Inês Monteiro bisa na Corrida do Conhecimento

Inês Monteiro

Foto: Margarida Marques

O mês de Outubro é um dos meses mais preenchidos do atletismo nacional. De norte a sul do país muitas são as provas que acontecem e em especial as meias maratonas de Outono que trazem muitos atletas a várias cidades do país. Uma das mais apelativas deste mês é a corrida do Conhecimento que foi a quinta etapa do circuito EDP Running Wonders – Meias Maratonas em Patrimónios Mundiais, e onde Inês Monteiro bisou.

Corrida do Conhecimento

A corrida do Conhecimento aconteceu Domingo (21) pelas 10:30 horas na cidade de Coimbra e foi uma organização da GlobalSport com o apoio da Câmara Municipal de Coimbra. A completar o evento estiveram três provas, a principal na distância de meia maratona, a mini maratona na distância de dez quilómetros e a caminhada na distância de cinco quilómetros. Este ano metade do valor da caminhada reverteu a favor das instituições: APPACDM, Centro Social de Torres de Mondego, Obras Promoção Social, Saúde em Português, APCC, IAC, Associação A Cores, ADAV, Associação Integrar.

A equipa de Opraticante.pt esteve presente no evento e agora apresentamos todas as notas como tudo decorreu.

Foto: Margarida Marques

Percurso misto entre a cidade e a floresta

A corrida do Conhecimento tem partida no Largo da Porta Férrea em plena Universidade de Coimbra e a sua chegada acontece na Avenida Emídio Navarro junto ao Parque Manuel Braga e do rio Mondego.

Os primeiros quilómetros da prova são muito acessíveis, onde os três quilómetros iniciais são sobretudo em descida e por vezes descida acentuada já que a partida acontece lá no alto da cidade.

Nesta parte inicial da prova, o percurso desenvolve-se em pleno centro e baixa da cidade. Depois de uma passagem junto do jardim botânico e pelo estádio cidade de Coimbra há uma passagem pela zona de meta para nova entrada nas ruas interiores da baixa até ao sexto quilometro que coincide com a passagem junto da estação de comboios local.

Foto: Margarida Marques

A partir deste ponto, a prova sai da cidade e ruma para a Mata Nacional do Choupal. Ao quilómetro sete, as provas cronometradas separam-se e a meia maratona ruma àquele que é o pulmão da cidade e a mini maratona faz o seu retorno para a meta. Os quilómetros seguintes da meia maratona são no sossego da natureza com uma primeira passagem sob o Mondego ao quilómetro doze. Mais sete quilómetros se passam com a natureza como companhia por entre árvores e campos agrícolas. Somente ao quilómetro dezanove se volta a regressar às ruas centrais de Coimbra para os atletas irem para a ponte de Santa Clara e depois de a passarem, acelerarem para a meta.

O percurso desta meia maratona é como mencionado um percurso misto de cidade e floresta e que é ideal para obterem-se boas marcas. Primeiro porque os primeiros quilómetros de prova tem um desnível negativo muito considerável e depois porque o restante da prova, não tem quase nenhuma dificuldade de maior.

Foto: Margarida Marques

António Pedro Rocha vence Corrida do Conhecimento

O grande vencedor da corrida do Conhecimento foi António Pedro Rocha em representação do Águias de Alvelos com um tempo de 01h:07min12seg. O atleta viseense bateu ao sprint Licínio Pimentel do Sporting Clube de Portugal que ficou dois segundos atrás. A fechar o pódio ficou Ricardo Pereira do Jardim da Serra com 01h07min30seg. António Pedro Rocha tinha vencido a mini maratona da etapa anterior do circuito Running Wonders em Viseu.

Foto: Margarida Marques

Inês Monteiro vence competição feminina

Na vertente feminina da prova, a grande vencedora foi Inês Monteiro do Sporting Clube de Portugal com um tempo de 1h15min09seg. A atleta leonina já tinha vencido a prova o ano passado ao serviço do Seia. A completar o pódio ficaram duas atletas do Recreio Desportivo de Águeda com Carla Martinho na segunda posição com 1h15min17seg e Emília Pisoeiro em terceiro com 1h15min39seg.

Recorde-se que Inês Monteiro tinha sido a vencedora da etapa anterior do circuito Running Wonders ao vencer a Meia Maratona do Dão no dia 23 de Setembro.

