Augusto objetivo: bater o record nacional de maratona no meu escalão

Augusto Costa

Augusto Costa

O Augusto Costa cai no mundo do Atletismo por mero acaso! Em 2009, um amigo pede-lhe para o levar à Póvoa de Varzim para participar na meia-maratona que ali se iria realizar.

Já na Póvoa e sem intenções de correr, surge-lhe a oportunidade de participar na prova! Sem equipamento adequado e sem ter sequer alguma vez corrido uma meia-maratona e porque estava de sapatilhas naquele dia, atreveu-se! Fez a meia-maratona em 1 hora e 16 min, foi terceiro do seu escalão!

Iniciava-se acidentalmente a sua carreira no atletismo.

Foto: Cristina Moreira

Augusto Costa “ Objetivo: bater o record nacional de maratona no meu escalão ”

A correr atualmente pelos Amigos da Montanha tem como principal objetivo bater o record nacional de maratona do seu escalão nos próximos dois anos.

1. – Como e quando é que surge o atletismo na sua vida?

A Atletismo surgiu por acaso quando um amigo me pediu para o levar à Povoa de Varzim para participar numa prova de estrada.

Entretanto, surgiu um dorsal de um colega que não pode participar. Estava de sapatilhas e lá fui eu! Recordo me que fiz um bom tem e fiquei bem classificado no meu escalão.

Como já estava um pouco cansado das bicicletas comecei a treinar. Depois comecei a aparecer no parque das Taipas, o Sr. Capela viu-me e convidou-me para o seu grupo.

Foto – Prozis

Depois participei numa prova fui logo ao pódio no meu escalão e todos ficaram de boca aberta com o meu resultado. Integrei o Núcleo de Atletismo das Taipas e comecei a treinar com regularidade com o Sr. Carlos e bons resultados foram aparecendo e a partir daí foi sempre a crescer.

Conheci, entretanto, a Doroteia Peixoto e o Sr. Carvalho e comecei a treinar com eles. Fui crescendo como atleta e conheci o Ricardo Ribas que passou a treinar-me. Entretanto recebi o convite dos Amigos da Montanha para integrar a equipa onde me encontro atualmente.

2. – Como é ser treinado pelo Ricardo Ribas, também conhecido por “el Comandante”? É um treinador exigente?

Augusto Costa e Ricardo Ribas

O Ricardo Ribas não é um treinador! Alias ele é tudo menos treinador, ele é simplesmente o maior amigo que nós podemos ter! Falo por mim, claro!

Mas penso que posso falar por todos os meus colegas, não há um dia em que ele não me ligue, mesmo sabendo que estarei com ele no treino ao final da tarde. Mas ele não é assim só comigo, ele trata os elementos do grupo por igual. Nunca temos de nos preocupar com nada, ele trata de tudo, só temos a preocupação de treinar. Ele só não anda com nós ao colo senão puder! Por isso a alcunha “Elcomandante” encaixa nele que nem uma luva.

Se é um treinador exigente????? Muito, muito mesmo! Mas isso traz-nos uma vantagem porque depois vamos para as provas mais tranquilos pela confiança que nos transmite.

3. – Em que se baseia o seu treino? Impõe-se regras?

Eu trabalho 8 horas por dia e treino sempre ao final do dia com exceção dos sábados e domingos em que treino de manhã.

Basicamente o meu treino baseia-se em rolamentos, treinos intervalados curtos e longos. Aos domingos se estiver a treinar para a maratona faço um treino mais longo para “meter quilómetros nas pernas”.

O Ribas dá-nos os exercícios a fazer a cada treino, isso facilita-nos a vida! É engraçado a capacidade de ele nos avaliar! Ao fim de 5 minutos de treino ele já sabe se estamos bem ou não para treinar! Já me aconteceu estar a fazer treino intervalado e estar um pouco cansado, não precisei de dizer nada ele viu que não estava bem e mandou-me parar.

4. – O grupo de treino do Ricardo Ribas é composto por atletas de vários clubes. Como se relaciona e qual é o ambiente durante os treinos com os outros colegas?

Olhe é simplesmente “Fantástico”! O problema não é ter atletas de vários clubes isso é fácil! Difícil é ter atletas com feitios diferentes, mas o Ribas tem uma capacidade incrível, consegue lidar com cada um de nós, coordena-nos e “comanda-nos” no bom sentido da palavra por isso ter é que é o “elcomandante”.

5. – Como explica os seus bons resultados apesar de ter começado tardiamente no mundo da corrida?

O Ribas já me disse uma vez que se eu tivesse começado o atletismo aos 18 anos teria feito resultados melhores que ele, na altura até me arrepiei todo com as palavras dele!

Mas isso é coisa que nunca vamos saber, o que sei são os resultados que eu tenho feito e talvez possa ser daqueles talentos que aparecem tarde por não termos sido descobertos mais cedo. Tenho as minhas qualidades e o Ribas trabalha-as da melhor maneira para eu alcançar os meus objetivos.

6. – O Augusto corre pelos Amigos da Montanha enquanto muitos dos seus colegas de estrada estão ligados a clubes com maior destaque. Isso tem alguma influência no seu percurso desportivo?

Fui para os Amigos da Montanha há 3 anos para integrar um Projeto Fantástico onde tenho sentido um carinho enorme e sinto-me muito valorizado pelos resultados que tenho feito. Sinto também enorme agrado que os miúdos da formação olhem para a Doroteia e para mim e como referências a seguir.

A prática do atletismo tem custos como em qualquer desporto, os Amigos da Montanha comparticipam nas despesas das competições em que participo. Em contrapartida retribuo com vitórias no meu escalão.

Os Amigos da Montanha dão-me desta forma uma oportunidade para atingir os meus objetivos. Não seria possível de outra forma.

Ricardo Ribas, Doroteia Peixoto e Augusto Costa

7. – Venceu recentemente a maratona em Valência o que é que este título representa para si?

Claro, fiquei bastante contente, como fiquei quando venci a de Sevilha 2015 e Hamburgo 2016! Mas não fiquei totalmente satisfeito.

O meu objetivo era bater o Record Nacional no meu escalão e ainda não foi desta vez. Mas não perdi esperança, ainda tenho dois anos para o fazer neste escalão para o conseguir. Ainda não atirei a toalha ao chão!

8. – Tem sido várias vezes requisitado por colegas para servir de lebre em algumas provas. Sacrificar a sua prova em prol de um(a) atleta traz-lhe alguma satisfação?

Para mim é muito gratificante ajudar seja quem for e vivo esse resultado com a mesma intensidade a própria atleta. O que senti em Sevilha quando acompanhei a Filomena Costa foram momentos que irão ficar para sempre em mim.

Quando ajudo a Doroteia, que gosta particularmente de correr meias maratonas, vivo intensamente os seus resultados como se fossem meus, ainda me dá mais satisfação por ser colega e amiga do meu clube.

Augusto Costa e Doroteia Peixoto

9. – Quais são os grandes objetivos para o futuro? Sonha com alguma participação numa prova em particular?

O meu grande objetivo é bater o Record Nacional na Maratona do meu escalão M45, como já referi, o Ribas e eu pensamos apostar no Europeu e Mundial de Veteranos com as cores de Portugal.

Sabemos que teremos de suportar a totalidade das despesas, mas mesmo assim correr com as cores da seleção é para mim um enorme orgulho. O equipamento já o tenho!

Foi oferecido pelo Elcomandante por isso só tenho agora de me dedicar de alma e coração para conseguir este objetivo.

Augusto Costa
Augusto Costa

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Entrevista realizada por: Davide Pinheiro
Fotos: Facebook do Atleta

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