Ventos de mudança no Portugal Masters
Os ventos de mudança que sopraram ontem (Sábado) no Portugal Masters alteraram por completo as condições de jogo no Dom Pedro Victoria Golf Course.
Os ventos de mudança evolucionaram a classificação do mais importante torneio de golfe português.
Um novo líder, o sul-africano George Cotzee surgiu desses ventos de mudança, que empurraram os portugueses para o fundo da tabela.
Os ventos de mudança alteraram tudo
Tomás Bessa, que era 26.º classificado anteontem, tombou para 65.º, empatado com o espanhol Pablo Larrazábal, consequência de uma ronda em 75 pancadas, 4 acima do Par.
O campeão nacional era dos jogadores que tinham batido o Par nas duas primeiras voltas (o único português), mas essa elite ficou ontem reduzida a dez dos 70 jogadores que passaram o cut.
Um deles é George Coetzee, que assumiu o comando com 202 pancadas, 11 abaixo do Par, após entregar cartões de 60, 70 e 65, dispondo agora de 1 ‘shot’ de vantagem sobre o anterior líder, o francês Julien Guérrier (62, 66 e 75). Ou seja, Guérrier fez ontem um resultado igual ao de Tomás Bessa.
George Coetzee o novo líder
«Desde que vi aqui a primeira vez que gostei de jogar neste campo.
Acho que a estratégia é bem simples. Não é preciso pensar demasiado e basta jogar o campo como ele foi desenhado para tal.
Já tive uma boa dose de sorte neste campo ao longo dos anos», disse o sul-africano de 34 anos, que está em boa forma.
Com efeito, ganhou no Domingo passado um torneio do Sunshine Tour no seu país e ontem terminou com eagle-birdie, quase fazendo um albatroz no buraco 17.
Mas voltando aos portugueses, Ricardo Santos (69+71+72), que ocupava a 40.ª posição, caiu para a 56.ª.
Empatou com outros seis jogadores com 212 pancadas, 1 abaixo do Par, entre os quais o campeão do Portugal Masters no ano passado, o inglês Steven Brown (68+70+74), sendo que o n.º1 português no ranking mundial até jogou melhor ontem do que o detentor do título.
Só Ricardo Melo Gouveia melhorou a sua classificação
Dos três portugueses que passaram o cut (igualando o recorde nacional de portugueses nas duas últimas jornadas), só Ricardo Melo Gouveia melhorou a sua classificação.
Ricardo Melo Gouveia ascendeu de 56.º para 40.º, empatado com mais oito jogadores, com 210 pancadas, 3 abaixo do Par, depois de um terceiro cartão de 69 (-2).
O atleta olímpico passou a ser, assim, o melhor português em prova, mas também é preciso salientar que, como saiu ontem mais cedo, só começou a apanhar o vento mais forte nos dois últimos buracos.
Enquanto Santos e Bessa estiveram mais de metade da volta sob ventania.
De acordo com os serviços de meteorologia do European Tour, a média de velocidade do vento andou nesta terceira volta nos 20 quilómetros por hora.
Portugal Masters vai sofrer de novo os ventos de mudança
O tempo está a mudar e hoje (Domingo), para o último dia de prova, a previsão aponta para rajadas de 40 Km/h.
Ventos de mudança que podem voltar a alterar tudo.
As condições de jogo bem diferentes apresentaram aos jogadores um problema completamente diferente.
Veja-se o caso do líder no final da sexta-feira, que tinha feito voltas de 9 abaixo do Par e de 5 abaixo do Par, teve, desta feita, de contentar-se com uma terceira jornada de 4 acima do Par.
E se no primeiro dia não tinha sofrido um único bogey, hoje não converteu qualquer birdie!
Os ventos de mudança, proporcionaram um “bicho” distinto
Para que se perceba bem de como o Dom Pedro Victoria Golf Course tornou-se ontem num “bicho” distinto, repare-se nestes números:
A volta de -2 de Ricardo Melo Gouveia seria apenas razoável nos dois primeiros dias, mas ontem só houve 18 jogadores a fazerem melhor do que ele entre os 70 que estiveram em campo.
Ontem concretizaram-se apenas seis eagles, mas na primeira volta tinham sido 12 mais 1 albatroz, e na segunda ronda 13 eagles e 2 holes-in-one!
Nas duas primeiras voltas houve 10 buracos a terem uma média de pancadas abaixo do Par, no somatório de todos os jogadores; e houve também oito buracos com uma média superior ao Par.
Pois bem, ontem só oito buracos alcançaram uma média inferior ao Par e houve ainda outros dois buracos em que a média igualou o Par.
Isto quer dizer que em quatro buracos os resultados foram mais difíceis do que nos dias anteriores – quatro em 18, ou seja, mais de 22 por cento dos buracos do campo ficaram mais complicados.
As principais declarações dos jogadores portugueses foram as seguintes:
«Nos primeiros nove buracos não entrei bem»
Ricardo Melo Gouveia: «Nos primeiros nove buracos não entrei bem e estive algo errático do tee, mas nos segundos nove já impus o meu jogo e tive bastantes oportunidades.
Foi pena ter, mais uma vez, falhado um ou outro putt.
O facto de não ter jogado tão bem nos primeiros nove e depois ter recuperado com alguns birdies dá-me confiança para (domingo).
Acho que uma volta de -4 ou de -5 está muito perto».
«Hoje não estive tão bem do tee»
Ricardo Santos: «Hoje não estive tão bem do tee, sobretudo nos segundos nove buracos e só consegui acertar dois fairways.
O vento começou a soprar na zona do campo em que temos mais opções de birdie, mas, para isso, seria preciso meter a bola no fairway e não foi o caso.
(…) Isso deixou-me um pouco frustrado, porque, já ontem tinha acontecido o mesmo, sempre que falho fico com a bola enterrada no rough e é impossível controlá-la, não podendo atacar o green».
«Hoje foi um dia difícil»
Tomás Bessa: «Hoje foi um dia difícil, estive mal em termos de distâncias com os wedges.
O primeiro shot esteve razoável, mas as bandeiras estavam hoje um bocadinho mais difíceis e paguei caro por ter dado maus shots ao green.
(…) Mas foi uma volta que gostei muito de jogar.
Nunca tinha estado numa formação de apenas dois jogadores e o ritmo de jogo é diferente.
Foi muito bom estar a jogar no fim de semana e ter oportunidade de amanhã subir na classificação».
As classificações dos jogadores portugueses após a terceira volta foram as seguintes:
40.º (empatado) Ricardo Melo Gouveia, 210 (69+72+69), -3
56.º (empatado) Ricardo Santos, 212 (69+71+72), -1
65.º (empatado) Tomás Bessa, 213 (68+70+75), Par
Cut falhado
71.º (empatado) Filipe Lima, 142 (69+73), Par
81.º (empatado) Vítor Londot Lopes, 143 (71+72), +1
113.º (empatado) Pedro Figueiredo, 148 (72+76), +6
121.º (empatado) Pedro Lencart (amador), 149 (72+77), +7
131.º Miguel Gaspar, 156 (82+74), +14
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Texto:Hugo Ribeiro
Fotos: Getty Images