Edgar e Inês a Orientação vai para além de um hobbie
Edgar Domingues e Inês Domingues são dois irmãos que partilham de uma paixão em comum. Inês, de 24 anos, é estudante de Medicina e pratica orientação pedestre desde 2005 e começou a praticar orientação de precisão em 2014. Já Edgar, de 29 anos, é informático e desde 2003 que pratica orientação pedestre, e tal como a irmã, iniciou a orientação de precisão em 2014.
Orientação conjuga a componente física com a mental/intelectual
Para ambos a Orientação conjuga a componente física com a mental/intelectual, que muitos outros desportos não têm, sendo um desporto mais completo. “Na orientação é necessário interpretar um mapa e relacioná-lo com o terreno, de modo a escolher as melhores opções para chegar ao próximo ponto (na orientação pedestre) ou para conseguir resolver os desafios de modo correto (na orientação de precisão).
Assim, torna-se um desporto mais interessante e cativante, do meu ponto de vista, em que podemos exercitar tanto o corpo como a mente.
Para além disto, há também a vantagem de ser um desporto praticado maioritariamente em contacto com a natureza, nos mais diversos tipos de terreno (por exemplo, na floresta ou áreas montanhosas e rochosas, etc.)” afirmou Inês ao Praticante.
Desporto interessante e cativante para Edgar e Inês Domingues
Sempre que podem costumam participar em provas de orientação, para Edgar a prova que mais gostou de participar foi a “WTOC 2015 na Croácia, além de ser um dos mundiais mais bem organizados, foi o primeiro mundial em que participei”.
Já para a atleta a escolha é mais difícil “Não tenho propriamente uma prova em que tenha gostado mais de participar. Mas, de modo geral, gosto de participar nas provas internacionais (campeonatos da europa e do mundo) em que entramos em contacto com tipos de terreno diferentes dos que encontramos em Portugal e, para além disso, contactamos com outros atletas de outros países com quem discutimos aquilo que fizemos em prova, de modo a ter outras perspetivas e evoluir enquanto atletas.”
Em relação aos resultados obtidos, Edgar afirma que “Na orientação de precisão tenho tido bons resultados. Na orientação pedestre depende da forma física, normalmente fico na primeira metade na tabela de classificações e às vezes consigo ir ao pódio”.
E mais uma vez, a irmã não fica atrás “Na orientação de precisão tenho alcançado bons resultados, indo geralmente ao pódio (em competições nacionais). Na orientação pedestre, estou neste momento a participar no escalão de elite, estando a recuperar de uma lesão, pelo que os resultados não são tão bons como na precisão.”
Orientação vai muito para além de um hobbie
Para ambos, a Orientação vai muito para além de um hobbie “é um desporto que permite exercitar o corpo e a mente. A orientação leva-nos a estar em contacto com a natureza e a fortalecer os laços sociais com os restantes atletas” afirma Edgar.
A atleta conta que para ela a Orientação “é uma maneira divertida e desafiante de desanuviar o stress e praticar desporto ao mesmo tempo. E, para além disto, permite o reencontro com amigos que vivem noutras regiões do país e que só vemos durante os fins-de-semana de provas.”
Em relação ao ano que se aproxima, Inês quer manter ou melhorar os resultados obtidos até agora, tanto na orientação de precisão como na orientação pedestre “em particular relativamente ao mundial de orientação de precisão que se realizará em Portugal no próximo ano, o principal objetivo é voltar a ir ao pódio na vertente de Tempo, desta vez tentando chegar às medalhas”.
Já Edgar “espero melhorar os resultados que tenho obtido até ao momento e também espero que haja atletas nacionais a subirem ao pódio no mundial de 2019.”
Quem nunca experimentou Orientação, faça-o pela primeira vez
Os atletas aconselham a quem nunca experimentou Orientação, a fazê-lo pela primeira vez.
Afirmando que a dificuldade inicial está em saber ler o mapa, mas há sempre alguém disposto a ensinar e a acompanhar os iniciantes na primeiras provas. “Para quem gosta de correr, que comece por um percurso Fácil Curto ou Fácil Longo.
São percursos fáceis tecnicamente mas desafiantes na componente física. Para quem não gosta de correr mas gosta de caminhar, experimente um percurso Fácil Curto.
Existem modalidades de orientação para todos os gostos, desde pedestre, em BTT, de precisão (esta permite a participação de quem tem dificuldades de locomoção ou anda em cadeira de rodas), Rogaine, City Race, etc.
Há provas ou atividades todos os meses por todo o país.”
Qualquer um pode praticar
Qualquer um pode praticar, da forma que preferir e se sentir mais confortável pois “a orientação tem a vantagem de poder ser praticada tanto a andar, como a correr ou até de bicicleta, individualmente ou em grupos, sendo adequada a todas as idades.
Existem vários escalões com percursos de diferentes graus de dificuldade técnica e física.
Para além das vertentes de orientação pedestre e orientação em BTT, existe ainda a orientação de precisão que engloba apenas a parte técnica da orientação, não existindo qualquer componente físico, o que permite a integração de pessoas que tenham limitações físicas que as impeçam de praticar as outras vertentes da orientação”.
Portanto não há desculpa para preguiças, pois qualquer pessoa pode encontrar um percurso que melhor se adapte aos seus conhecimentos de leitura de mapa e à sua capacidade física.
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Texto: Daniela Rebouta
Fotos: Cedidas pelos atletas e de arquivo