Mínimos para Londres obtidos na Maratona do Porto

Catarina Ribeiro e Filomena Costa carimbam passaporte para Campeonato do Mundo em Londres, ao obterem os mínimos na Maratona do Porto.
Catarina Ribeiro e Filomena Costa carimbam passaporte para Campeonato do Mundo em Londres 2017
O dia de domingo 6 de novembro acordou fresco, com o sol a tentar desfazer o manto de nuvens brancas, que pairavam nas cidades do Porto, Vila Nova de Gaia e Matosinhos. Enquanto o sol batalhava para proporcionar as condições ideais para a realização da 13ª Maratona do Porto EDP, as ruas contíguas ao Queimódromo enchiam-se de atletas portugueses, franceses, ingleses, espanhóis, alemães, etc., estiveram representados 56 países. Todos estavam ali para participar na maior maratona do país, todos estavam ali com um objectivo comum participar e completar a “Prova Rainha do Atletismo”.
A RunPorto tem vindo a afirmar-se como a organização que ano após ano tem vindo a realizar a maior maratona do país apoiada pela Câmara Municipal do Porto; Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia; Câmara Municipal de Matosinhos.
Maratona com recorde “finisher”
Inscreveram-se cerca de 12.000 participantes, repartidos pelas três vertentes do evento (Maratona, FamilyRace e FunRace) tendo a maratona atingido um novo record de “finisher” 4.752 atletas cortaram a meta.
Por volta das 8h30, os atletas eram convidados a deslocarem-se para junto da partida, que este ano teve um local novo junto ao Sealife Porto, com o mar como cenário de fundo. Esta iniciativa da RunPorto foi sem dúvida alguma uma decisão acertada, que permitiu este ano a prova se tornasse muito competitiva e que o record de percurso fosse batido no sector feminino. Os constrangimentos da partida do ano anterior foram ultrapassados e o cenário era de facto invejável tanto para os atletas como para os espectadores.
Maratona do Porto rampa de acesso ao Campeonato do Mundo de Atletismo
Este ano a 13ª Maratona do Porto EDP também serviu de rampa de acesso ao Campeonato do Mundo de Atletismo a realizar em Londres no próximo ano. Assim, os atletas que pretendiam competir em Londres teriam de obter marcas mínimas para se qualificarem de 2:14:00, no sector masculino e 2:32:00 no sector feminino.
As atletas portuguesas Filomena Costa do ACD São João de Serra, Catarina Ribeiro, e os atletas Alberto Paulo, do SL Benfica e José Moreira do Sporting CP iriam tentar atingir esses mínimos para obter o passaporte de acesso ao Campeonato do Mundo. As expectativas estavam ao rubro. A elite internacional e nacional não iria perder a oportunidade para a qualificação.
A partida entre aplausos e gritos de apoio
Às 9h00 deu-se o tiro de partida, entre aplausos e gritos de apoio os 12000 atletas arrancaram para as duas corridas Maratona e Family Race. A caminhada iniciar-se-ia por volta das 10h30. Todos tinham iniciado uma aventura de 42 km pelas ruas das três cidades invictas: Porto, Vila Nova de Gaia e Matosinhos e que só terminaria na meta final, passadas algumas horas.
Quenianos obtêm vitória, pódios completos com portugueses e japonês
Tudo levava a crer que a superioridade queniana completaria o pódio tanto masculino como feminino. Mas contra todas as expectativas, três atletas portugueses e um japonês impuseram um ritmo, que levou a melhor sobre os atletas africanos, sendo que apenas os primeiros lugares masculinos e femininos foram vencidos pelos quenianos Samuel Theuri Mwanki, que venceu no sector masculino a Maratona do Porto, com o tempo de 2:11:48 e Loice Chebet Kiptoo, do Quénia em 2:29:13 no sector feminino. Contra todas as expectativas o japonês Yuki Kawauchi, que a escassos quilómetros ocupava a quarta posição, fez uma recuperação extraordinária ganhando várias posições para terminar em segundo lugar com o tempo de 2:14:32. José Moreira completou o pódio masculino numa prova também ela fantástica, terminando os 42 km, com o tempo de 2:16:11, falhando a qualificação para o Campeonato do Mundo por uns escassos 2 minutos e 11 segundos.

