45 da manhã e já no Hotel se ouviam as primeiras portas a bater, estava na hora de levantar, vestir e tomar o pequeno-almoço!

A partida estava marcada para as 05:00 da manhã e era necessário estar a tempo e horas com tudo pronto para a partida!

Ainda de noite, os participantes tiravam as primeiras fotos e entoavam palavras de motivação para o longo desafio! A organização dava as últimas indicações e cuidados a ter e à hora marcada o arranque foi dado!

Foto: Pedro Marinho

Partida do Mountain Quest

Os primeiros 3 km’s do Mountain Quest foram ainda dentro da Cidade de Amarante para que as pernas se preparassem porque a primeira grande subida era já ali, a Serra da Aboboreira! Foram cerca de 10km’s sempre a subir até aos 950m que permitiram a todos contemplar um magnifico nascer do sol!

Estava assim ultrapassada a primeira dificuldade do dia e era hora de repor os líquidos nas muitas fontes no percurso e que estavam devidamente assinaladas no autocolante entregue pela Organização! O sobe e desce continuava com paragem obrigatória na Tasca do Valado para contemplar a magnifica paisagem e repor as energias com uma sandes e uma cola!

Foto: Pedro Capitulo

Energia essa que iriam ser necessárias para ultrapassar a difícil subida de Mafomedes que estava logo ali à vista! Mais uma vez a paisagem no alto compensava todo o esforço seguida de uma longa descida de pedra e mais uma paragem para repor energias! No Café da Ferraria os vários participantes paravam e trocavam impressões sobre o que os esperava a seguir, o Muro da Ferraria e a Subida à Senhora do Marão!

20% de inclinação

Novamente mais de 10km’s de subida, com várias dezenas de metros com pendentes de inclinação superiores aos 20% tornavam quase impossível subir em cima da bicicleta! Ainda estávamos no km 70 e já tinham decorrido muitas horas e a hora de maior calor e desgaste aproximava-se e era necessário repor novamente energias e em muitos casos avaliar se existiam forças físicas e mentais para continuar!

Foto: Pedro Marinho

A organização criou vários pontos de “corte” para garantir que os participantes tinham tempo para chegar à meta! Aproximadamente ao km 80 existia a última fuga para Amarante e a oportunidade para avaliar forças, sendo que muitos tomaram a opção de naquele momento voltar a Amarante e voltar outro dia!

Para quem continuava com o objectivo de chegar ao fim iria logo ter uma amostra do que iria custar chegar ao fim, uma novidade em 2018 a subida do Gavião! Pedra e pendentes terríveis dificultavam a subida mas não havia alternativa, era necessário ultrapassar mais esta dificuldade rumo ao Marão!

Foto: Pedro Capitulo

Embora mais curta, não a tornava mais fácil pois o desgaste acumulado fazia-se sentir cada vez mais e era necessário gerir todas as forças, comer e beber para renovar energias e aproveitar o grafismo descendente que aparentemente se seguia pois os metros para escalar estavam lá!

Última paragem na Cabana

Uma última paragem na Cabana, para um Caldo Verde e mais uma Sandes de presunto e estava tudo pronto para a última dificuldade do dia, a Subida à Senhora da Graça, feita parte em terra e a parte final em Alcatrão! Estávamos ao km 146 e o sol começava timidamente a esconder-se, era necessário arrepiar caminho porque embora o gráfico apontasse para um perfil quase sempre descendente continuavam a haver muitas dificuldades!

Foto: Pedro Marinho

Com os últimos km’s a serem já percorridos noite dentro, foi com enorme satisfação que se chega a Amarante onde somos recebidos pela população que nos aplaude e reconhece o enorme esforço feito por cada um! Com o último atleta a chegar à meta já muito perto da meia-noite foi um dia cheio de emoções e histórias para contar! Muito difícil sim, inultrapassável não!

182 Gladiadores para a história

Para a história ficam os 182 Gladiadores que completaram o desafio liderados pelo Espanhol Brandan Márquez que terminou com um magnífico tempo recorde de 09h:12m:35s e finalizado pelo Português Carlos Rocha com 19h:02m:50s.

Embora sem abastecimentos organizados, o objectivo deste desafio seria recorrer às Fontes e Cafés situados ao longo do percurso, sendo que a Organização esteve sempre presente ao longo de todo o dia, quer no controlo dos Atletas, para efeitos de passagem e também de segurança, demonstrando uma enorme qualidade organizativa!

Se o sentimento depois de ultrapassar a mete fosse de “não quero mais” menos de 24h depois já era “para o ano voltamos?

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Texto: Pedro Capitulo
Fotos: Pedro Capitulo / Pedro Marinho

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