Minimoto, André Sousa pretende dar a volta ao mundo

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O jovem português André Sousa que estabeleceu um recorde mundial ao percorrer a América do Sul numa moto com cilindrada de 125 centímetros cúbicos (cc) anunciou que em 2020 tentará dar a volta ao mundo numa minimoto.

Natural de Oliveira de Azeméis, no distrito de Aveiro, André Sousa propõe-se percorrer mais de 50 países de seis continentes sempre ao volante de uma “minibike” Honda Monkey – a versão contemporânea de um modelo clássico da década de 1970, agora com design renovado, mas com aparência ainda “vintage” a envolver um motor de 9 cavalos e 125 cc.

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“Obter o recorde da viagem mais longa de minimoto” André Sousa

Não há qualquer registo oficial de que alguém tenha tentado isso antes e o meu objetivo é obter o recorde da viagem mais longa de sempre com recurso a uma minimoto, num trajeto contínuo, sem nunca regressar a Portugal até completar toda a viagem”, declara André Sousa.

O jovem formado em Gestão Empresarial revela que a sua motivação é o desejo de “conhecer novas culturas” e reconhece-se também entusiasmado pelo “estímulo da autossuperação”, mas não estipula um prazo preciso para concretização da aventura porque antecipa que essa será “muito mais difícil e cansativa” do que a que lhe rendeu o recorde de 2018 na América do Sul.

Adiando apenas que a viagem “demorará sempre mais de dois anos”, André explica que as dificuldades esperadas se devem sobretudo ao tamanho da moto atual: “Por um lado, é mais baixinha e não dá para ter as costas direitas, o que obriga a parar mais vezes para esticar o esqueleto; por outro, só tem lugar para o condutor e um depósito muito pequeno, o que significa que só vou poder levar comigo aquilo que é mesmo essencial e ainda preciso de transportar gasolina extra”.

Incluir acessórios para campismo, para evitar o custo de hotéis na Minimoto

A Monkey que a Honda cedeu ao ex-atleta federado e à qual garantirá assistência oficial ao longo de todo o percurso será, por isso, adaptada para corresponder às exigências mínimas de um projeto que, por estar limitado a um orçamento na ordem dos 60.000 euros, terá que incluir acessórios para campismo, para evitar o custo de hotéis.

Como ainda estou a angariar patrocínios, os 60.000 euros são o custo mínimo da viagem, já a contar que haja quem me ofereça estadia e alimentação por onde eu for passando. Mas, mesmo que as pessoas me deem dormida, ainda assim a Honda vai ter que adaptar a mota para eu poder segurar em cima dela pelo menos uma mochila com roupa e ferramentas, e uma tenda e um saco-cama para quando for preciso”, diz André.

Outra adaptação indispensável: “Como o depósito da Monkey leva apenas cinco litros de gasolina e isso só dá para uns 200 quilómetros, vamos ter que instalar na mota mais dois depósitos de combustível, com cinco litros extras de gasolina em cada lado”.

André Sousa começou a conduzir motos aos oito anos

Nascido em dezembro de 1995, André Sousa começou a conduzir motos aos oito anos e aos 14 já competia a título desportivo. Em 2013 chegou ao 4.º lugar no Campeonato Nacional de Velocidade em 125cc e em 2014 foi vice-campeão por equipas no Campeonato de 600cc, antes de uma lesão no pulso restringir a sua prestação.

Enquanto frequentava na Eslováquia em 2016 um intercâmbio escolar no âmbito do programa Erasmus, começou por percorreu nove países da região dos Balcãs no prazo de um mês, então sem motivação recordista, mas recorrendo já ao acolhimento gratuito disponibilizado pela comunidade internacional da rede Couchsurfing, cujos membros trocam entre si estadia e até alimentação.

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Durante um estágio no Brasil , em Gestão Empresarial pela Coimbra Business School, em 2018,André Sousa lançou-se então no desafio de formalizar o recorde como primeiro viajante a percorrer numa moto citadina os 11 países da América do Sul ligados entre si por via terrestre. Cumpriu o objetivo ao somar entre maio e setembro (120 dias), 24.225 quilómetros numa Honda 125 cc que pouco terá passado da velocidade de 60 quilómetros por hora, dado o peso da bagagem e do combustível suplementar numa travessia que envolveu extensas áreas de deserto.

O atual desafio “Ride that Monkey” conta já com o apoio formal da Federação de Motociclismo de Portugal (FMP), cujo presidente, Manuel Marinheiro, defende que em causa está “um projeto pioneiro de superação e coragem numa moto”. Para o presidente da FMP, André Sousa levará “Portugal e o motociclismo a fazer história por esse mundo fora” e demonstrará que “não é preciso ter uma moto grande e de alta cilindrada para dar uma volta ao mundo”.

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Texto: Loba.CX

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