I Trail dos Gafanhotos um sucesso

O Gafanhori – Clube de Orientação da Gafanhoeira, com o apoio da Câmara Municipal de Arraiolos, organizou no dia 11 de Outubro de 2015 o “Trail dos Gafanhotos 2015”. Um evento de Trail Running, modalidade de corrida a pé por trilhos, single tracks e caminhos ruais, que levou os atletas a locais de grande beleza natural.

São Pedro da Gafanhoeira, aldeia situado na União das Freguesias de Gafanhoeira (São Pedro) e Sabugueiro da qual é sede, a uns escassos 10 kms de Arraiolos, é uma um aldeia que prima pelas suas magníficas paisagens onde os montes, as ribeiras e as barragens se unem em perfeita harmonia.

O clube Gafanhori nasceu de uma parceria pré-existente, em 2007, entre a Câmara Municipal de Arraiolos e a Sociedade Recreativa de S. Pedro da Gafanhoeira. A 10 de setembro de 2008 os jovens do clube juntaram-se e criaram a associação juvenil designada “Gafanhori – Clube de Orientação da Gafanhoeira-Arraiolos”.
Actualmente o clube conta com várias dezenas de atletas federados que participam em todas as provas do calendário da Taça de Portugal e Troféu Ori-Alentejo. Além destas competições marca ainda presença em algumas corridas de estrada, corta-mato, provas de orientação da Taça FPO e ainda em algumas provas de trail running. Organizam provas de Orientação e promovem treinos na referida modalidade.

GNR, Bombeiros, Escuteiros, familiares e amigos dos atletas do clube, colaboraram ativamente neste evento que deu a conhecer lugares emblemáticos da região.
A Junta de freguesia disponibilizou as instalações para palco do centro do evento, onde funcionou o secretariado e onde se encontrava instalada a meta, os balneários, o local de alojamento em solo duro, para os que por lá pernoitaram e ainda o casão, onde foram servidas as refeições do almoço. Verificou-se ainda, facilidade de estacionamento na zona envolvente ao perímetro das instalações referidas, todas muito próximas entre si.
Estiveram presentes no evento, cerca de 350 participantes, entre atletas e caminheiros

O evento desenrolou-se em 2 competições, com diferentes distâncias, a saber:
•K55 – 30Kms, D+ 720 metros
•Trail K15 – 30Kms, D+ 340 metros
•Caminhada de 5 Kms

Nas diferentes competições existiam partes de percurso comuns, sendo que pelo quilómetro 13 fazia-se a separação de percurso das provas de K15 e K30, voltando elas a interceptar-se posteriormente na parte final do percurso.

O dia amanheceu fresco e nublado, e a chuva intensa que se fazia anunciar deu tréguas, caindo pontualmente alguns aguaceiros que de alguma forma contribuíram para que a temperatura se mantivesse fresca.
A recolha dos kits com os dorsais decorreu de forma organizada, enquanto os atletas se cumprimentam, já que a maioria se conhece em virtude de participação em outras provas e outros já fazem o seu aquecimento, correndo pelas imediações ou dançando ao som da música preparada para o efeito, numa sessão de Zumba.
Feita a contagem decrescente para a partida, os atletas são direcionados por batedores em bicicleta, para uma breve passagem pelas ruas da aldeia, seguindo depois as marcações que os hão-de levar à floresta por estrada e estradões que permitem que o pelotão flua livremente.
Já a povoação fica para trás e avista-se ao quilómetro 2 um moinho, pelo interior do qual é feita a passagem, após o que os atletas seguem por entre trilhos e estradões de fácil progressão, com alguma tecnicidade, em direcção à barragem da Herdade de Testos.
Os atletas percorrem os montes alentejanos nas imediações da aldeia, num percurso que os leva a uma ribeira de rara beleza. O facto de a mesma se encontrar seca nesta altura do ano permitiu percorrer grande parte da mesma, num constante serpentear entre o leito da mesma e os terrenos que a ladeiam, por entre pedras e vegetação, ora mais ora menos densa.
Passagem pelo campo de futebol, local de um primeiro abastecimento de líquidos e de acesso a terrenos agrícolas num constante sobe e desce, contando com passagem por diversas herdades.

