FRONTEIRA ASSISTE A FINAL EMOCIONANTE
A prova de 24 horas em Fronteira decidida por… menos de três minutos.
O Fouquet Nissan do português Manuel Aires, que foi acompanhado pelos franceses Mickael Pisano, Jérémy Warnia e Jean-Luc Ceccaldi, venceu a BP Ultimate 24 Horas TT Vila de Fronteira, num dos finais mais emocionantes da história de 25 anos da prova do ACP.
Largos milhares de pessoas encheram a vila alentejana.
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“Tenho um carro fantástico e dei tudo!” Mickael Pisano
Poucos minutos depois de ganhar a BP Ultimate 24 Horas TT Vila de Fronteira de forma emocionante, Mickael Pisano batia no capô do seu Fouquet Nissan para tentar controlar a adrenalina.
“Andei três horas a fundo! Tenho um carro fantástico e dei tudo! Estou mesmo muito orgulhoso por ganhar aqui em Fronteira”, afirmava o piloto francês.
A equipa inscrita pelo português Manuel Aires, que além de Aires e Pisano também incluía os franceses Jérémy Warnia e Jean-Luc Ceccaldi, tinha acabado de passar para a frente na penúltima das 104 voltas que fez ao Terródromo, num dos finais mais emocionantes de sempre na prova do Automóvel Club de Portugal.
Quando estavam cumpridos 23h45m, os franceses Laurent Poletti, Franck Cuisinier, Ronald Basso e Adrien Favarel pareciam estar a caminho da segunda vitória consecutiva em Fronteira, depois de terem liderado grande parte da prova.
Contudo, a equipa MMP calculou mal a quantidade de gasolina necessária para o último turno de condução e Poletti teve de diminuir o andamento nas duas últimas voltas, para garantir que chegava ao final.
Numa pista com 16,4 quilómetros, isso significou a ultrapassagem decisiva de Pisano, que viria a terminar com 2m37s de vantagem após 1.440 minutos de corrida.
“Agora foi a nossa vez!” Manuel Aires
Manuel Aires, natural de Alfândega da Fé, está emigrado em França há 30 anos e compete em Fronteira desde 2019.
“Nas 24 Horas de Paris Ficámos em segundos, mesmo no limite, a menos de dois minutos do primeiro. Agora foi a nossa vez!”, afirmou, apontando para o céu.
Atrás das equipas de Aires e Cuisinier, o pódio ficou completo com a equipa luso-francesa de Claude Fournier, Ricardo Porém, Gustavo Moura e Gustavo Moura Jr., num MMP que venceu a categoria T4.
A primeira equipa 100 por cento nacional foi a de Amândio Alves, João Silva, Márcio Reis e Rogério Reis, noutra máquina construída pela francesa MMP, da categoria T3.
O top 5 ficou completo com a formação de Ricardo Soares, que também incluía João Dias, Luís Maximino e João Marques (Nissan Navara), logo na frente de outra Nissan mas da categoria T2, pilotada por Henrique Lourenço, João Lourenço, Ricardo Sobral e Nuno Sousa.
Um total de 64 equipas conseguiram completar a dura maratona alentejana, de entre os 77 concorrentes e mais de 300 pilotos que alinharam à partida, oriundos de Portugal, França, Bélgica, Letónia, Áustria, Países Baixos e Perú.
4.500 quilómetros para disputar uma prova em Fronteira?
O que leva uma equipa de seis pessoas a viajar 4.500 quilómetros desde a Letónia para disputar uma prova de 24 horas de todo-o-terreno no Alentejo?
Igor Skoks e a sua Tempo 24H já são figuras conhecidas da BP Ultimate 24 Horas TT Vila de Fronteira.
Viajam desde Ventspils, uma cidade portuária no Mar Báltico.
“Já corremos em Fronteira desde 2005, primeiro com o Oskar e depois com este protótipo Mitsubishi.
Gostamos muito da organização, do desafio da corrida, das pessoas, da atmosfera que se cria aqui em Portugal.
Também corremos vários anos nas 24 Horas de França, mas preferimos Fronteira e nos últimos anos só fazemos esta prova.
O nosso carro vai de ferry desde a Letónia até à Alemanha, depois vem de reboque até Fronteira.
São mais de 4.500 quilómetros, mas gostamos disto e para o ano espero estar cá outra vez!”, afirmava Igor Skoks, acompanhado pelo filho, o também piloto Rudolfs Skoks.
O terceiro piloto da equipa é Arvis Pikis, cujo filho é um dos dois mecânicos do Mitsubishi Pajero com que a formação letã venceu as 24 Horas de Fronteira em 2017.
2.000 quilómetros para assistir em Fronteira às 24 horas
É um relato que se assemelha ao de Pedro Ribeiro, português emigrado na Suíça que todos os anos marca uma semana de férias e conduz 2.000 quilómetros desde Lausanne para viver a experiência de Fronteira.
São exemplos que mostram o caráter especial da prova do Automóvel Club de Portugal, que completou um quarto de século.
E a efeméride contribuiu para uma das maiores enchentes de sempre em Fronteira, com largos milhares de pessoas a acamparem na Herdade do Monte do Cego e nas imediações da vila, atraídas também pelo festival de música promovido pelo Município de Fronteira e encabeçado pelos Xutos & Pontapés.
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