Centro BTT Santa Comba, belo local para treinos

centro btt

Primeiros dias no Centro BTT Santa Comba – Seia, local onde as dores nas pernas substituem-se pelas paisagens únicas.

Centro BTT Santa Comba – Seia

Centro BTT Santa Comba com quatro tracks registados e disponíveis para os amantes da modalidade, entre o fácil com uma distância de 8kms e 125mts de acumulado e o muito difícil com uma distância de 73kms e 2350mts de acumulado, nada como que para quem chega aqui pela primeira vez, pensar em optar pelos dois mais equilibrados. Um de dificuldade acessível com uma distância de 36,8kms com 650mts de acumulado e o outro com dificuldade difícil com 48,6kms e 1490mts de acumulado.

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No primeiro dia de treino, despertar bem cedo foi ordem do dia, como os trilhos eram completamente desconhecidos e não ter informações sobre o estado de conservação dos mesmos, eram fator do resultado do tempo percorrido no final do treino.

O dia apresentava uma temperatura fresca, com um vento maroto a soprar e algumas nuvens a lutarem contra os raios de Sol, para aumentar a temperatura ambiente era aumentar o ritmo da pedalada.

Com o acumular dos kms a temperatura já se fazia sentir mais confortável, mas cada vez que os trilhos baixavam de altura e entrava na zona de bosques lá o fresquinho entrava no corpo, fazendo com que a temperatura corporal baixasse, mas era por pouco tempo, pois logo aparecia uma subida para aquecer as pernas.

Paisagens mudavam constantemente

As paisagens deste track iam mudando constantemente, ou encontrava-me no interior de bosques ou nos topos e avistava a encosta da Serra da Estrela, mas por pouco tempo, os bosques deram lugar a umas zonas de rock garden. O meu calcanhar de Aquiles, a minha zona de desconforto, no primeiro entrei desconfiado e tímido, até posso avançar que estava mesmo muito receoso. A intenção era finalizar o treino sem avarias e marcas no físico, desmontei e percorri uns metros a pé.

As povoações começavam a aparecer no percurso, as gentes da terra olhavam-me com um ar de admirado, não que não estejam habituados certamente a presença de praticantes de btt ou caminhantes, mas certamente era pela hora da manhã que eu ali passava.

Ou se desce ou se sobe, mais uma vez num topo dei de caras com mais um rock garden, daquelas zonas de pedras características desta zona, pedras enormes e lisas, atravessar esta zona foi muito divertido, a confiar na minha máquina e na sua suspensão de 120mm faziam com que a minha confiança aumentasse.

Momento de enorme divertimento

Um momento de enorme divertimento, só quebrado pelo aparecimento de dois cães Serra da Estrela, que pela minha aproximação ao rebanho de ovelhas, resolveram vir mostrar as suas belas fortes vozes e os seus dentinhos brilhantes, hehehehehe, nada como dar a perna e fugir o mais rápido possível, a sorte foi que era a descer e ganhei uma boa distância.

O final estava próximo, uma zona com areia solta, a fazer-me pensar que estava a pedalar na bela Mata da Apostiça, só mesmo aquele momento final para acabar com o resto das pernas.

E assim foi o primeiro dia de treino no Centro BTT Santa Comba com a utilização do track 22 em que a marcação está correcta, não cruza zonas particulares, basta mesmo utilizar um belo GPS, ter força nas pernas e vontade.

Segundo dia de treino

O tempo despendido para treinar era mais extenso, optei novamente por o ponto de partida ser o Centro de BTT Santa Comba, mas não fazer por completo nenhum dos tracks definidos.

O Objetivo principal era subir até a Povoação de Povoa Velha, onde queria visitar e dar um enorme abraço ao Srº Rui Mendonça, proprietário das Casas do Pastor, um local excelente para passar uns dias de férias ou um fim de semana, com umas mordomias de nos fazer sentir como na nossa própria casa.

