Chantal Xhervelle na corrida de aventura única

Chantal Xhervelle na Ultra Maratona Atlântica Melides – Tróia a corrida de aventura única na Europa

As características associadas à Ultra Maratona Atlântica Melides – Tróia, pela dureza e dificuldade na progressão no terreno, pelas condições de participação muito próprias e pelo cenário envolvente, com oceano atlântico, a serra da Arrábida e as dunas douradas a marcarem presença em cada passada dada pelo atleta, tornam a competição num evento singular, no panorama europeu das corridas de aventura e de longa distância.

3ª maior extensão de areia contínua do mundo

Importa referir que o palco onde recorre a competição está classificado como sendo a 3ª maior extensão de areia contínua do mundo, característica importantíssima para se perceber a dimensão do trajecto.

Pelas características singulares e com todas as suas vertentes, tanto a Ultra Maratona Atlântica Melides – Tróia como a Corrida atlântica Comporta – Tróia, se demarcam como provas únicas, consolidando-se como ferramenta de promoção do território do concelho de Grândola.

Chantal-Xhervelle-grupo

E foi neste ambiente de festa que foi efectuada a conferência de imprensa no Cine Teatro Grandolense, em Grândola, onde para além de António Mendes, presidente da Câmara Municipal de Grândola, Ceia da Silva, presidente da Região de Turismo do Alentejo, marcaram presença Paulo Guerra, padrinho do evento, Chantal Xhervelle e Fernando Andrade, dois dos seus totalistas do evento, que “O Praticante” teve oportunidade de entrevistar e saber mais do que pensam e vivem no decorrer do evento.

Paulo Guerra é o padrinho

Representa actualmente o Clube Desportivo Casaence.

Ser padrinho deste evento foi uma honra, mais no Alentejo e numa prova unica que corri à 10 anos.
Correr a beira Mar é agradável e a Costa Alentejana é das mais lindas do mundo. É um desafio seja qual for a distância.
Sem duvida uma excelente forma dinamizar a região, trazer turistas portugueses e estrangeiros. Haver pacotes de férias aonde as pessoas corram e visitem a região tão pouco dinamizada / divulgada.
Sobre o evento concluiu que a data da sua realização deve ser mudada e maio é uma boa altura.

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Quem é o Paulo Guerra?

Iniciou-se aos 12 anos, o atletismo foi a sua primeira escolha, tendo -nos declarado que o que lhe deu mais gosto “Conseguir lutar de e ganhar aos Africanos e ser Campeão de Europa de Cross“, abandonou o atletismo após 30 anos a treinar 25 km por dia, por não conseguir ter o rendimento que pretendia na alta competição. o falecimento do seu pai e um cancro aos 38 anos, concluíram essa tomada de decisão.
Combater o câncer através de exames, mas fundamentalmente começou a andar mais protegido e evitar o sol nas horas maléficas.
Neste momento continua na sua modalidade de eleição, o atletismo, agora como técnico a fazer com que a população adquira hábitos saudáveis.
Uso protector solar camisola manga cumprida óculos boné, todos os cuidados serão poucos, neste dia que promete ser de calor extremo.

Conselhos que deixa a quem vai participar na prova

Fazerem treinos na areia, muito fortalecimento a nível de pernas, habituação ao calor e muita resistência.
Uso protector solar, camisola manga cumprida, óculos, boné,
Evitar a quem faz praia, o sol desde 11h até às 18h.

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Chantal Xhervelle

Chantal Xhervelle

48 anos a representar o Clube Pedro Pessoa Escola de Atletismo

O Praticante entrevistou esta atleta, uma dos seis totalistas da Ultra Maratona Melides / Tróia, que nos disse “É um grande orgulho, correr o evento desde 2005, que ocorreu no dia 24 de Julho, e repetir 11 vezes, este ano volta novamente no dia 24 de Julho, é um sentimento que não tem palavras, viver o momento de ir cada vez na luta e conseguir acabar, e uma grande luta para chegar tão feliz na meta !!

Aspectos negativos

Vou começar com os aspectos negativos, os últimos anos, os atletas do pelotão não receberam uma lembrança artesanal ou clássica como aconteceu os anos anteriores, acho muito mal porque conseguir concretizar este grande desafio e não ter o prazer de ter uma coisa pequena na mão que seja uma medalha, uma pedra, uma concha, tantas coisas que a organização pode pensar para dar aos atletas o sabor de voltar e de se lembrar, mostrar a família, amigos como conseguimos a ultrapassar este grande desafio.

Outro aspecto negativo, acho complicado não ter mais um abastecimento na volta de 14-15 km para dividir o percurso no mínimo em três partes, será mais fácil de gerir o esforço, principalmente no mês de Julho, com o calor mais forte do Verão, se olharmos para outras provas extreme, nem uma tem esta falha. Se a organização quer promover a prova e ter mais atletas na distancia maior de 43 km, será bom de rever este aspecto porque a maior desistência acontece na praia de Comporta (28,5 km), os atletas já estão com grande desidratação, já e tarde para receber agua “quente” porque não há bebidas isotónicas….

