Armando Teixeira: “foi um ano de superações”

O atleta português da Salomon Suunto concluiu mais uma temporada de trail running. 2014 foi um ano cheio de bons resultados de grandes provas e novas emoções.

Armando Teixeira começou o ano com uma lesão, e esteve três meses parado, mas nem assim a sua época deixou de ter o brilho de outras. Iniciou a sua temporada competitiva em abril no MIUT (Madeira Island Ultra Trail), uma prova que participa desde a primeira edição em 2009 e aquela que foi a sua primeira ultra. No Miut deste ano debateu-se com os franceses Julien Chorier e Patrick Bohard, e alcançou o terceiro lugar. Concluiu 115 quilómetros e 6 800 m D+ em 16h. Duas semanas depois alinhava no Gerês Trail Adventure a fazer dupla com o seu colega de equipa, o alemão Philipp Reiter. Na estreia de Armando numa prova por equipas o resultado não podia ser melhor e a dupla venceu o desafio do Gerês – 107 quilómetros em três etapas.

Em maio foi convidado para ser o embaixador da primeira edição do Azores Trail Run, de onde saiu vencedor, o desafio era fazer 45 km na ilha do Faial, que Armando completou em quatro horas. Seguiu-se a prova mais dura da Europa a Ronda dels Cims em Andorra, que disputou pela segunda vez e onde alcançou o segundo lugar depois de uma competição renhida entre Francesc Solé, Carlos Rossell e Nickademus Hollon. Foram 170 quilómetros e 3 000m D+ de prova que Armando classificou como a mais difícil que tinha feito. Mas ainda faltava a estreia na prova dos gigantes, se a prova mais dura da Europa estava superada faltava superar a prova mais dura e longa do mundo! E dois meses depois Armando alinhava na partida da Tor de Géants. Uma prova de 330 quilómetros e 24 000m D+, nos Alpes italianos. Partiu para esta prova, que andava a namorar há dois anos, com o objetivo de terminar, mas fez melhor e alcançou o 19º lugar depois de quatro dias e quatro noites a percorrer os quatro gigantes dos Alpes – Mont Blanc Mont Blanc, Grand Paradiso, Monte Rosa e Cervino. Foi nesta prova que mais morreu e ressuscitou, como se diz na gíria dos ultra trail runners é onde se superou a todos os níveis (mais distância, mais altitude, mais horas sem dormir, mais emoções para gerir…), provando mais uma vez, porque merece fazer parte da lista de corredores de montanha de elite do mundo. A sua grande época termina com a organização do Km Vertical, fruto dos Trail Camps organizados pelo atleta na Serra da Estrela, e antecâmara para uma prova maior em 2015.

Quando começou a temporada imaginaste que conseguirias tão bons resultados?
Quando começou a temporada não imaginava obter estes resultados, visto que a época tinha começado da pior forma, com uma lesão, entorse no tornozelo direito, que se arrastou durante algum tempo. Mas fruto do trabalho, da ambição e da persistência sempre acreditei que podia fazer óptimos resultados, e aproveitar ao máximo as provas. O maior ganho é poder desfrutar de uma prova.

Quais foram os momentos chave?
Os momentos chave foram todos, mas principalmente o Miut porque voltei a ganhar confiança, o meu pé estava mais estável do que nunca, e a vitória nos Azores Trail Run logo após a vitória por equipas Gerês Trail Adventure, ambas na primeira edição, foi fantástico! Vencer uma corrida naquelas condições, e conseguir aguentar o ritmo forte desde o inicio da prova foi sem dúvidas marcante.

De que te sentes especialmente satisfeito?
Sinto-me especialmente satisfeito por continuar a divertir-me pelas montanhas fora, continuo com a mesma paixão, poder conviver e partilhar estes momentos com os nossos amigos e com aqueles de quem mais gostamos é o melhor que se pode ter. Adoro correr por aí!

Achas que ficou algo por fazer este ano?
É estranho mas todos os anos fico com a mesma sensação que ficou algo por fazer, é bom sentir isso, é bom sentir que podemos e temos capacidade de fazer mais e melhor. Neste contexto acredito que a história no Tor de Géants podia ter um final um pouco mais colorido. Tenho de regressar!

Quais sãos os teus planos para os próximos tempos?
Os meus planos para os próximos tempos passam por conviver mais com a família e amigos, principalmente com a minha mulher, a mais sacrificada com as minhas maluqueiras, e começar a engrenar a máquina para a organização de eventos na Serra da Estrela. Dar continuidade aos trail Camps, ao km-vertical e avançar com uma nova prova na distância de uma ultra.

Quais são os desafios para a próxima temporada?
Os desafios para a próxima temporada serão provas acima dos 3 dígitos, certo para já o MIUT e possivelmente o grande objectivo o UTMB, mas haverá algumas novidades!

Como é que o teu Suunto te ajudou a conseguir os teus objetivos?
O Ambit para para além de ser uma ferramenta de trabalho, é um parceiro de treino e um amigo nas provas. Gosto de monitorizar os treinos para visualizá-los e compará-los no Movescount. Através do Movescount consigo avaliar e melhor a minha performance. Inclusive partilho toda a informação com o meu treinador, fica tudo gravado e registado.
Saber a distância, altimetria, velocidades e frequência cardíaca é importante para perceber onde estamos, o que estamos a fazer e como podemos melhorar. Adoro desenhar percursos para depois fazer a navegação através do Ambit.
No Tor de Géants foi mais do que importante, saber a distância entre abastecimentos e a altitude a que me encontrava.
Também descarreguei o track e na 3ª noite com chuva, nevoeiro e ausência de fitas, muita fraca visibilidade tive de fazer navegação por GPS. Foi preponderante!

O que achas do novo Ambit 3?
Agora com o Ambit 3 ficou ainda mais apetecível, como tem ligação através do wireless, conseguimos conectar em tempo real com o IPhone e visualizar de imediato no dispositivo móvel a nossa a atividade. Tive uma situação que me foi bastante útil: no terreno consegui aceder ao movescount e visualizar o percurso o local onde estava e a partir daí consegui saber onde estava e encontrar o trilho certo.

Texto de: Ana Águas

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