Pelo Km 13, surge a divisão dos percursos, encaminhando-se os atletas da prova de distância mais curta para o centro da aldeia, não sem antes percorrer um túnel de vegetação, de rara beleza. Depois de percorrer algumas ruelas da aldeia e de uma breve passagem pelo largo da igreja, a meta já se encontra perto, onde familiares e amigos aguardam os atletas, em ambiente de festa e ao som de uma banda de rock, composta por jovens músicos da aldeia e arredores, que abrilhantava o evento.
Enquanto uns chegam à meta, outros continuam na floresta e nos campos continuando a sua prova, desfrutando de belas paisagens, ora por estradões ou trilhos técnicos, com uma passagem pela pedreira, local do agrado da maioria dos atletas.

Na generalidade, foi uma prova rolante, com algumas especificidades técnicas que contribuiu para uma corrida em ritmo constante para a maioria dos presentes.

Entrevistas

Sónia Tubal (Trail Monsanto Runnig Team)

“Achei a prova muito bem organizada, com muito cuidado e rigor nos pormenores. Os abastecimentos estavam ótimos, apesar de quase não parar nos abastecimentos, desta vez como acompanhei a Rita, deu para verificar que estava lá tudo o que é necessário. As marcações excelentes.
Foi uma prova em que participei de forma moderada, por não poder ultrapassar um determinado número de batimentos cardíacos, por indicação do meu treinador, o João Mota, visto que estou em preparação para uma prova da ATRP, no final do ano. Quanto ao percurso, era bastante rolante, sem grandes dificuldades, apesar de eu preferir mais dificuldade e altimetria, mas foi muito bom e com uma excelente paisagem. Quanto ao acolhimento, o levantamento dos dorsais, a prova, o almoço, foi excelente, tudo tratado de forma muito cuidadosa”

Ivo Rebocho (Furões do Alentejo)

trail05“Gosto de desafios, foi a primeira prova que fiz nos 30km e queria ultrapassar a marca das 3h30m. Como sou da zona e sabia mais ou menos que o percurso não iria ser muito diferente, tentei fazer uma boa gestão de esforço e com isto alcancei um tempo de 3:22:06, o que me deixou super satisfeito pois não excedi a marca que das 3h30m.
A prova em si, tudo bem marcado, organização TOP e belas paisagens, uma verdadeira prova de trail!
Para o ano é para marcar presença”

Isabel Barra, uma madrinha a altura da prova

trail03Como surgiu o convite para ser madrinha do evento e qual o motivo de ter aceite este desafio?

“O convite para ser madrinha do Trail dos Gafanhotos, surgiu pelo facto de eu ser atleta do Gafanhori, desde a sua fundação, na modalidade de Orientação e em paralelo me ter dedicado à prática regular do Trail. Aceitei, pelo grande carinho que tenho pelo clube, pelos mais diversos motivos e porque entendi que de facto poderia dar o meu contributo na divulgação da prova”.

Qual é a sensação de ser madrinha de uma prova pela primeira vez?

“Ser, como se diz, “madrinha” de uma prova, pelo menos no meu caso que tenho uma grande ligação ao clube organizador, acaba por ser uma responsabilidade acrescida, pois para além da divulgação, foi o querer profundo que tudo corresse bem, que as falhas fossem quase nulas e por isso participei tanto quanto possível nas marcações do percurso e recolha das mesmas e transmiti alguma da minha experiência nesta área. Para além disto, claro que há toda uma componente de festa e de social no dia do evento que é de facto bastante agradável”.

Quando começou acorrer e como começou essa paixão pelo trail?