Foto: Margarida Marques

Vencedores por escalão

A prova teve vencedores por escalão e estes foram os seguintes:

Na competição masculina venceram José Pires (Juniores), António Pedro Rocha do Aguas de Alvelos (Seniores), Pedro Ribeiro do Sporting Clube de Portugal (M35), Licínio Pimentel do Sporting Clube de Portugal (M40), Davide Figueiredo do Figueiredos Runners and Friends (M45), José Silva do Grupo Desportivo A Ronda (M50), Nicolau Santos do Grupo Desportivo e Cultural de Castelo de Paiva (M55) e Manuel Lino do Dci/Trilhos Luso Bussaco (M60).

Na vertente feminina triunfaram Emília Pisoeiro do Recreio Desportivo de Águeda (Seniores), Inês Monteiro do Sporting Clube de Portugal (F35), Carla Martinho do Recreio Desportivo De Águeda (F40), Dulcínea Silva do Os Cansados (F45), Lídia Pereira do Gdr Granja – Trutas Mau (F50), Helena Mouräo do ACR Sra. Do Desterro – Napo (F55) e Hortense Baptista do Cbrunningteam (F60).

Foto: Margarida Marques

INAS

Este ano a Associação Internacional de Desportos para Deficientes participou na quinta edição da EDP Running Wonders Coimbra, na prova dos 21km, tendo as equipas do Brasil, Polónia, Portugal, Espanha, Austrália e Japão subido ao pódio na cidade dos estudantes. Na competição masculina o triunfo foi para o brasileiro Jonas Silva com 1h11min59seg e em femininos para a polaca Arleta Meloch com 1h25min48seg.

Mini Maratona

O grande vencedor da prova foi José Sousa com um tempo final de 28:14min. Na segunda posição ficou Tiago Machado da Casa do Povo de Mangualde com 29:27min e na terceira posição Rafael Baraças do Seia com 29:41min. Na vertente feminina da prova triunfou Bárbara Oliveira do Clube Desportivo Feirense com 35:50min. Completaram o pódio Beatriz Rebelo com 37:35min e Cátia Costa do Maia Atlético Clube com 37:53min.

Foto: Margarida Marques

Opraticante.pt

A equipa de Opraticante.pt esteve representada na meia maratona por Nuno Fernandes que terminou com 02h:17min:27seg (796º geral / 148º sénior) e por Dora Dias e Ana Barroso, as duas premiadas com o sorteio de dorsais efectuado pelo OPraticante.pt.

Uma estreia para mim e um regresso para a Ana… a prova correu muito bem. Gostei do fato da prova começar no centro histórico da cidade e atravessar o rio.
A prova pareceu-me bem organizada e não tenho nada apontar. Os abastecimentos bem distribuídos.
Esperava, pela cidade que é, uma maior envolvência da população, mas essa ideia de pouca gente nas ruas não estraga a festa e a alegria de quem se levanta cedo para pôr mais uns quilómetros nas pernas na companhia de grandes amigos.
E esta prova em especial, foi toda feita lado a lado com a Ana, a quem tenho de agradecer por puxar por mim, nesta fase de regresso às sapatilhas!
Obrigada ao Praticante.pt por nos ter proporcionado esta oportunidade de correr numa cidade fantástica e ter tido um óptimo dia com uma companhia fantástica, a nossa equipa No Tomorrow Running Team” declarou Dora Dias após a sua prestação.

Foto: Margarida Marques

Prova com organização irrepreensível

A fama da GlobalSport na organização das EDP Running Wonders – Meias Maratonas em Patrimónios Mundiais é por demais conhecida. Foi a primeira vez que participei numa prova deste circuito e devo dizer que fiquei impressionado com a organização demonstrada.

A prova tinha o seu “quartel-general” no Parque Manuel Braga em plena baixa da cidade de Coimbra e já eram oito da manhã e a enorme equipa da promotora já trabalhava para por toda a máquina a funcionar. O secretariado da prova funcionava dentro do Museu da Água e o levantamento do dorsal aconteceu sem muita demora. Uma hora depois, foi visível ver uma longa fila de espera junto ao local. Aos atletas era entregue o dorsal com o chip e no exterior era recolhido um saco do patrocinador com uma t-shirt técnica vermelha alusiva à prova, uma garrafa de vinho, um pacote de bolachas, uma amostra de protetor solar e uns vouchers promocionais.

À volta do local de entrega do kit da prova estavam distribuídas todas as valências para os atletas, espaço de massagens, guarda-roupa, wc’s, casas de banho, stands de patrocinadores e tudo bem sinalizado por placas e bem isolado.

