Portugal e Canadá discutem Titulo

Portugal, a Selecção Nacional de Seniores Masculinos venceu ontem, por 3-1 (25-22, 26-24, 17-25 e 29-27) a Holanda e qualificou-se para a final da Final Four da Liga Mundial 2016, onde vai defrontar o Canadá (3-0 à Turquia), em jogo agendado para as 18h00, no Centro de Desportos e Congressos de Matosinhos.

5.000 apoiaram e viram Portugal a vencer mais uma etapa da Final Four

Apoiado por cerca de 5 mil espectadores, Portugal esteve à altura e realizou o seu melhor jogo na presente edição da Liga Mundial da Final Four, tendo sido recompensado com um triunfo suado mas inteiramente justo.

Primeiro set

O jogo iniciou-se sob um ambiente fantástico, com o público, que encheu a Nave Costa Pereira, a aplaudir, incentivar e a festejar cada ponto dos portugueses. A equipa de Francisco dos Santos correspondeu (7-4), mas chegou ao primeiro tempo técnico a vencer apenas por 8-7, o que dava indícios de que a tarefa não iria ser nada fácil.

Um erro na recepção deu vantagem aos holandeses (9-11), prontamente anulada por Hugo Gaspar (12-11). Marcel Gil também facturava (14-12) e a Holanda desorientava-se, falhando o serviço que deu o 16-14 a Portugal no segundo tempo técnico.

Marco Ferreira fez, no ataque, o 18-15 e obrigou Gido Vermeulen a parar o jogo, mas o oposto português voltou à carga (20-17).

Um serviço forte de Alex, que acabou por ser transformado em ponto através de um ataque de segunda linha do capitão lusitano, levou o público ao rubro (22-19).

Dois serviços falhados pelos holandeses colocaram Portugal a um ponto da vitória (24-21), que seria concretizada através de um ataque de Hugo Gaspar: 25-22.

Segundo Set nova vitória de Portugal

Um ataque do distribuidor Miguel Tavares Rodrigues ao primeiro toque fez levantar o público; um ponto do central Fabrício Silva (Kibinho) deu vantagem à equipa de Francisco dos Santos no primeiro tempo técnico (8-6).

A exibição dos lusitanos agradava aos exigentes espectadores e os jogadores sentiam na pele esse apoio, actuando com alegria e confiança, apoiando-se nas defesas de Ivo Casa, um matosinhense, e nos ataques do seu capitão, Alex Ferreira (12-9).

Novo ataque, desferido da zona defensiva, de Alex, a ultrapassar a dezena de pontos conseguidos «pessoalmente», distanciou Portugal (16-12).
A equipa de Gido Vermeulen reagiu, e de que forma, com Jasper Diefenbach a blocar para o 16-17, mas foi com um serviço falhado pelo capitão holandês que Portugal ganhou novo alento (20-18).

Marcel Gil finalizou da melhor forma uma jogada emocionante (21-19), mas Robin Overbeeke e Jasper igualaram (22-22). Hugo Gaspar (ataque) e Miguel Rodrigues (bloco) colocaram Portugal em boa posição de selar o set (24-22). A Holanda aguentou-se (24-24), mas acabou por ceder à pressão e falhou um serviço: 26-24.

Final Four - Portugal x Holanda

Terceiro set com Holanda a pressionar

A Holanda começou o terceiro set como lhe competia: completamente focada num resultado que lhe permitisse continuar a lutar pela vitória no jogo, e utilizou níveis de agressividade no seu jogo ofensivo que retraíram Portugal (8-4, 11-5, 6-13).

As dificuldades sentidas por Portugal na recepção aumentavam a determinação dos holandeses, que serviam ccom cada vez mais confiança (16-7).

Alex e Marcel tentavam remar contra a maré, mas Wouter continuava a somar pontos no ataque e bloco (19-10).
Do lado contrário, as dificuldades sentidas em ultrapassar o bloco dos holandeses fazia os portugueses falharem ataques e foi com um erro ofensivo que se fixou o resultado: 25-17.

Cientes da importância deste set, tanto uma como a outra equipa tentaram abalar a estratégia adversária e criar brechas na recepção e defesa contrárias, mas nenhuma vacilava e os pontos eram somados um a um, com igualdades constantes (2-2, 5-5, 8-8).

Neste braço-de-ferro, os holandeses começaram a mostrar-se mais fortes (16-13). Dois pontos conseguidos no ataque por Wouter tornaram tudo ainda mais complicado (18-14).

A Holanda somou o quarto ponto consecutivo e começava a sentir-se a dúvida entre as hostes portuguesas (20-14).

A entrada de Filip Cverticanin para o serviço desconcentrou a recepção holandesa e permitiu que Marcel facturasse na recuperação lusa (17-20). Um serviço de Miguel Rodrigues reanimou o apoio do público e a equipa das quinas aproveitou a onda (20-22).

Dois blocos de Hugo Gaspar tornaram o apoio ensurdecedor (22-22).
Num final de set dramático, no qual o árbitro mostrou um cartão vermelho a um jogador português (Alex) e a um holandês, Portugal mostrou-se mais forte e selou, com o resultado de 29-27, a qualificação para a final do Grupo 2 da Liga Mundial 2016.

Hugo Gaspar, com 21 pontos, foi o melhor pontuador do jogo, seguido de Alex Ferreira, com 20.

As declarações

Alexandre Ferreira declarou “Foi um jogo muito bom da nossa parte. Estivemos mais consistentes e eles acabaram por erra mais do que nós. Creio que a grande diferença foi as decisões que tomámos, e que tínhamos previstas para esses momentos. Arriscámos nas fases cruciais dos sets e acabámos por ser recompensados.
As pessoas que hoje aqui estiveram sempre a apoiar-nos foram enormes. Ouvi-los a cantar o hino, arrepiou-nos e tínhamos de responder a esse apoio.
O Canadá tem a equipa teoricamente mais forte deste grupo, mas, como alguém já disse, as finais não são para jogar, são para ganhar e nós vamos entrar em campo para vencer”.

Francisco dos Santos por sua vez “Foi uma vitória sofrida, sim, mas são estes jogos que fazem a equipa crescer. Este jogo foi excelente no nosso objectivo, que é preparar esta selecção para os Jogos Olímpicos de 2020 e temos de estar preparados para lutar por isso.
O Canadá é muito forte, tem outras soluções e por isso tem feito descansar alguns jogadores já a pensar nos Jogos Olímpicos do Rio, mas sabemos que também querem subir ao Grupo 1. Vamos jogar sem quaisquer complexos, pois queremos ganhar e, também, agradecer dessa forma a todos os que têm acreditado no nosso trabalho”.

Gido Vermeulen (Treinador da Holanda), “Não começámos bem e perdemos os dois primeiros sets. Depois, reagimos e recuperamos a nossa forma de jogar. Algumas decisões em momentos importantes impediram-nos de atingir os nossos objectivos, mas a verdade é que não fizemos o nosso melhor jogo aqui.
Agora, vamos descansar, preparar o jogo com a Turquia e lutar pelo terceiro lugar”.

Jasper Diefenbach (Capitão da Holanda) disse “Tivemos algumas boas oportunidades ao longo do jogo e estamos desapontados por não conseguirmos vencer. Parabéns a Portugal pelo jogo que fez, pois jogou bem.
Amanhã é outro jogo. Vamos descansar, estudar o adversário e lutar mais uma vez pela vitória, pois essa é a nossa forma de jogar”.

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