Golfe | Susana Ribeiro e Tomás Silva campeões nacionais amadores
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Campeonato Nacional Absoluto Peugeot
Susana Ribeiro e Tomás Silva revalidaram hoje (Domingo) o estatuto de campeões nacionais amadores, ao conquistarem pela terceira vez nas suas carreiras o Campeonato Nacional Absoluto Peugeot, que a Federação Portuguesa de Golfe (FPG) organizou no Santo Estêvão Golfe, em Benavente.
A portuense de 24 anos juntou este troféu aos acumulados em 2013 e 2014, desta feita com 293 pancadas, 1 acima do Par, depois de voltas de 71, 69, 75 e 78, enquanto o cascalense de 22 anos adicionou este sucesso à coleção iniciada em 2010 e continuada em 2014, graças a um resultado de 278 pancadas, 14 abaixo do Par, entregando cartões de 69, 66, 72 e 71, quatro voltas abaixo do Par!
Susana Ribeiro e Tomás Silva tiveram ainda em comum o facto de terem liderado o torneio em todas as voltas (“wire-to-wire”, como se diz na gíria golfística), embora a campeã tenha partilhado o comando aos 18 buracos com Inês Barbosa e o campeão tenha sido ultrapassado por Vítor Lopes durante alguns buracos na última volta de hoje. Susana somou o seu terceiro título do ano (a juntar aos dois do Circuito Liberty Seguros no Penina e no Ribagolfe) e manteve a invencibilidade em torneios internos da FPG, enquanto Tomás quebrou a invencibilidade de Vítor Lopes, que se tem cotado como o jogador mais forte neste início de 2015.
Houve, portanto, muitas semelhanças mas, foram vitórias bem distintas, na medida em que o representante do Club de Golf do Estoril só garantiu o cetro no último putt, ao passo que a jogadora do Club de Golf de Miramar esmagou a concorrência e fez duplamente história: somou um terceiro título consecutivo na prova («inédito desde
que há registos», como salientou o diretor-técnico nacional, João Coutinho), e estabeleceu um novo recorde para 72 buracos (+1), ou seja, desde que o Campeonato Nacional de amadores passou a disputar-se no sistema de stroke play, em 2007. O anterior recorde pertencia a Marta Vasconcelos desde 2008, com +4, no Montado.
Note-se que Carla Cruz e Joana Silva Pinto também venceram por três vezes este torneio, mas nunca consecutivamente e há ainda outro dado relevante, o facto de Susana Ribeiro ter ganho pelo segundo ano consecutivo com uma confortável margem de 14 pancadas sobre a vice-campeão nacional: em 2014 face Sofia Câmara e hoje diante de Beatriz Themudo, a campeã nacional de sub-18 de 2014. Já o êxito de 2013 fora pela margem mínima de 1 “shot” perante Magda Carrilho.
«Este ano, este era um dos meus objetivos. Eu sabia que nunca ninguém tinha ganho três Nacionais consecutivos e queria ficar na história. Está a ser o meu melhor início de época de sempre, pois nunca tinha ganho os três primeiros torneios do ano. Joguei muito bem, principalmente no primeiro e no segundo dia. Hoje e ontem não joguei tão bem, mas chegou para ganhar», disse Susana Ribeiro.
«Comecei o torneio confiante de que poderia ganhar, só que depois do segundo dia vi que era completamente impossível e hoje já joguei a pensar só no 2º lugar», declarou, por seu lado, Beatriz Themudo, que assegurou o vice-campeonato por 1 única pancada face à campeã nacional de sub-16, Leonor Bessa.
Se Susana Ribeiro dominou, Tomás Silva teve tudo menos facilidades, apesar de aos 36 buracos ter uma vantagem de 6 pancadas. Hoje provou que é dos jogadores portugueses mais “duros” mentalmente quando se sente bem, pois todos os seus três títulos nacionais foram arrebatados nos limites. «No ano passado ganhei no último putt, em 2010 ganhei no último putt, em 2015 ganhei no último putt», desabafou, aliviado, uma vez tudo terminado.
Mas o finalista universitário de Economia, que se deu ao luxo de fazer um exame entre a primeira e a segunda volta do torneio, acredita que este triunfo sobre Vítor Lopes, do Clube de Golfe de Vilamoura, uma vez mais por 1 única pancada, foi mais complicado ainda do que os do ano passado (2 pancadas sobre João Carlota) e de 2010 (1 pancada face a José Maria Joia): «Pelo nível de jogo, pelos resultados, penso que este foi o mais disputado. Acabei com 14 abaixo, o Vítor com 13 abaixo. Este sim, foi o torneio em que deixámos a concorrência para trás. Fomos mesmo os melhores em campo e aproveito para deixar os parabéns ao Vítor, porque bateu-se muito bem».