“A correr, propriamente, comecei há dois anos. No entanto há já vários anos que pratico desporto, em bicicleta, orientação pedestre, kickboxing, fazendo no entanto alguns períodos de pausa. Após uma dessas pausas, fui desafiada pela minha sobrinha para “correr”, simplesmente correr. Aceitei e fizemos um treino. A partir daí nunca mais parei. Aquilo que era uma experiência, de facto tornou-se numa paixão, que me leva quase todos os fins de semana a participar em provas, seja de trail ou de estrada e ainda os encontros entre grupos de amigos que organizam treinos, em diversos locais”.

O feedback do I Trail dos Gafanhotos tem sido positivo?

“O feedback que tenho recebido é bastante positivo, os participantes ficaram satisfeitos com o evento na generalidade e isso é de facto o mais gratificante”.

Os percursos encontravam-se bem marcados sem margem para dúvidas na direcção a seguir.
A Organização do evento foi de excelência, com simpatia, disponibilidade e eficiência revelando-se uma anfitriã com boa capacidade de resposta ao evento.
No final foi servida uma refeição composta por sopa, prato principal – Rancho- sobremesas e bebidas.
È um aprova organizada por atletas, para atletas, onde a colaboração de todos é uma evidência.
De salientar a rara beleza dos prémios de artesanato, entregues aos atletas premiados, na sua maioria executados pelas pessoas da aldeia, familiares e amigos dos atletas, que dedicam todo seu saber e habilidade a estas tarefas.
Sem dúvida uma prova a marcar no calendário do próximo ano.

No final as classificações foram as seguintes, tendo sido atribuídos prémios de classificação em K30 aos 10 primeiros da geral e por escalões e em K15, aos 10 primeiros da geral.

K 30 Geral Masculino
1º Ezequiel Lobo – BV Montemor-o-Novo – 2:21:16
2º Ventura da Graça – COA – Clube de Orientação e Aventura – 2:30:54
3º António Antas – Furões do Alentejo – 2:31:47

K 30 Geral Feminino
1º Rita Barroso – Correr em Évora – 3:00:06
2º Sónia Tubal – Monsanto Running Team – 3:00:09
3º Ana Martins – Furões do Alentejo – 3:35:16

K15 Geral Masculino
1º André Lopes – Furões do Alentejo – 1:17:07
2º Samuel Francisco – individual – 1:17:49
3º Carlos Gonçalves – Évora Night Run – 1:18:31
4º José Carlos Mestre – Individual – 1:18:58
5º José Monteiro – CCA Running – 1:19:07
6º Mário Figueiras – ACM Trail & Running – 1:19:50
7º Paulo Jerónimo – Fam 2 Run – 1:20:24
8º Silvestre Martins – Individual – 1:20:43
9º Pedro Salvador – Os Trinca Espinhas – 1:21:05
10ºNuno Massaneiro – Ciclo Clube BTT – 1:22:24

K15 Feminino
1º Ana Gonçalves – Évora Night Runners – 1:31:33
2º Patrícia Romão – ADFA – 1:38:07
3º Sónia Marques – COA – Clube de Orientação e Aventura – 1:45:43
4º Paula Marques – PARAS 95 – 1:46:20
5º Angela Serrano – Individual – 1:46:23
6º Claudia Romão – AFDD – Run Crew Trail Mon – 1.48.20
7º Grace Vinagre – Individual – 1:50:25
8º Carla Vila Nova – Individual – 1:50:
9ºJoana Pauleta – COA – Clube de Orientação e Aventura – 1:50:53
10º Gerda van der – Individual – 1:50:57

O Praticante esteve presente com quatro atletas , Cirilo Formiga, que desta vez subiu ao palco duas vezes – 10º da geral e primeiro do escalão M60, Rui Miguel – 26º da geral e 14º do escalão M40, Antónia Furtado – 57ª da geral e 5ª do escalão F40 e Elisete Manuel 62ª da geral e 6ª do escalão F40.

Texto e fotos de: Miguel David

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