FORÇA MENTAL: QUAIS SÃO OS DESPORTOS MAIS EXIGENTES?

Foto: Nathan Dumlao en Unsplash

Há uma série de fatores que estão intimamente ligados à prática desportiva.

Quando pensamos neles, vem logo à mente: aquecimento, alongamento, treino, boa alimentação e descanso.

Estas são as atividades que permeiam o desporto. Ainda que todos os citados sejam cruciais, existe uma característica que quase sempre nos escapa: a força mental.

Por mais exigente que um desporto possa ser fisicamente, como o caso das maratonas, todos os praticantes devem levar consigo — além dos treinos e da técnica — uma boa dose de resistência mental.

O desporto está cheio de exemplos de atletas que perderam uma disputa, um título ou, até mesmo, uma medalha porque a cabeça foi a voar e o corpo ficou na terra.

Qualquer modalidade desportiva exige comprometimento mental dos seus adeptos. No entanto, algumas são mais exigentes do que outras.

Neste aspeto, são nos desportos individuais que o fator mental tem destaque. Afinal, no “um contra um”, qualquer distração pode ser determinante.

A seguir, veremos quais são os desportos que mais exigem esforço mental dos seus praticantes:

Artes marciais

Todas as modalidades dos desportos de combate requerem um alto nível de concentração.

Ao entrar no ringue contra um adversário é preciso ter a força mental para aguentar o tempo estabelecido, além de saber absorver os golpes e escolher a melhor ocasião para devolvê-los.

Em 2018, um exemplo de força mental foi ensinado ao mundo.

Durante a disputa do cinturão dos pesos pesados, Tyson Fury, o campeão, enfrentava Deontay Wilder. O combate foi equilibrado, apesar de Fury levar alguma vantagem.

No 12º round, o último da luta, Wilder encontrou uma brecha na defesa e acertou um potente soco cruzado de esquerda. Fury foi ao chão, caindo com os abraços abertos e com ar de que ali terminava a disputa.

Enquanto o juiz efetuava a contagem, Wilder celebrava a vitória pelo ringue. Quando o árbitro contou nove, Fury abriu os olhos, levantou-se, moveu as pernas, ergueu os braços e mostrou que estava bem para continuar.

Do outro lado, Wilder observava, atónito. Nos minutos que se seguiram, ficou nítido que Wilder não esperava ver Fury em pé.

O britânico ainda acertou alguns bons golpes. A luta terminou em empate. Nos outros dois duelos, Fury venceu Wilder.

Poker

Não existe prática desportiva mais intensa para o cérebro do que os desportos mentais. No entanto, dentro desta categoria, o poker destaca-se.

Não basta “apenas” analisar o cenário, enumerar os possíveis passos dos oponentes, calcular as probabilidades, é fundamental conseguir ler os adversários e saber quando enganar os oponentes.

Numa mesa de poker as situações de jogo podem escalar rapidamente.

Muitos jogadores adotam posturas bastante agressivas para assustar os adversários e conseguir ficar com o “pote final” sem precisar de esperar que a última carta seja revelada.

Nesse caso, a força mental para aguentar a pressão e ler as intenções do rival são peça chave para o sucesso.

Sebastian Huber pode ser considerado um exemplo de desportista mental. O alemão é jogador profissional de poker e embaixador da modalidade.

O começo no jogo foi em 2017, e logo passou ao ambiente online, onde jogava e transmitia em direto pela Twitch.

Além do desporto mental, Huber também procura atividades físicas para complementar a rotina. E foi justamente na corrida e no triatlo que o jogador encontrou o desafio ideal.

A força mental necessária para correr uma maratona ou completar uma prova de triatlo ajuda Huber a ser ainda mais forte no poker.

Em 2019, o alemão completou a sua primeira maratona, e, em 2021, completou a prova do Ironman 70.3, em Zell am See.

Corrida

Correr é um desporto que exige uma condição física brutal, no entanto, a força mental para continuar quando as pernas estão cansadas é parte fundamental.

A preparação para uma corrida de longa distância, em especial, uma maratona, é extrema.

Os praticantes realizam treinos intensos, além de seguirem uma rotina de sono e uma dieta restrita.

Os especialistas afirmam serem necessários entre 4 e 6 meses de treino para poder correr uma maratona.

Nesse período, o praticante já colocará à prova a sua resiliência mental, afinal, serão meses de preparação, treinos no inverno ou no verão, dedicação contínua e interrupta para conseguir chegar ao objetivo.

No mundo das maratonas existem grandes exemplos de força mental durante as provas.

Kathrine Switzer, por exemplo, foi a primeira mulher a correr a Maratona de Boston, em 1967, ainda quando a corrida não aceitava mulheres.

Durante o trajeto, ela recebeu apoio e também ofensas, inclusive um dos diretores da prova tentou tirá-la à força da competição.

Apesar de tudo, Switzer completou o percurso e mostrou uma resiliência incrível para lutar contra o cansaço físico e a pressão mental.

Para celebrar o feito, Katherine voltou a correr a Maratona de Boston, desta vez com 70 anos.

Assim, estes exemplos mostram que a mente tem um papel determinante nos resultados dos atletas.

Treinar o corpo é fundamental, não há dúvidas. Mas ter a mente afiada para os desafios que se apresentam durante o desporto é igualmente importante. Corpo são, mente sã.

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