Portugal presente no primeiro Campeonato Mundial de MMA – IMMAF

Os atletas portugueses no Campeonato Mundial de MMA, junto ao octogono onde tudo aconteceu.
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Fez-se História no MMA – Mixed Martial Arts, mundial e nacional.
O primeiro Campeonato Mundial de MMA Amador IMMAF – International Mixed Martial Arts Federation realizou-se entre dias 30 de junho e 5 de julho, em Las Vegas, durante a Fight Week, que anualmente se realiza nesta cidade.
Esta organização internacional tem como objectivo a gestão e desenvolvimento do desporto, procurando a uniformização e evolução de todos os intervenientes no desporto, com destaque para os atletas amadores e profissionais, treinadores, árbitros, comissões atléticas e promotores. A IMMAF trabalha para o reconhecimento das Mixed Martial Arts a todos os níveis, nacionais e internacionais, governamentais, junto de confederações de desporto, e inclusive procurando o reconhecimento olímpico.
Neste momento, já tem o reconhecimento de duas importantes instituições, uma do desporto em geral, a Sports Accord, e outra do MMA em específico, o UFC – Ultimate fighting Championship, a mais importante liga de MMA do Mundo.
Fruto deste último reconhecimento, surge a possibilidade da disputa do primeiro campeonato do mundo de MMA Amador de sempre em Las Vegas, com as finais a serem filmadas para os arquivos do UFC e a realizarem-se ao vivo em plena UFC Fan Expo, perante milhares de pessoas.
Nesta primeira edição estiveram presentes a África do Sul, Alemanha, Áustria, Bélgica, Brasil, Canadá, Dinamarca, Estados Unidos da América, Finlândia, França, Irlanda, Itália, Líbano, Malásia, Nova Zelândia, Noruega, Polónia, Portugal, Reino Unido, Roménia, Suécia e Ucrânia.
A delegação da FMMAP – Federação Mixed Martial Arts (entidade federativa nacional para o MMA e disciplinas associadas e única representante da IMMAF) foi composta pelos campeões nacionais Filipe Catanho e Fábio Ferreira, acompanhados pelo treinador e dirigente federativo Luís Barneto.
Face à realidade do desporto em Portugal, a participação nacional foi extremamente positiva. Ao nível organizativo, foi amplamente elogiada como uma das mais organizadas federações do mundo, e ao nível desportivo a participação dos atletas não passou despercebida a ninguém, tendo sido uma constante o elogio de adversários, público, treinadores e dirigentes.
O nível competitivo de toda prova foi, diga-se, muito elevado, ultrapassando as melhores previsões da IMMAF.
Quanto aos portugueses, o atleta da Fight Zone Aveiro Fábio Ferreira, um dos mais experientes (13 vitórias e 1 derrota) atletas amadores em Portugal, perdeu nos oitavos de final por decisão dividida, num combate que poderia ter pendido para qualquer dos lados, com um atleta norueguês (uma das potências do MMA actual, tantos os lutadores que colocaram nas finais) muito alto e técnico, além de forte, psicologicamente. O Fábio bateu-se muito bem, perante um atleta com uma considerável diferença de envergadura, fez uma das projecções mais bonitas do torneio, tendo no entanto passado algum tempo em perigo no chão, escapando a tentativas de submissão. Eventualmente terá sido esse período que definiu a avaliação de dois dos três juízes, desfavorável ao nosso atleta. O seu adversário, de resto, viria a seguir até às meias finais, acabando a ser afastado da final por lesão, quando estava claramente a vencer a meia final.
O atleta da Academia Unlimited Filipe Catanho perdeu igualmente nos oitavos de final, com um fortíssimo e experiente atleta do Reino Unido, também por decisão, naquela que foi a sua estreia em “cage” (até à data as competições amadoras em Portugal têm sido disputadas em tatami). De notar que este atleta tem somente 20 anos, e apenas nos últimos 12 meses tem conseguido treinar regularmente, devido a compromissos profissionais que anteriormente impediam essa regularidade, e chegou ao mundial com um record de 4-1. A pressão do inglês era muito forte, principalmente junto às paredes da cage, e foi aí que se decidiu a luta, já que na troca em pé, durante a maior parte do 3 rounds de 23 minutos, o Filipe não ficou nada a dever a este atleta de uma das mais fortes e organizadas delegações presentes.
A sua performance não passou despercebida, e viria a ser seleccionado pela organização para mais uma luta, esta exibicional, a abrir o evento das finais, na UFC Fan Expo, um feito extraordinário para o MMA nacional já que nunca antes um atleta português lutou num evento filmado pelo UFC, em Mandalay Bay.
A experiência no entanto foi bastante bem aproveitada pela delegação nacional, que ainda competiu num dos maiores eventos de Grappling do mundo, o Grapplers Quest, aqui de novo fazendo história como os 3 primeiros portugueses a competir neste evento, além de terem realizado várias sessões de treino num dos melhores ginásios de MMA do mundo, o Extreme Couture, uma delas com a estrela do UFC Glover Teixeira.
Um importante passo para o MMA nacional, que gerações futuras irão potenciar, seguramente.