Rui Teixeira “Ser campeão nacional foi o grande momento”
Rui Teixeira, nasceu a 22 de março de 1982, é natural de Amarante, onde vive atualmente. Destacou-se ao serviço do Maratona, nas especialidades de cross e fundo.
Rui Teixeira “Ser campeão nacional foi o grande momento da minha carreira”
No final do ano de 2015 passou a representar o Sporting Clube de Portugal. Fez parte da equipa do Sporting Clube de Portugal que ganhou o Campeonato Nacional de Corta-Mato, na época de 2016, classificando-se no 4º lugar.
Na temporada de 2018 integrou a equipa Sporting CP que ganhou o Campeonato Nacional de Estrada, classificando-se no 6º lugar dessa corrida.
Fez parte da equipa do Sporting CP que ganhou a Taça dos Campeões Europeus de Corta-Mato em 2018, classificando-se no 7º lugar.
No dia 18 de março de 2018 foi Campeão Nacional de Corta-Mato, liderando a equipa do Sporting que se sagrou tricampeã nacional da especialidade.
1- Como foi a tua preparação para o Campeonato Nacional de Corta-Mato Longo?
Para este Campeonato Nacional de Cross treinei onde costumo normalmente treinar em Amarante, mais precisamente no Monte de Fridão e no Parque Florestal da Cidade, nomeadamente num circuito ao longo das margens do Rio Tâmega.
A Cidade de Amarante tem locais muito bons para treinar para este tipo de prova que é o Corta-Mato. A par dos treinos individuais, também realizei um estágio do Sporting CP em Portalegre que o clube organizou para os atletas se inteirarem do percurso.
2- O Corta-Mato é mais exigente do que as provas de estrada ou de pista? Tiveste treino específico para esta prova?
O Corta-Mato é uma prova que exige um treino específico. Ao longo dos últimos meses, treinei sempre em percursos de terra com subidas e descidas para adaptar o corpo às dificuldades que iria encontrar em competição.
3- Uma parte do percurso estava bastante enlameada, dificultando e criando alguma confusão. Achas que essa passagem poderá ter contribuído para destacar os mais resistentes?
O percurso para além das subidas e descidas estava bastante enlameado, o que de certo modo fez a diferença para os atletas que melhor se prepararam durante os treinos para a competição.
Um bom treino faz toda a diferença quando nos deparamos com aquelas condições adversas, como foi o caso no dia da prova.
4- Quando iniciaste a prova acreditavas que poderias cortar a meta em primeiro lugar?
Apesar das adversidades na minha vida nos últimos meses, quando chegou a hora de competir, senti-me bastante confiante num bom resultado.
Não era apontado como um dos principais favoritos à vitória, o que de certa forma foi bastante bom para mim, pude correr sem pressões. Apenas tinha em mente a luta coletiva para alcançar a vitória.
Após um Título Europeu de Clubes conquistado em fevereiro passado em Mira, a equipa não queria perder a hipótese de conquistar o Tricampeonato.
5- Em que momento da prova é que realizaste que a poderias vencer?
A meio da prova seguia dentro dos cinco primeiros classificados, que era o meu objetivo. Nessa altura, apesar de algumas zonas enlameadas que conseguia ultrapassar com alguma facilidade, decidi tentar arriscar.
Primeiro quis alcançar o líder da corrida, o Rui Pinto do Sport Lisboa Benfica que se tinha isolado desde o inicio da prova. Depois de alcançar o Rui Pinto, decidi arriscar para alcançar a vitória. No final consegui vencer a prova.
6- Qual foi a sensação ao cortar a meta?
Quando cortei a meta senti uma enorme felicidade, tinha acabado de realizar o sonho de conquistar o título mais importante do calendário nacional.
O meu nome passa agora a figurar entre os grandes atletas que venceram a prova e vai marcar a minha carreira para sempre. Já tinha ficado algumas vezes perto da vitória: 3º em 2007, 2º em 2012, 4º em 2015 e 3º em 2016. No ano passado fiquei de fora devido a um lapso na minha inscrição.
Acabo finalmente por ser premiado pelo meu esforço e dedicação ao longo dos anos. Sempre acreditei na minha carreira, apesar de passar anos despercebida, mas felizmente tive sempre o apoio da minha família, treinador e amigos.
7- Campeão Nacional Individual e por Equipas. O que representam estes títulos nesta altura da tua carreira?
Estes dois títulos, juntamente com o titulo europeu de clubes, são os grandes momentos da minha carreira e fazem-me ver que que valeram todos os esforços e sacrifícios que passei ao longo de 15 anos de carreira no atletismo.
8- Após a conquista do título nacional de Corta-Mato Longo, não foste convocado pela Federação Portuguesa de Atletismo para o Troféu Ibérico de 10.000 mts a realizar em Braga. Sentes alguma tristeza?
A não convocatória para o Trofeu Ibérico de 10000 mts foi uma decisão minha. O meu treinador Alfredo Pinheiro transmitiu ao selecionador nacional a minha indisponibilidade para participar na prova.
Confesso que nunca tive muita motivação para correr em pista, até porque são poucas as vezes que treino em pista. Por isso decidi dar o meu lugar a outros atletas mais vocacionados para este tipo de prova e que podem conseguir um melhor resultado pela seleção nacional.
Estarei sempre disponível para o Corta-Mato se o selecionador nacional entender que possa ser útil à seleção, é nessa especialidade que consigo melhores resultados.
9- Quais são as tuas perspetivas de futuro?
Com 36 anos começo a olhar com alguma apreensão para o final da minha carreira, por isso tento aproveitar todos os treinos e competições ao máximo.
Penso que treino melhor agora do que quando tinha 20 anos. Estou hoje mais maduro e tenho mais paixão por esta modalidade.
Quero continuar ligado à modalidade e neste momento estou a colaborar com a Associação Desportiva de Amarante, que foi o meu clube de origem, sendo treinador da formação.
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Entrevista realizada por: Davide Pinheiro
Fotografias: inAction – Fotografia