TOMÁS BESSA NA FRENTE COM RESULTADO HISTÓRICO

Tomás Bessa - Foto: Getty Images

Tomás Bessa assinou a melhor exibição da sua carreira profissional, de 9 pancadas abaixo do Par, e assumiu o comando da 61.ª edição do Open de Portugal at Royal Óbidos, o torneio da Federação Portuguesa de Golfe (FPG), de 250 mil euros em prémios monetários, que ontem (quinta-feira) teve a sua tacada de saída, no Royal Óbidos Spa & Golf Resort, terminando no Domingo.

A melhor exibição da carreira profissional de Tomás Bessa

O português de 27 anos entregou um cartão com 63 pancadas (-9) e dispõe de uma vantagem de 2 em relação ao britânico Marco Penge, bem como de 3 sobre um grupo de quatro jogadores empatados no 3.º lugar.

Dos 144 participantes do mais importante torneio de golfe nacional em 2023, sete são portugueses e três deles estão dentro do cut provisório, fixado em 1 pancada abaixo do Par do traçado de Seve Ballesteros.

Ricardo Melo Gouveia, que foi 4.º há dois anos, integra o grupo dos 31.º classificados, com 70 (-2), enquanto Vítor Lopes, que em 2020 foi 7.º, surge empatado em 51.º com 71 (-1), com a curiosidade dos três terem arrancado um birdie no último buraco, o 18.

Mesmo às portas do cut provisório, no grupo dos 69.º posicionados, estão mais dois portugueses, Pedro Lencart e Tomás Melo Gouveia, com 72 (Par). A 2 ‘shots’ do cut, Ricardo Santos é 89.º empatado (+1).

João Pinto Basto, a estrear-se na prova e a disputar apenas o seu terceiro torneio no Challenge Tour, parece definitivamente afastado de um apuramento para o fim de semana, após uma volta inaugural de 79 (+7).

Ashley Chesters, o autor do hole in one, Foto: Rodrigo Gatinho – FPG

Antigo campeão europeu amador, Ashley Chesters, carimbou um hole-in-one

Num dia em que o antigo campeão europeu amador, Ashley Chesters, carimbou um hole-in-one no buraco 13, de 136 metros, com um ‘shot’ de ferro-8, a grande figura foi mesmo Tomás Bessa.

O campeão nacional de 2020 igualou o recorde do campo fixado pelo neerlandês Daan Huizing, na edição de 2021, e ambos tiveram o mérito de somarem 9 birdies, não sofrendo qualquer bogey.

Claro que, como está a jogar-se esta semana com colocação de bola no fairway, o resultado não pode ser homologado como recorde do campo, mas nem por isso deixa de ser um feito.

Por outro lado, Bessa alcançou a melhor volta de sempre de um português desde que o Open de Portugal veio para Royal Óbidos em 2020, superando as 65 pancadas que tinham sido alcançadas por Vítor Lopes e Pedro Figueiredo.

Finalmente, o jogador de 27 anos tornou-se no segundo português a liderar o Open de Portugal aos 18 buracos desde que a prova veio para Óbidos, repetindo o sucesso de Vítor Lopes em 2020.

Nesse ano, Vítor Lopes comandou – ou isolado, ou em coliderança – durante as três primeiras voltas, terminando a semana num bom 7.º lugar.

, Foto: Rodrigo Gatinho – FPG

O resultado de ontem permite a Bessa sonhar alto

Tomás Bessa é o 189.º na Corrida para Maiorca, ou seja, muito longe do top-76 que em 2023 garante a manutenção no Challenge Tour (a segunda divisão europeia) para 2024.

Uma vitória, para além do prémio de 40 mil euros, iria dar-lhe 320 pontos para o ranking, com grandes hipóteses de entrar no top-45 que se qualifica no final da temporada para a Rolex Challenge Tour Grand Final supported by the R&A.

Embora ainda haja eventos na Suíça, em França e na China, a seguir a Portugal, um apuramento para a Grande Final em Espanha significaria que estaria na luta pela subida de divisão, para o DP World Tour em 2024. O resultado de ontem permite-lhe sonhar alto.

Ricardo Melo Gouveia não sente tanto essa pressão,

O português Ricardo Melo Gouveia, no 21.º lugar da Corrida para Maiorca não sente tanto essa pressão, mas o seu irmão, Tomás Melo Gouveia, no 60.º lugar do ranking, é outro que tem grandes objetivos neste Open de Portugal.

Ricardo Melo Gouveia, Foto: Rodrigo Gatinho – FPG

Um primeiro alvo será integrar o top-72 que se qualifica para o torneio na China e um segundo objetivo, o tal top-45 de Maiorca.

Para os outros jogadores portugueses a situação é bem diferente. Vítor Lopes deverá encerrar a sua época internacional esta semana.

Ricardo Santos, por seu lado, está sobretudo a rodar para a ponta final de época no DP World Tour (a primeira divisão europeia, onde milita) e João Pinto Basto procura ganhar experiência internacional.

Ricardo Santos, Foto: Rodrigo Gatinho – FPG

Aliás, nesse sentido, foi bonito o gesto de Pedro Figueiredo, ao aparecer hoje como caddie de João Pinto Basto. São companheiros de clube, no Quinta do Peru Golf & Country Club.

Como “Figgy” tem jogado bem neste campo, em edições anteriores, veio ajudar João Pinto Basto a conhecer melhor os segredos do desenho de Ballesteros.

O jogador português do DP World Tour estava inscrito na prova, mas depois de passar o cut na Irlanda, na semana passada, optou por desistir, porque estava a sentir cansaço acumulado e agora vêm aí mais cinco semanas seguidas de torneios que poderão decidir o seu futuro em 2024.

«O objetivo (ganhar) mantém-se»

Aos media internacionais (tradução do inglês) Tomás Bessa declarou: «Joguei espantosamente durante 18 buracos, fiz bons putts, bons swings e estou muito feliz com a volta que fiz.

Alcançar a minha melhor volta de sempre no meu próprio país, faz com que seja ainda mais especial.

Joguei muito bem do tee ao green, mas em putts de meia e curta distância meti-os todos. Só falhei um par de greens e nesses fiz bons up and downs.

Tentei manter-me calmo durante toda a volta. A época não tem estado a correr-me bem, sobretudo do ponto de vista mental tem sido duro, mas hoje senti-me com bom ritmo, com confiança, o meu caddie (Daniel Caixeiro) ajudou-me imenso em manter-me no presente e fiz um bom trabalho.

Claro que uma vitória mudaria tudo e seria muito especial ter um primeiro título ou uma classificação muito elevada».

Aos media nacionais: «É bom saber que tenho esse marco (da melhor volta de um português em Royal Óbidos) e, obviamente, fico muito feliz.

São quatro voltas, há ainda muito golfe para se jogar, mas obviamente que começar bem é excelente. O objetivo (ganhar) mantém-se e acho que tenho boas hipóteses de continuar a fazer um bom torneio.

É muito bom e especial, pois nunca tinha liderado um torneio do Challenge Tour ao final de uma volta.

Sendo em Portugal, num campo que tanto gosto, com os meus pais a verem-me jogar, com os meus amigos, torna tudo muito mais especial e tem sido muito bom para mim».

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