Os prémios de Chantal Xhervelle

Chantal-Xhervelle
Chantal Xhervelle

Aspectos positivos

Os aspectos positivos, durante a prova, há sempre motas de controle com médicos para ver se tudo esta a correr bem, controle dos tempos quase a cada praia, a prova é única, sem interrupção no percurso, sem obstáculos, a Costa Alentejana é lindíssima, depois da prova, recebemos todos os cuidados para que cada atleta fique bem com frutas, bebidas e massagens, a organização tem várias possibilidades de transporte para facilitar o acesso pratico e fácil de chegar a Melides e regressar com o autocarro.

Desde há três anos, existe uma prova de 15 km com partida a Comporta, também é um aspecto muito positivo, e uma forma de os atletas se iniciarem no evento.

Chantal Xhervelle disse “que cada edição é diferente ! Cada vez, quando vejo a meta, penso “nunca mais” :-), e volto sempre ….

Para esta edição de 2016, a 12ª edição, estou preparada para atacar a areia conforme aos treinos, depois depende do piso com a maré do dia, do temperatura, do vento e da forma do dia, mas em principio, estou preparada para o pior e quero chegar na meta !

E terminou referindo que praticar atletismo, é uma grande palavra, “Experimentei um pouco tudo, estrada com distancia curta e comprida, trail na areia, mas também na montanhas e floresta, de dia como de noite, ultra trail e também …. provas na pista 🙂 ! O que da mais gosto ? E tentar conseguir concretizar o que gostamos e para quais nós trabalhamos, para tentar atingir os nossos objetivos, quer sejam grandes ou pequenos, da prazer de correr, ter desafios e viver com alegrias !!

Fernando Andrade

61 anos de idade a representar a Açoreana, um dos totalistas do evento falamos com ele que nos disse:

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Ser totalista desta Prova é um orgulho e uma honra.

Aceitar este desafio, de características completamente diferentes daquelas que tinha experimentado até ali (2005) fez-me sentir que tinha subido uns bons degraus na avaliação das minhas capacidades. E depois, o hábito que tinha de relatar cada uma das experiências (visualize aqui os meus relatos) fez com que em cada ano, me lembrasse dos erros cometidos e procurasse corrigi-los. Claro que apareciam outros. Ao longo das 11 edições realizadas desde 2005, ainda não consegui encontrar a solução perfeita.

É esse o encanto desta Prova, em que conjugamos a dureza do percurso, as condições atmosféricas, as condições da maré, uma preparação mais ou menos cuidada com uma paisagem de sonho em que à direita temos a falésia, à esquerda o mar sereno e em frente, lá ao longe, a Serra da Arrábida ferida com as chaminés do Outão mas cujo tamanho nos vai servindo de referência da meta escondida no Bico das Lulas e que só se torna visível, depois de curvarmos à direita uma vez e outra…e mais outra, e mais outra, até que se avista um pórtico –pequenino- a cerca de 2 Km. São sensações indescritíveis que só quem fez a uma consegue imaginar. E isso, claro, fez-me sempre voltar e ao mesmo tempo escrever um livro “Melíadas” onde toda essa experiência é relatada, e onde o nosso projecto é visível através das fotos dos nossos colaboradores a fotografarem os participantes, quer pelas faixas de publicidade já colocadas em anos anteriores.

Sobre o evento não vê aspectos negativos. “Quando terminamos, parece-nos que tudo foi negativo. Passadas umas horas, tudo isso se transforma em positivo e volta a desafiar-nos. Há boa assistência médica (em moto quatro) principalmente na 2ª parte do percurso e à chegada, precisamente quando pode ser mais necessária. No final, o refrescamento é deslumbrante.

Um super-herói

Quando termina mais uma edição, referiu-nos sentir a sensação de que foi um super-herói, só pelo facto de ter teimado em ir até ao fim, mesmo que por vezes haja banhoca pelo meio e alguns quilómetros a caminhar.

Fernando Andrade a a tristeza de perder o estatuto de totalista.

Este ano não posso, mas quero voltar no próximo. Sinto-me triste por perder a condição de totalista (já eramos só seis) de que tanto me orgulho, mas querer mantê-la poderia ter um preço caro, pelo que manda a sensatez que interrompa esta série de 11 edições, falhando a 12ª, esperando que recupere o ânimo para voltar na 13ª.

Gosto muito de Atletismo, particularmente Corrida e com preferência para longas distâncias (longas (!) calma aí, que agora “longo” é para lá dos 100Km e eu fico-me pela Maratona Pratico-a com uma certa regularidade, desde 1975. Durante muitos anos, corri exclusivamente no asfalto, até que, já neste século, surgiram outras variantes que me atraíram.

Acho que a uma foi precisamente a 1ª prova que fiz fora da estrada. Depois veio o Trail, que também gosto muito. Se na estrada há mais competição, o que cada vez menos me motiva, no Trail, há outras vertentes que vão ganhando a preferência: desfrutar das paisagens e da natureza sem a preocupação com o crono (na estrada incomoda-nos um bocadinho ser vistos a caminhar; enquanto que no Trail isso é prática corrente). Relativamente ao correr na praia, há quem ache monótono, mas tudo isso se pode transformar com o pensamento.

Terminou desejando boa sorte a todos os participantes desta edição, e que iria fazer de tudo para marcar presença a apoiar quem participar

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