UCRÂNIA INTRANSPONÍVEL NO EUROPEU 2023
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A Selecção Nacional de Seniores Masculinos, orientada por João José, não conseguiu contrariar o poderio ofensivo da Ucrânia, nem superar a maior eficácia do bloco dos centrais Vladyslav Shchurov (2,08 metros) e Yurii Semeniu (2,10 m) e cedeu ontem, por 0-3 (20-25, 19-25 e 22-25), nos oitavos-de-final do Europeu 2023.
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Fonte: Federação Portuguesa de Voleibol
Portugal caiu de pé pelo percurso que fez no Europeu
Pese embora a derrota pela margem máxima, Portugal caiu de pé pelo percurso que fez no Europeu, à semelhança, aliás, do que tinha acontecido na edição de 2021, onde foi 15.º classificado, mas agora com uma melhor classificação final, mercê do 2.º lugar registado na Pool D da fase de grupos.
Portugal esteve presente numa fase final do Campeonato da Europa pela sétima vez, terceira consecutiva.
Os primeiros momentos do duelo travado no Palácio de Cultura e Desportos da cidade búlgara de Varna foram de muito equilíbrio, com igualdades constantes (4-4, 8-8, com um bloco de Miguel Tavares).
A partir daí, a Ucrânia descolou e dois blocos consecutivos afastaram-na significativamente (12-8).
Um serviço direto de Alexandre Ferreira e um bloco de Filip Cveticanin ainda amenizaram uma diferença que começava a ser pesada (13-18).
Um ataque para fora por parte dos ucranianos e outro serviço direto do Capitão Alex aproximaram ainda mais Portugal, fazendo renascer a esperança (16-18)…
Sentindo o perigo, a formação ucraniana tornou-se ainda mais agressiva nas ações ofensivas e afastou-se novamente (22-16) e desta vez de uma forma decisiva: 25-20.
Portugal entrou bem no segundo set frente à Ucrânia
Denotando maior agressividade, Portugal entrou bem no segundo set (3-1), mas a Ucrânia exalava confiança e reagiu com prontidão, restabelecendo o equilíbrio (4-4, 10-10).
Pior, um serviço directo deu três pontos de vantagem à Ucrânia (16-13), distância que a equipa do Leste europeu conseguiu manter no tempo e até robustecer com um serviço directo (20-17, 22-17), fechando o set com novo triunfo: 25-19.
Alexandre Ferreira, com 13 pontos (8 no primeiro + 5 no segundo), e Lourenço, com 7 (5 no segundo) eram os principais artilheiros de Portugal no ataque, enquanto os melhores pontuadores ucranianos estavam distribuídos por uma mão-cheia de jogadores.
Com os quartos-de-final na mira, a Ucrânia não tirou o pé do acelerador no terceiro parcial (3-0).
Portugal reagiu e Filip Cveticanin, com um bloco, igualou aos 4 pontos, mas a Ucrânia continuou a mostrar-se resiliente e aguerrida, voltando a passar para a frente (16-11).
Na ânsia de se aproximarem, os portugueses arriscavam e continuavam a falhar serviços, enquanto a eficácia nesse fundamento por parte dos ucranianos dava proveitos: 20-14.
Com Lourenço Martins no serviço, Portugal aproximou-se numa altura crucial (20-22)…
Mas era visível que a Ucrânia nunca deixaria fugir a passagem aos quartos-de-final e acabou por selar o triunfo com o resultado de 25-22, através de um ataque de Illia Kovalov.
Alexandre Ferreira, com 16 pontos, e Lourenço Martins, com 12, foram os melhores pontuadores portugueses, enquanto Oleh Plotnytskyi, com 15, foi o melhor dos ucranianos nesse capítulo.
“Os sonhos fazem parte da nossa vida”
Ao fazer o balanço da participação portuguesa, o Selecionador Nacional João José distinguiu o percurso feito até aos oitavos-de-final e o que aconteceu no jogo de ontem frente à Ucrânia:
“Temos de conseguir separar os dois momentos: o que foi o jogo de hoje e aquilo que se passou até hoje.
Até este jogo, tivemos sempre o foco certo e o grupo está de parabéns pelo que fez. Seis jogos em 10 dias não é fácil, nem física nem psicologicamente.
Com isto não quero desculpar o que aconteceu hoje, mas já existia uma sobrecarga grande sobre a equipa que hoje se associou a uma tensão igualmente muito grande.
Queríamos tanto a passagem aos quartos-de-final que acabámos por dar um tiro nos pés, pressionando-nos em demasia.
Não fomos capazes de perceber que hoje não íamos estar fisicamente no nosso melhor, não íamos estar psicologicamente no nosso melhor e que por isso teríamos de criar um momento para nos superar-nos e assim conseguirmos alcançar esse sonho.
Os sonhos fazem parte da nossa vida, da nossa carreira, quer a nível pessoal quer familiar, e nós para alcançarmos os nossos sonhos temos de superar-nos e temos de conseguir inspirar-nos e hoje faltou isso.
Acho que faltou um bocadinho perceber que para nós alcançarmos hoje o sonho que perseguíamos, tínhamos de nos superarmos mais uma vez e tínhamos de entrar em jogo inspirados mais uma vez.
Isso foi o que tivemos até hoje e que faltou frente à Ucrânia.
Nem sempre quando se ganha está tudo bem e nem sempre quando se perde está tudo mal, ainda que a derrota de hoje tenha sido extremamente pesada”.