Challenger, três portugueses nas meias-finais pela primeira vez
Share the post "Challenger, três portugueses nas meias-finais pela primeira vez"
Nuno Borges (378.º do ranking ATP) e Gonçalo Oliveira (296.º) qualificaram-se, esta sexta-feira, para as meias-finais de singulares do Oeiras Open, juntando-se ao compatriota Gastão Elias (323.º), pelo que o ATP Challenger 50 organizado pela Federação Portuguesa de Ténis no Complexo Desportivo do Jamor será o primeiro evento da história deste circuito a contar com a presença de três tenistas lusos na penúltima ronda.
Texto: Gaspar Ribeiro Lança
Fotos: Sara Falcão
Sitio oficial do evento.
Três portugueses nas meias-finais de um Challenger pela primeira vez
Dois dias depois de se qualificar pela primeira vez para os quartos de final de um Challenger, Nuno Borges levou a melhor perante o francês Manuel Guinard (324.º) em três partidas, por 6-3, 3-6 e 6-3, para continuar a fazer história pessoal na terra batida do Jamor.
“Estou muito feliz, foi mais um desafio superado.
Foi um encontro de altos e baixos e estou contente por ter saído por cima”, começou por dizer o maiato de 24 anos, antes de tecer algumas considerações sobre o adversário gaulês: “Entrou de repente no jogo no final do primeiro set, com mais crer, e eu se calhar não acompanhei bem a mudança do nível dele.
Senti que podia ter ganho o segundo set, mas fiz umas asneiras no final. Depois preocupei-me em entrar bem no terceiro.”
“O Gastão é um exemplo para todos nesse aspeto.”
Nas primeiras meias-finais de singulares da carreira em Challengers, Nuno Borges vai defrontar o compatriota Gastão Elias, contra quem venceu dois dos três encontros que disputou no circuito internacional — sempre em piso rápido.
“Tenho de tentar ao máximo fazer o meu jogo, estar por cima dele e tentar tirar o que ele gosta de fazer e aplicar o que eu gosto de fazer”, anteviu, sem querer adiantar muito, antes de elogiar o compatriota.
“Ele representa mais para mim agora do que antes.
Antigamente via o ténis um bocadinho de longe, agora percebo onde é que ele já chegou, o topo do topo, mas passar por tudo o que ele passou, lesões, perder o ranking todo e voltar ao zero e depois voltar a construir tudo do zero, meter-se outra vez a jogar ITFs e Challengers, tudo isso não é nada fácil.
O Gastão é um exemplo para todos nesse aspeto.”
Segundo encontro da história entre os dois portugueses num Challenger
Depois de Gastão Elias, que avançou ainda na véspera, e de Nuno Borges, também Gonçalo Oliveira garantiu a presença nas meias-finais do Oeiras Open, ao derrotar o compatriota Tiago Cação (551.º) em duas partidas, com os parciais de 7-5 e 6-2.
O encontro desta sexta-feira foi o segundo da história entre os dois portugueses, que já não estavam frente a frente desde 2016, e teve como fator decisivo o primeiro parcial, que Oliveira venceu em 75 minutos e após salvar nove dos 10 pontos de break que enfrentou.
“Senti que estava por cima e que o set ia ser meu, porque estava a dominar os pontos, mas não consegui aproveitar os break points que tive e foi aí que me fui um bocado abaixo.
Tentei ao máximo manter-me em jogo, mas as minhas pernas pesaram demasiado e deixei de conseguir ter a mesma atitude e a mesma energia.
A minha bola começou a ficar mais confortável para ele comandar o ponto e depois foi tudo uma bola de neve”, analisou o jovem natural de Peniche sobre a fase decisiva do encontro, enquanto Gonçalo Oliveira não escondeu as dificuldades físicas após o triunfo.
“Sinto-me com muitas dores de costas e espero estar bem para amanhã.
Tive de gerir o esforço durante todo o encontro, tive de encontrar momentos de ser forte e outros em que esperei que o Tiago relaxasse e desse pontos de graça.
Estou feliz com o resultado final e parabéns ao Tiago porque foi um jogo difícil”, começou por dizer.
“Acordem-me antes do jogo, se faz favor (risos)”
Na abordagem ao encontro de hoje, sábado frente a Pedro Cachin (336.º, que superou Gian Marco Moroni por 6-3, 2-6 e 6-4): “Nunca jogámos, mas somos amigos há muitos anos e conheço-o muito bem.
Ele é um grande jogador e já esteve perto do top 100.
Infelizmente teve lesões.
É um bom rapaz e só espero poder aparecer com algumas energias para aguentar o encontro.
Não vou fazer absolutamente nada até ao jogo de amanhã. Acordem-me antes do jogo, se faz favor (risos)”.
Nuno Borges e Francisco Cabral discutem título de pares
Para além das meias-finais históricas, por serem as primeiras de sempre no ATP Challenger Tour a contar com a presença de três tenistas portugueses, a jornada de sábado também ficará marcada pela final de pares.
Terá jogadores “da casa” em ação: Nuno Borges e Francisco Cabral venceram Nick Chappell e Vladyslav Orlov, por 6-2 e 6-1, e qualificaram-se pela primeira vez para uma decisão desta importância.
À procura do sétimo título lado a lado em torneios internacionais, os dois portugueses — campeões nacionais em título na variante — vão ter pela frente Pavel Kotov e Chun-hsin Tseng, da Rússia e do Taipé.