O track que me iria fazer passar pela Povoa Velha era o mais difícil e longo, track24, pouco a pouco lá ia, mais subindo que descer, zonas de pura dureza a fazer-me puxar pelo cabedal, a temperatura do dia era muito mais quente, mas o género de trilhos era diferente, bem mais ao estilo a que estou habituado e transportando-me para a minha zona de conforto.

Um início em estradões a passar junto do aeródromo de Seia, outrora utilizado por aviões de combate a incêndios, mas era sol de pouca dura assim que cheguei a base da encosta da Serra.

“Cai de Costas” da Serra do Louro

As subidas pareciam o famoso “Cai de Costas” da Serra do Louro, suspensões trancadas e toca a esmifrar os músculos, mais uma subida conquistada mais perto estava do objetivo.

Ao atravessar uma zona de cultivo e fazendo cumprir a minha educação, dei os bons dias a uma senhora que por ali andava. Recebi logo resposta “Rapazinho de onde és? Que andas aqui a fazer já de manhã?” respondi que era de Lisboa e que ia em direção a Povoa Velha. Pimba sai mais uma resposta vinda da humilde senhora. “Mas estais maluco? Cara…Piiiii te Fod…Piiiii pela Serra é sempre a subir!” parei e estive um pouco a conversa com a Senhora, após trocar umas belas palavras sobre a sua família e a minha, a mesma desejou-me boa sorte e toca para cá uma selfie para registar o momento. Um enorme abraço a Senhora Maria Onelia que também levou duas beijocas.

Entre subidas e as belas paisagens

Entre subidas e as belas paisagens que se avistavam cada vez que subia uns metros na altitude, lá iam aparecendo umas zonas de pedra, mas com a confiança que tinha ganho no outro treino, era apontar a frente da máquina e atravessar.

Chegado a estrada que liga Seia ao Sabugal, resolvi abandonar o track e subir pelo alcatrão e chegar ao objetivo. Ali estava por aquilo que lutei durante as duras subidas Povoa Velha e o empreendimento das Casas do Pastor.

Procurei pelo anfitrião e na zona de refeições ouvi logo a sua voz “É favor entrar!” por entre os seus hospedes, sentados a disfrutar de um belíssimo pequeno almoço, resolvi fazer uma passagem de modelo desportivo hehehehe mostrando o belíssimo equipamento da Equipa SFOA Cycle Team.

Fui logo presenteado com um belíssimo sumo de laranja, fresquinho que por indicação do grande amigo Rui, ia-me dar força para retomar a casa. Uma breve troca de palavras, uma foto para registar o momento e umas indicações para desfrutar do trajeto, lá me fiz novamente as subidas.

Objetivo principal concluído

Objetivo principal concluído e encontrava-me a 870 metros de altitude, a poucos metros reencontrei o track que iniciei, que me iria levar de novo ao início, bem mas se o Centro de BTT era lá em baixo, então agora seria um percurso maioritariamente a descer, hum! Tempo de testar a máquina nas duras descidas que avistava.

Mais uma vez a confiança crescia e a cumplicidade entre eu e a Orbea fazia com que os momentos passassem a um enorme registo de divertimentos.

Paragem de 5 minutos para apreciar a paisagem numa capela no meio da Serra, dica dada pelo Sr Rui Mendonça que fiz questão de cumprir e registar o momento em foto, realmente as paisagens, o silêncio fazem nos pensar um pouco de como momentos destes são importantes na vida, fazem pensar no quanto se vive num País pequeno mas com uma diversidade de belezas únicas.

Trajeto quase concluído e a dor de pernas estava cá, sempre me disseram se dói é porque estás a treinar e a dar o teu melhor.

Finalizado mais um dia por Seia, agora é tempo de dar descanso ao físico, admirar as belas fotos e retomar os treinos brevemente.

Voltarei brevemente para vos dar conta do resto da aventura.

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Texto / fotos: Rui Bastos

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