RUI COSTA ESTÁ COMO O VINHO DO PORTO
Rui Costa (EF Education-EasyPost) conquistou este domingo a prova de fundo do Campeonato Nacional de Estrada, revelando-se o mais forte dos quatro corredores que iniciaram a subida final, para o Castelo de Santa Maria da Feira, na luta pela camisola de campeão.
O ciclista português Rui Costa, aos 37 anos de idade, mostra que está como o Vinho do Porto, quanto mais idade melhor, e em excelente forma, será que o seu nome se inclui nos oito ciclistas que serão escolhidos para o Tour ?
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Fonte: Federação Portuguesa de Ciclismo
Rui Costa coroado campeão nacional no Castelo da Feira
A corrida teve 164,1 quilómetros, mas começou a definir-se bem cedo.
Foi ao quilómetro 17, quando o campeão em título, Ivo Oliveira (UAE Team Emirates) saltou para a frente de corrida que os alarmes soaram.
Os mais astutos perceberam que não se tratava de um ataque para animar a corrida, mas de uma movimentação com potencial decisivo.
Daí que a Ivo Oliveira tenham acabado por juntar-se mais oito ciclistas, formando uma frente de corrida com nove homens, que, cedo se percebeu, iria decidir o campeão nacional:
Ivo Oliveira e Rui Oliveira (UAE Team Emirates), Rui Costa (EF Education-EasyPost), Joaquim Silva e Tiago Antunes (Efapel Cycling), Afonso Silva e Diogo Barbosa (AP Hotels & Resorts-Tavira-SC Farense) e Luís Gomes (Gi Group Holding-Simoldes-UDO).
No pelotão, António Morgado (UAE Team Emirates), atrasado por duas trocas de bicicleta, e as equipas ABTF Betão-Feirense, Rádio Popular-Paredes-Boavista e Sabgal-Anicolor, sem representantes na fuga, ainda tentaram fazer a “ponte” para a frente da corrida.
Apesar de a diferença ter sido inferior a um minuto durante dezenas de quilómetros, não havia força de trabalho atrás capaz de fechar o espaço sem hipotecar de imediato a hipótese de, chegando adiante, discutir a corrida.
Foram os nove fugitivos que discutiram o título
Foi, pois, o grupo de nove que discutiu o título. A passagem dos quilómetros fez a seleção natural. Mais uma vez com Ivo Oliveira a ter um papel de grande importância.
Foi dele que partiram as acelerações que selecionaram a frente de corrida, limitando-a a ele próprio, ao irmão gémeo, a Rui Costa, Afonso Silva e Luís Gomes.
Na entrada para a última das seis voltas, Ivo ficou para trás, deixando o palco para os restantes quatro corredores.
O quarteto, cauteloso, poupou-se para a subida final, 700 metros de empedrado com final no Castelo da Feira.
O ciclista português Rui Costa foi o mais forte, cortando a meta na primeira posição.
Rui Oliveira, segundo a dois segundos, e Luís Gomes, terceiro, a 11 segundos, repetiram as mesmas posições da edição transata do Campeonato Nacional.
É o terceiro título nacional de fundo na categoria de elite para Rui Costa, vencedor das três últimas edições em que participou, 2015, 2020 e 2024.
A leitura de corrida foi essencial para o resultado
“Já vim com uma ideia da tática a seguir hoje. Sei quão complicado é correr em Portugal.
No WorldTour estamos habituados a corridas muito controladas e isso aqui não acontece.
A UAE vinha com três elementos e eu tinha de fechar o espaço para eles, porque não queria perder o campeonato nos primeiros quilómetros.
Desgastei-me, mas foi fundamental, pois permitiu-me disputar o título no fim”, conta Rui Costa.
Os ataques de Ivo e Rui Oliveira na entrada dos 50 quilómetros finais tiveram resposta.
“Tive muito desgaste para fechar espaços, mas as pernas responderam da melhor maneira na parte final.
Sabia que o Rui estava bem e sentia-me um bocadinho reticente, mas também sabia que tinha de dar o meu melhor para conquistar este título que tanto orgulho me dará levar além fronteiras”, frisou o vencedor.
Após um início de época marcado por uma queda, na Volta ao Algarve, que ditou uma paragem de alguns meses, Rui Costa espera que a corrida de hoje seja um momento de viragem.
“Como se costuma dizer, há situações que às vezes vêm por bem. Claro que ninguém quer cair e foi um momento complicado.
Não foi fácil sair da situação, mas o foco foi recuperar e hoje aqui estou eu, com mais um título nacional.
Se olho para trás, vejo o lado positivo desta história. Talvez tenha acontecido por algum motivo”, reflete o campeão mundial de 2013.
Agora aguarda por um telefonema que pode trazer uma boa notícia: “Estou à espera que a equipa indique os oito para o Tour, queria estrear lá a camisola de campeão”.