Loice Chebet Kiptoo com record absoluto da Maratona do Porto
Completado o pódio masculino, a expectativa virou-se então para o sector feminino com duas atletas portuguesas, Catarina Ribeiro e Filomena Costa a disputarem lugares no pódio. Como já referimos Loice Chebet Kiptoo, do Quénia foi a vencedora feminina da Maratona com o tempo 2:29:13, obtendo o record absoluto da prova que estava na posse de Priscah Jeptoo desde 2009 que era de 2:30:40. Um record batido na 13ª edição, e o domínio feminino português de duas atletas sobre as restantes atletas africanas, com Catarina Ribeiro a obter o segundo lugar com o tempo de 2:30:10 e Filomena Costa a completar o pódio com o tempo 2:30:27.
Na sua estreia Catarina Ribeiro para além do excelente segundo lugar, obteve os mínimos para a participação do Campeonato do Mundo em 2017 em Londres, bem como Filomena Costa, que também obteve os mínimos de acesso, reforçando o seu estatuto nesta distância.

Maratona do Porto soma recordes e atletas portugueses no pódio
A 13ª edição da Maratona do Porto EDP, foi seguramente uma das mais emocionantes tanto pelos recordes de “finishers”, record absoluto no sector feminino e três atletas nacionais nos pódios.
Family Race, para quem não se aventura pela Maratona

A Family Race, que contempla uma distância de 15 km, para aqueles que ainda não ousaram aventurarem-se no longo curso, Hélder Santos do Sporting CP ficou na primeira posição, com o tempo de 45:49, seguido de Rui Muga do Clube Académico de Mogadouro com 47:11 e Carlos Costa do C.D.S Salvador do Campo, com o tempo de 47:39.

No sector feminino, Daniela Cunha do Sporting CP foi a primeira a cortar a meta com o tempo de 54:13, seguida pela Solange Jesus, também do Sporting CP, com o tempo de 54:38. Terminou em terceira posição a Elisabete Azevedo do Recreativo de Águeda com o tempo de 55:15.
A chegada no Queimódromo
A chegada de todas as provas ficou instalada no Queimódromo, onde a entrega de prémios se realizou com a presença de várias entidades.

A Maratona do Porto EDP tem vindo a afirmar-se como a Maratona de referência em Portugal beneficiando de um cenário invejável, tanto para os seus participantes, como para os espectadores, que ano após anos marcam presença neste grande evento em maior número.
O praticante nesta edição esteve presente com a sua parceira a Associação Desportiva de Amarante / OPraticante.pt.

Foto da Associação Desportiva de Amarante
Associação Desportiva de Amarante / OPraticante.pt boas prestações
Como não poderia deixar de ser a Associação Desportiva de Amarante / OPraticante.pt marcou presença nesta 13ª Edição em ambas vertentes competitivas. Com uma equipa composta de 15 atletas repartidos entre a Family Race e a 13ª Maratona do Porto, a secção de Atletismo do Porto obteve excelentes resultados sendo de destacar a atleta Ana Correia a participar na sua primeira prova oficial como atleta da Associação Desportiva de Amarante / OPraticante.pt, obtendo 3h:22m:41s, e sendo a 3ª no escalão F40, 27ª na geral e a 15ª Portuguesa, Carlos Queirós que terminou a Family Race em 26º na geral e 13º no escalão M20 em 55min11seg apesar de ainda estar a recuperar de uma lesão grave e Clara Carvalho na sua estreia na Maratona terminou a prova em 4h13min47seg, obtendo o 60º no seu escalão F45.


Estrearam-se na Maratona José Azevedo, Fernando Queirós, Clara Carvalho, Sílvio Pinto e um inesperado estreante Eduardo Ribeiro inscrito na Famiily Race mas que resolveu arriscar os 42 km.
[divide icon=”circle” width=”medium”]
Texto: Davide Pinheiro
Fotos: Davide Pinheiro / RunPorto