Em Roma respira-se história e cultura por cada rua

No passado dia 10 de abril, correu-se a 22ª Maratona di Roma.

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Eu e a Cristina, desta vez com a companhia do casal Santiago (a Edite e o Fernando), continuámos a nossa saga “desportiva ó turística”, com a presença na Maratona de Roma.

Uma cidade maravilhosa onde se respira história e cultura por cada rua onde se caminha, e onde a típica comida Italiana, desde as pizzas, massas, com passagem pelo osso buco, até aos gelados é normalmente servida e apreciada de uma forma muito especial e por vezes com acompanhamento musical.

Relativamente à corrida propriamente dita, diria que encontrámos o melhor e também o pior.

A organização Italiana é demasiado confusa.

Comparando esta organização, com outras similares de outras grandes cidades Europeias, diria que a da Maratona di Roma, tem muito por onde melhorar.

Deixamos alguns exemplos:

  • O processo de inscrições (obrigado Go2Marathon por todo o apoio prestado) é muito complicado;
  • O tempo de resposta às dúvidas apresentadas por email é muito demorado;
  • Telefonicamente não existe qualquer tipo de apoio;
  • A feira está bem organizada, mas para quem não tenha a inscrição totalmente completa (entrega de certificados médicos por exemplo), o tempo de espera para terminar o processo de regularização é indeterminável;

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  • A partida que deveria estar dividida em “currais” de tempo, a determinado momento é uma autêntica “salganhada” de atletas … para quem é apanhado nesta confusão, esqueça tempos e ritmos nos primeiros 10Kms. A solução é ir bastante cedo para a zona de partida;
  • Os abastecimentos, deveriam ser em maior número, em especial na parte final (a partir dos 25Kms, em função das temperaturas que se fazem sentir, seria prudente de 3 em 3 Kms haver pelo menos água).

Quem nos conhece sabe bem, que nestas coisas que têm que ver com as corridas e com o simples lazer, gostamos acima de tudo de valorizar o que é bom e divertido, pois para desgraças e chatices, bem basta o que temos obrigatoriamente com que diariamente conviver.

Assim sendo, vamos rapidamente ao que mais gostámos:

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  • A forma sempre simpática como organização e voluntários nos trataram;
  • A qualidade e quantidade dos WC’s à partida e durante o trajecto;
  • A animação em quase todos os 42Kms;
  • A beleza do percurso, apesar de ser um trajeto pouco convidativo a grandes performances e de ter alguns Kms em paralelepípedos;
  • A chegada e a organização do bengaleiro na recolha dos sacos;
  • A forma como a cidade de Roma estava muito bem preparada para receber a maratona e essa realidade fez-se sentir nos hotéis, restaurantes, transportes e população local.

A Maratona di Roma, já tem uma dimensão significativa e este ano foram mais de 13.000 os atletas que cruzaram a linha de chegada, pertencentes a algumas dezenas de nacionalidades diferentes.

Relativamente à armada RunLover, todos concluímos a prova, cansados, divertidos, sem lesões e com o objetivo mais que cumprido.

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Saliento a prestação do nosso Fernando Santiago, que acabou com um excelente tempo de 3h10m, obtendo um fantástico 4º lugar entre todos os Portugueses presentes.

Repito o que para mim nestas coisas das corridas é o mais importante, diversão, convívio, partilha, amizade e boa disposição…sem nunca esquecer a corrida e a permanente tentativa de superação (seja lá isso o que for, penso que neste caso cada um terá a sua) …e com base nesta abordagem, considero que a nossa viagem a Roma, foi mais um grande sucesso.

Para finalizar…foi mais uma jornada em que nos divertimos muito e tivemos direito ao prazer supremo nestas coisas…correr juntos os 42,195m da maratona.

Fica um conselho para quem visita Roma pela primeira vez através da participação na maratona… vale a pena colocar um par de dias de férias e explorar a cidade.

É realmente um local extraordinário, carregado de história e onde se cruzam tempos, civilizações, religião, arte e magia.

Com a ajuda de um mapa, pode perfeitamente ser vista a caminhar…até é uma forma de recuperar da maratona.
Alguns locais merecem ser visitados, quer à luz do dia, quer à noite…não deixem de passar pela praça de S. Pedro, ou pela Fontana di Trevi a horas tardias…sublime.

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Tivemos ainda o prazer de nos cruzar com uma fantástica delegação de Portugueses.
A “nossa Belinha”, acompanhada pelo João Catalão (o melhor Português na prova), pelo seu irmão Rui e mãe Milena e pelo nosso grande amigo Rui Geraldes.
Aproveitámos e lá estivemos mais de uma hora à conversa, onde o tema base como não poderia deixar de ser…foi as corridas

Concluindo, aprendemos que para correr provas destas dimensões em Itália, há que estar preparado para gerir as pequenas “confusões” que pelos vistos, são típicas das organizações Italianas (situação absolutamente assumida por quem organiza).

Boas corridas, carregadas de boa disposição, convívio e animação, são os votos que deixo a todos os atletas de pelotão que como eu, vivem esta coisa das corridas como uma forma diferente, animada e saudável de aplicar o pouco tempo livre que vamos tendo.

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Texto: Nuno Sentieiro Marques
Fotos: Edite Cunha Santiago / Nuno Sentieiro Marques

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