TIAGO PEREIRA PERTO DO QUADRO PRINCIPAL NA MAIA
Tiago Pereira foi o único português a vencer no primeiro dia do Maia Open e ficou mais perto do quadro principal deste ATP Challenger 100.
Evento que a Federação Portuguesa de Ténis e a Câmara Municipal da Maia organizam, até 1 de dezembro, no Complexo Municipal de Ténis da Maia.
Em sentido contrário, Diogo Marques, José Freitas e os maiatos Tiago Silva, João Dinis Silva e Guilherme Valdoleiros foram eliminados.
Fonte: Gabinete de Imprensa do Maia Open
Tiago Pereira impôs-se no duelo ibérico
Depois de duas semanas a competir praticamente em casa, o algarvio Tiago Pereira (534.º classificado no ranking mundial) rumou ao Norte do país.
Impôs-se no duelo ibérico com Miguel Damas (422.º) em duas partidas, com os parciais de 7-5 e 6-2.
Um encontro em que não deu sinais da curta adaptação à terra batida maiata depois de seis semanas consecutivas em hard courts.
Pelo contrário, Tiago Pereira tirou vantagem da velocidade do court central do Complexo Municipal de Ténis da Maia para ditar o ritmo de um encontro que, à exceção da quebra de concentração que lhe custou o break de vantagem logo ao sexto jogo, decorreu sem percalços face a um adversário com menos soluções.
Tiago Pereira pode chegar à centena de triunfos
E explicou a mudança de abordagem que o ajudou a sorrir para celebrar pela 99.ª vez este ano (42 vitórias em singulares, 57 em pares):
“Não tenho o pé no melhor estado, tenho uma racha no dedo grande já há um mês e continua a doer-me bastante.
Por isso vim para o encontro sem expetativas, só para aproveitar ao máximo.
Divertir-me, tentar agarrar as oportunidades que surgissem e foi esse o caso”, disse após assinar a primeira vitória portuguesa do torneio.
Para chegar à centena de triunfos naquela que pode ser a derradeira semana competitiva do ano (não descartou a possibilidade de ainda voltar aos torneios ITF), o resistente luso no qualifying terá de superar o segundo cabeça de série desta fase, Oleksandr Ovcharenko (329.º).
Marcado para as 12 horas no Court Central, esse será o único duelo desta segunda-feira a contar com representação nacional.
Os quatro portugueses já assegurados no quadro principal (Henrique Rocha, Frederico Silva, Pedro Araújo e Francisco Rocha) só jogam no dia seguinte.
A comitiva era bem maior à entrada para a jornada inaugural, mas sofreu cinco baixas ao longo do dia.
José Freitas surpreendido com um wild card
Entre as derrotas, um dos destaques foi a estreia inesperada de José Freitas.
O jovem vimaranense de 18 anos veio para a Maia de forma a aproveitar a semana de torneio para treinar com jogadores de outro calibre e acabou surpreendido com um wild card para o qualifying.
“Não estava nada à espera desta oportunidade, foi uma coisa vinda do nada.
Ontem estava aqui a treinar porque o objetivo desta semana era aproveitar os parceiros de treino e quando fui ver o quadro estava lá o meu nome”, explicou, ainda incrédulo, pouco depois da derrota por 6-2 e 6-0 para o mais cotado e experiente Max Alcala Gurri (459.º) logo pela manhã.
“Fui ver um jogo de futebol dos meus amigos e depois vim cá para aproveitar o treino.
Até foram eles que do nada me surpreenderam com a notícia e eu achei que estavam a brincar comigo”, acrescentou Freitas antes de dar a conhecer os dois objetivos de carreira:
“Entrei em medicina na Universidade Nova, mas quando acabei o 12.º este ano decidi dedicar-me a 100% ao ténis durante o próximo, por isso vamos ver como é que corre.
Com a quantidade de anos que já tenho ligado ao desporto, medicina desportiva seria incrível.
Mas o curso é tão longo que ainda tenho muitos anos para decidir e para já vai ficar em segundo plano.“
Diogo Marques com uma derrota agridoce
Pouco depois, Diogo Marques (902.º) encerrou a temporada individual — ainda jogará pares — com uma derrota agridoce ao perder por 6-3 e 6-2 para o neerlandês Ryan Nijboer (389.º) num encontro marcado por um contratempo físico que o limitou.
“No 4-3, ao apoiar-me para bater uma esquerda aberta, senti um toque no tornozelo que me condicionou um bocadinho a partir daí.
Ele apercebeu-se, começou a jogar com mais amorties, a deixar a bola mais curta e a variar muito mais.
Apesar de tudo até me senti a jogar bastante bem, servi e respondi bem.
Mas infelizmente no segundo set ele pôs-me imensa pressão e eu já nem consegui discutir o resultado”, reconheceu de forma humilde o setubalense.
Apesar da derrota Diogo Marques entrará pela primeira vez no top 900 já esta segunda-feira, devido aos pontos ganhos em Vale do Lobo na última quinzena.
O que mais resistência ofereceu foi João Dinis Silva
A segunda metade da jornada ditou o afastamento dos três representantes da Escola de Ténis da Maia que foram a jogo na fase de qualificação.
O campeão nacional de sub 18, João Dinis Silva (1618.º), foi o primeiro a cair.
Mas também o que mais resistência ofereceu e só perdeu por 7-5 e 6-3 com o espanhol Nicolas Alvarez Varona (375.º) depois de quase duas horas de um encontro nivelado e com algumas janelas de oportunidade em pleno court central.
Tiago Silva (1523.º), o irmão mais velho, cedeu por 6-2 e 6-3 para o top 400 Gerard Campana Lee (376.º) um par de horas depois.
Naquele que foi o regresso à competição internacional pela primeira vez desde o verão.
Aproveitou uma nova interrupção letiva nos Estados Unidos da América para regressar a casa e voltar a competir no Maia Open.
Pelo meio, Guilherme Valdoleiros despediu-se de uma reta final de 2024 memorável que o viu ser semifinalista de singulares e campeão de pares no Campeonato Nacional Absoluto antes de conquistar, na última semana em Vale do Lobo, o primeiro ponto ATP da carreira.
O mais velho (25 anos) dos três maiatos que entraram em campo neste domingo recuperou de break abaixo em ambos os sets para dar outra cor à derrota por 6-2 e 6-2 perante Anton Matusevich (405.º).
Jornada marcada pela desistência de Fabio Fognini
A jornada deste domingo também ficou marcada pela desistência de Fabio Fognini.
O italiano de 37 anos (atualmente no 84.º lugar do ranking depois de ter sido nono em 2019) conquistou o Challenger de Montemar, em Espanha, e com esse título assegurou a entrada direta no quadro principal do Australian Open.
Ao abdicar do torneio português, onde seria o primeiro cabeça de série, Fognini deixou Pedro Araújo à espera do qualifying para saber se enfrenta um qualifier ou um lucky loser.
A mesma condição passou a ter Henrique Rocha com a desistência de outro italiano, Francesco Maestrelli, depois de ser finalista de um Challenger em Rovereto.