GANNA E O ANULAMENTO DA ETAPA DA VOLTA AO ALGARVE

Filippo Ganna - Foto: INEOS Grenadiers

Um erro de sinalização ‘anulou’ ontem a primeira etapa da Volta ao Algarve em bicicleta, com Filippo Ganna, o primeiro a cortar a meta, a recusar vestir a simbólica amarela.

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Fonte: Lusa

Ganna
Filippo Ganna – Foto: INEOS Grenadiers

“Segui a via correta. Eu ganhei” Filippo Ganna

Uma falha de sinalização na última rotunda antes da meta levou dezenas de ciclistas, nomeadamente os principais sprinters do pelotão, a saírem pelo desvio dos carros, pedalando paralelamente à meta.

Mas do lado errado das baias, que alguns haveriam mesmo de saltar, numa imagem que perdurará, pela negativa, na história da ‘Algarvia’.

Indiferente ao erro dos outros, o italiano da INEOS seguiu o percurso e cortou o risco de meta em primeiro, festejando um triunfo que lhe viria a ser retirado pelo colégio de comissários.

Segui a via correta. […] Não é problema meu que outros ciclistas sigam o percurso errado. Eu ganhei”, defendeu Ganna, ainda antes de saber que a etapa tinha sido anulada.

O ciclista da INEOS recusou, então, subir ao pódio para envergar simbolicamente a amarela, numa jornada para esquecer para os organizadores.

Mas também para os sprinters, que viram escapar uma das suas duas previsíveis possibilidades de erguer os braços nesta 51.ª edição.

O presidente do colégio de comissários cancelou a etapa. É mais do que legítimo, justo, é natural, e a forma mais justa de continuarmos com a Volta ao Algarve.

A organização teve uma falha, as imagens estão gravadas. Temos lá um bandeira amarela que não atuou a tempo.

Os ciclistas vêm a alta velocidade, se calhar deviam estar dois”, declarou o Cândido Barbosa, o presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, responsável pela organização da corrida.

O caos do final fez esquecer tudo o que ficou para trás, mas, antes dos desastrosos metros finais, o pelotão percorreu 192,2 quilómetros entre Portimão e Lagos.

Foto: Volta ao Algarve

Um arranque para esquecer da 51.ª edição da Volta a Portugal

Estavam decorridos apenas dois quilómetros e já:

Gonçalo Oliveira (Anicolor-Tien21), Francisco Morais (Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua), Victor Cesar de Paula (Feirense-Beeceler), Miguel Salgueiro e Francisco Campos (AP Hotels&Resorts-Tavira-Farense), Noah Campos (Gi Group-Simoldes-UDO), Diogo Narciso (Credibom-LA Alumínios-MarcosCar) e Nicolás Tivani (Aviludo-Louletano-Loulé) estavam na frente.

Os oito homens das equipas portuguesas trabalharam bem para construir uma vantagem que se chegou a aproximar dos quatro minutos.

Mas que foi paulatinamente anulada pelas formações dos sprinters.

Para tentar manter viva a escapada, Miguel Salgueiro atacou e Francisco Morais seguiu-o momentaneamente.

O ciclista da AP Hotels&Resorts-Tavira-Farense, que já no ano passado deu nas vistas na ‘Algarvia’ na etapa que acabou em Tavira, a ‘sobreviver’ na frente até à entrada nos derradeiros 20 quilómetros.

No final do dia, sabia que o meu trabalho era arrancar e tentar ser o mais combativo. Assim fiz, foi um dia bastante positivo para nós”, resumiu o português.

O pelotão abordou cautelosamente a técnica aproximação à Avenida dos Descobrimentos, feita por estradas estreitas.

Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike) e Geraint Thomas (INEOS), os dois vencedores da Volta a França presentes na ‘Algarvia’.

O campeão nacional de fundo Rui Costa (EF Education-EasyPost) e o Prémio Prestígio Julian Alaphilippe (Tudor) a colocarem-se na frente para ‘abrandarem’ o ritmo e evitar percalços.

Quando a estrada melhorou, os candidatos à vitória na etapa inaugural foram assomando, ‘rebocados’ pelos seus blocos.

Um trabalho deitado a perder por um erro que, como descreveu Cândido Barbosa, ‘manchou’ irremediavelmente a 51.ª Volta ao Algarve.

Esta quinta-feira terá a sua primeira jornada a contar nos 177,6 quilómetros entre Lagoa e o Alto da Fóia, onde está instalada uma contagem de categoria especial.

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