Mário Moniz Pereira, Professor faria hoje 100 anos

Foto: Luciano Reis
Nascido a 11 de fevereiro de 1921, Mário Alberto Freire Moniz Pereira ficou conhecido como “o Senhor Atletismo”, tal foi a importância que teve, ao longo dos seus 95 anos de existência, na e para a modalidade.
Texto: Federação Portuguesa de Atletismo
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Hoje o Professor Mário Moniz Pereira faria 100 anos
Atleta, professor, treinador e dirigente, Mário Moniz Pereira foi um homem com muitas facetas, não só desportivas.
Foi praticante de andebol, basquetebol, futebol, hóquei em patins, ténis de mesa, voleibol e atletismo.
Mas também esteve ligado às artes, já que, por exemplo, foi autor de 114 músicas e algumas letras de fados interpretados por nomes como Amália Rodrigues, Lucília e Carlos do Carmo, Carlos Ramos, Tony de Matos, Fernando Tordo, João Braga, Camané, Paulo de Carvalho, Maria da Fé, Rodrigo e Maria Armanda.
Professor durante 27 anos no Instituto Nacional de Educação Física, atual Faculdade de Motricidade Humana, Mário Moniz Pereira liderou o Atletismo nacional como técnico e dirigente no seu clube de sempre – o Sporting Clube de Portugal –, a que chamava “Universidade do Atletismo”, e também enquanto técnico nacional.
Dono de um poder comunicacional ímpar e de uma visão pioneira do treino, Mário Moniz Pereira revolucionou o meio fundo português, ao ponto de se poder afirmar que foi “um fazedor de campeões”, entre os quais: Carlos Lopes, Fernando Mamede, Domingos Castro e Dionísio Castro.
Sonhou, concretizou os seus sonhos
Num tempo em que poucos ousavam sonhar, Mário Moniz Pereira fez mais do que isso: sonhou, concretizou os seus sonhos e soube fazer Portugal sonhar com medalhas olímpicas.
A 1 de Agosto de 1975 entregou ao Diretor-Geral dos Desportos dessa época, Professor Alfredo Melo de Carvalho, o seu projeto de preparação olímpica para os Jogos de Montreal.
Eram 13 os atletas selecionados e, desenhado o plano de estágios e competições, Mário Moniz Pereira referia um problema que classificava como “um dos mais importantes a resolver”.
“Considero indispensável que os pré-selecionados treinem bidiariamente”, referiu.
Tratava-se, pois, de dispensar os pré-selecionados de meio dia de trabalho, uma ideia pioneira à época, mas que, tal como a maioria das ideias de Moniz Pereira, se revelou certeira, quando o objetivo é apontar às medalhas.
Como técnico nacional, Mário Moniz Pereira esteve presente em 12 Jogos Olímpicos, em 13 Campeonatos da Europa e em 21 Campeonatos do Mundo de Crosse, sendo responsável pela conquista de 10 medalhas, por sete atletas, entre as quais quatro de ouro, as únicas do desporto português.
“Há treino todos os dias”
“Há treino todos os dias”, pode ler-se hoje na parede da Pista Prof. Moniz Pereira, no Lumiar, em Lisboa.
É lá que o futuro do atletismo treina, com os olhos postos num dos muitos ensinamentos “do mestre”.
“Quem trabalha todos os dias, todas as semanas, todos os meses, durante muitos anos, sem desfalecer e sem desistir, poderá, finalmente, ouvir alguém afirmar: ‘Este atleta tem muito talento’.”
Também em ano de celebração do centenário da Federação Portuguesa de Atletismo, o seu presidente, Jorge Vieira, lembra a efeméride como uma “feliz coincidência”.
“Procuraremos renovar as mensagens inspiradoras da vida do Professor Mário Moniz Pereira.
Para assegurar o futuro do atletismo e diria mesmo o futuro do desporto português, não podemos deixar desvanecer a imagem de presença entre nós do nosso mestre”, reflete.
Até sempre Prof. Mário Moniz Pereira! O nosso obrigado!