Foto: Margarida Marques

Partida da prova

No que toca ao local de partida da prova, as coisas estavam ao mesmo nível do local de chegada com tudo bem sinalizado, isolado e com grande animação. Os presentes tiveram direito a um aquecimento dado pela organização e que fez as delícias de muitos. O speaker de serviço também ajudou e muito à festa, animando os presentes e a entrevistar as principais figuras da prova.

Em relação ao percurso da prova, tudo estava em conformidade com todos os cruzamentos da prova isolados por autoridades e voluntários e com placas informativas a cada quilómetro de prova. Nos locais de abastecimento havia também espaço para se depositar as garrafas e copos vazios.

No final da prova, não havia muita fila de espera para receber as ofertas.

Em todos os momentos de contacto com voluntários e elementos da organização da prova a simpatia foi notória e com votos de boa sorte no inicio e parabéns no final e convenhamos que não é em todas as provas que se passa junto do local de meta e vê-se o promotor da prova na beira da estrada a incentivar e a aplaudir os atletas.

Foto: Margarida Marques

Bons abastecimentos

A corrida do Conhecimento teve abastecimentos conforme as regras da IAAF de cinco em cinco quilómetros na prova da meia maratona. Em todos eles a água esteve presente. No quilómetro dez, havia ainda isotónico, no quilómetro quinze, redbull e no quilómetro vinte tinha também fruta. De falta de hidratação, os atletas não podiam queixar-se durante o percurso.

Após a prova, após a entrega da medalha finisher que era constituída por madeira e cortiça, havia um rico e açucarado abastecimento onde os atletas recebiam um saco com águas, frutas e várias ofertas de um patrocinador que passavam por bolachas, barras de cereais, barras de chocolate, entre outras coisas doces. Havia ainda cerveja para quem desejasse.

Em suma, considerando o que foi entregue antes da prova e o que se recebeu após a corrida, podemos dizer está a um bom nível para o preço de inscrição na prova que variou entre os 14/17 euros.

Foto: Margarida Marques

Boa animação em Coimbra mas de quem?

Em primeiro lugar, deixem-me dizer-vos que Coimbra é uma cidade muito simbólica e importante na minha vida. Como somente ando nestas lides do atletismo tem pouco tempo, esta foi a primeira vez que corri e Coimbra e posso dizer que fiquei muito desiludido com o que vi nas ruas da cidade. Infelizmente, Coimbra junta-se ao grande rol de cidades portuguesas onde acontecer uma prova de atletismo é mesmo que acontecer uma procissão, o silêncio reina.

Já se sabia que na parte da prova que decorreria junto da Mata Nacional do Choupal não haveria apoio, mas dentro da cidade era esperada uma maior adesão popular.

Dou somente um exemplo que acho bastante esclarecedor, passagem ao quilómetro quatro e meio, viragem à direita para junto da sé da cidade, passa-se por entre esplanadas e alguém que segue na minha frente bate palmas e pede animação, o que se ouve? Nada, continua a correr que é para o que aqui estás!

Felizmente, a organização colocou durante o percurso da prova algumas tunas universitárias e grupos locais a animar os presentes, porque senão arrisco-me a dizer que quem não soubesse que haveria uma meia maratona poderia pensar que era a noite da serenata na queima das fitas.

Foto: Margarida Marques

Rasto da tempestade Leslie ainda presente

Algo que não passou despercebido durante a prova foi o rasto de destruição provocado pela tempestade Leslie que assolou a zona centro de Portugal.

A zona mais afectada foi o pulmão da cidade de Coimbra, a Mata Nacional do Choupal que de uma ponta a outra estava virada do avesso. Muitas eram as árvores tombadas, arrancadas e partidas ao lado do percurso da prova e que fizeram muitos atletas pensarem o caos e o tormento que aquela cidade viveu naquelas horas.

Foto: Paulo Cortez

Corrida do Conhecimento, uma prova que marca Coimbra no mapa do atletismo

Mais uma etapa do circuito EDP Running Wonders – Meias Maratonas em Patrimónios Mundiais se passou e podemos dizer que foi um sucesso. Apesar dos números de finalizadores tanto na meia maratona como da mini maratona terem sofrido uma ligeira quebra, são números que se situam perto do milhar de finalizadores em cada prova, o que é um excelente registo.

É uma prova com grande apelo, tendo em conta que acontece numa das cidades mais ricas a nível cultural de Portugal e com passagens por zonas muito apelativas. Com uma organização que não descura nenhum pormenor, só podemos dizer que há todas as condições para firmar esta meia maratona como uma das melhores do país.

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Texto: Nuno Fernandes
Fotos:

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