«Estou muito feliz… não poderia sentir-me mais feliz neste momento. Foi muito renhido, porque hoje não estive ao meu melhor nível, nem no tee nem nos shots ao green, mas consegui manter-me sempre em jogo. O Vítor jogou bem, eu cheguei a andar atrás do resultado, mas depois segurei, também houve algum nervosismo do Vítor, que foi-se abaixo nos últimos quatro buracos e eu consegui recuperar. Como devem ter ouvido, aquele grito que soltei no último foi mesmo um libertar de emoções», acrescentou o triplo campeão nacional.
Como sublinhou João Coutinho, «o torneio masculino terminou de forma muito intensa nos buracos 16, 17 e 18». Realmente, Tomás Silva partiu para a última volta com 2 pancadas de distância, mas ao dobrar os primeiros nove buracos da volta de hoje já estava atrás de Vítor Lopes por 1 pancada (em parte devido a 1 duplo-bogey no buraco 2) e o algarvio de 18 anos chegou a dilatar o comando por 2. Mas Vítor Lopes perdeu pancadas no 12, 15 e 17, Tomas Silva ganhou “shots” no 13 e 16, tendo ambos feito birdie no 18.
«Foi um bom torneio, cheio de emoções. Eu estava a liderar ao fim do 9º e ao fim do 15º, mas depois falhei um putt mínimo para birdie no 16, de menos de 1 metro. Depois, no 17, dei um mau chip e o Tomás fez um bom chip e meteu um putt de 3 metros. Já no 16 ele tinha metido um de 2 metros, e eu não consegui responder-lhe», admitiu Vítor Lopes, mesmo assim, satisfeito pela grande prova que fez: «Sabe sempre amargo (perder), mas é um bom resultado e nas 8 voltas que joguei este ano em torneios da FPG vou com 25 abaixo do Par, o que me dá uma muito boa média».
O agregado de 14 abaixo do Par de Tomás Silva é o segundo melhor de sempre no Campeonato Nacional de amadores, só superado pelos -15 de Pedro Figueiredo em 2008, no Montado. Este foi, ainda, o melhor Nacional de sempre desde que se joga em stroke play, com sete jogadores a baterem o Par do campo, superando os cinco jogadores em 2011 e os quatro em 2008.
E se Susana Ribeiro e Tomás Silva, com 24 e 22 anos, respetivamente, fizeram valer a sua superior maturidade, nem por isso se deve esquecer algumas prestações de competidores dos escalões etários mais jovens que deram que falar: Leonor Bessa é sub-18 e foi 3ª, Inês Barbosa é sub-16 e foi 4ª, Pedro Lencart, Vasco Alves e Carlos Laranja são sub-16 e foram, respetivamente, 5º, 6º e 14º.
Os melhores resultados de hoje, num dia em que choveu e o vento soprou mais forte, foram de João Girão (vice-campeão nacional de 2013), em 69 (-4), em grande parte graças a 4 birdies nos quatro primeiros buracos; e de Beatriz Themudo e Leonor Bessa, ambas com 76 (+3). João Girão foi 3º classificado à vontade, com -7, ao passo que Leonor Bessa foi 3ª com +16, ou seja, ficou a apenas 1 “shot” da vice-campeã.
O presidente da FPG, Manuel Agrellos, manifestou o seu agrado pelo que testemunhou: «O Campeonato Nacional deixou a FPG bastante satisfeita pelos resultados. É a primeira vez que temos tantos jogadores abaixo do Par, o que significa que estamos a progredir. E se pensarmos no que se passou no Challenge de Madrid, com todos os portugueses a passarem o cut e haver um 2º classificado (Melo Gouveia), acho que sim, que foi um fim de semana ótimo. Também não me lembro de um Nacional de senhoras com estes resultados, estamos no bom caminho».
Os principais resultados finais do Campeonato Nacional Absoluto Peugeot, após 72 buracos ao Santo Estêvão Golfe, foram os seguintes:
Torneio Feminino
1ª Susana Ribeiro (Club de Golf de Miramar), 293 pancadas (71+69+75+78), +1
2ª Beatriz Themudo (Miramar), 307 (72+82+77+76), +15
3ª Leonor Bessa (Miramar), 308 (77+78+77+76), +16
Torneio Masculino
1º Tomas Silva (Club de Golf do Estoril), 278 (69+66+72+71), -14
2º Vítor Lopes (Clube de Golfe de Vilamoura), 279 (70+71+68+70), -13
3º João Girão Oporto Golf Club), 285 (72+71+73+69), -7
Texto: Hugo Ribeiro / FPG
Fotografia: Os campeões: Susana Ribeiro e Tomás Silva por João Coutinho / FPG.