João Oliveira, a diferença entre o Sucesso e a derrota
João Oliveira, o conceituado português ultra maratonista, dispensa apresentações, será um dos participantes do One Hundred Douro FKT.
E claro impunha-se entrevistá-lo, saber um pouco mais da sua vida de Ultra-Maratonista e dos seus objetivos para este evento.
João Oliveira “A minha subida no desporto foi um relâmpago”
E João Oliveira começou por referir o inicio da sua vida desportiva.
“A minha subida no desporto foi um relâmpago.
Sempre pratiquei atletismo no desporto escolar, e quando fui para o serviço militar, fui logo captado para integrar na equipa de corta mato.
Inicialmente nos 5km, mas que depois colocaram-me nos 10km, devido a rápida recuperação eu tinha.
Através de um atleta flaviense, o Mário arrastou-me para um grupo de amigos corredores que pertenciam a vários grupos de atletismo em Chaves.
Este grupo concentrava-se ao fim do dia e ao fim de semana para treinar.
Com eles fiz a minha primeira maratona, a meia maratona de Lamego, realizada em Agosto, hoje extinta.
No mês seguinte fiz a meia maratona de Viseu, e em dezembro já estava a fazer a maratona de Lisboa.
Passados dois anos já estava a fazer os 101 km de Ronda.
Passados 3 anos estava a participar na Spartatlon pela primeira vez nos 246 km.
Transpirynea de 900 km a maior distância percorrida
Posteriormente vieram os 300 km no deserto de Omâ, e sendo a mais longa em 2015, a travessia dos Pirenéus, a Transpirynea de 900 km.
Nestes anos as meias maratonas, as maratonas e os pequenos trail, até 50 km, passaram a constar como parte de plano de treino para as ultras de 3 dígitos.
A prova que mais me deu satisfação, em nenhum momento foi as que fui vencedor, porque foram meros minutos de alegria.
As que eu senti realmente satisfeito, foi quando levei atletas a cortar a linha de meta.
Quando os atletas, ainda estavam a mais de 30, 40 e a 90 km de distancia e queriam desistir, e os incentivando não só conseguiram objetivo de terminar como alcançar por vezes o pódio.
Exemplo na spartahlon com EVA, que se classificou em 3.º da geral em 2014, na Serra da Freita quando fui de pacer tempo final.
Aprendi com esses atletas que, o nosso corpo é uma pilha com energias de reserva, que um simples incentivo, pode fazer a diferença entre o Sucesso e a derrota.”
Que te levou a desafiar a participares neste evento?
“Decidi correr a Douro FKT 100 miles, respondendo a publicidade do evento. Desafio em baixar o tempo.
Foi esse o motivo “desafio”. Num FKT estamos a lutar mais contra o relógio e concorrentes imaginários.”
João Oliveira tens efectuado alguma preparação especial?
“Na realidade, não fiz qualquer treino especial, porque nunca esteve nos meus objectivos em participar.
Mas sempre que aparecia o evento nas redes sociais, parecia que me estava a chamar, e para não ficar com peso de consciência, inscrevi-me, uma semana antes do dia escolhido para participar.”
Como traçaste os teus objetivos para superares a marca do João Andrade?
“A marca do João Andrade, no meu ponte de vista foi uma marca muito amistosa que o próprio atleta estabeleceu, mas que sei, que o mesmo poderia ter baixado muito mais. O motivo não sei.
Atualmente a melhor marca esta em 22h34, pertencente atleta Carla André.
Meu objectivo é fazer a minha marca, meu tempo. Aquele tempo em que minhas pernas e meus pulmões aguentarem e me ajudarão alcançar Sanfins.”
Preferes correr contra ti mesmo ou contra outros corredores?
“Na realidade sempre corri contra o tempo. E quando existe um tempo já registado que tenha feito, tento sempre baixa-lo.
O segredo é esse mesmo, concentrar em melhorar a nossa marca, que os resultados, esses, por si aparecem.”
João Oliveira em termos psicológicos, como analisas um FKT e uma prova?
“Um FKT é um desafio em contra relógio em que temos referências de atletas que já fizeram o percurso e de outros que possivelmente ainda o irão fazer.
A pressão da prova não está lá, mas sim a tentativa pessoal de bater uma marca estabelecida.
O atleta é que coloca a pressão sobre ele mesmo, dependendo dos objectivos que pretende alcançar em termos de quanto é que pretende baixar o tempo estabelecido.”
Carla André é a Recordista
Até ao momento quatro atletas eram para participar Arsénio Santos, Pedro Leonel e Carla André, e Bruno Ferreira.
Mas dos quatro, só três participaram com sortes distintas, carregue sobre os nomes e visualize os artigos.
Arsénio Santos, não concluiu a sua prova por lesão.
Pedro Leonel superou a marca de João Andrade e é recordista masculino.
Carla André, superou a marca do Pedro Leonel e é o recorde feminino e da prova.
Bruno Ferreira não chegou a participar por ter contraido uma lesão.
Os participantes que se seguem já confirmados
Hélio Costa – 12/09
João Oliveira – 12/09
Nuno Rocha – 12/09
Francisco Monte – 18/09
André Cunha – 18/09
Hugo Gonçalves – 21/09
Visualize também
João Oliveira recordista da Ultra Maratona
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Texto: Henrique Dias – OPraticante.pt
Fotos cedidas pelo atleta