Juniores querem estar com os melhores
Os quatro juniores que vão representar a Seleção Nacional/Liberty Seguros na prova de fundo do Campeonato do Mundo de Estrado, neste sábado, em Richmond, Estados Unidos da América, querem estar com os melhores, na altura em que as dificuldades partirem o pelotão.
André Carvalho, Daniel Viegas, João Almeida e Jorge Magalhães arrancam às 9h00 de sábado para uma corrida de 129,8 quilómetros. O circuito com 16,2 quilómetros de perímetro tem as principais dificuldades nos últimos 5 mil metros, esperando-se que, com o decorrer das oito voltas, a fadiga se apodere do pelotão e que aconteça a triagem de valores.
“Fui 21.º no Campeonato da Europa deste ano, pelo que, no Mundial, quero, pelo menos, entrar no top 20. Este percurso assenta-me bem e penso que posso fazer um bom lugar”, afirma André Carvalho, o único repetente entre o quarteto luso. Há um ano, em Espanha, o bicampeão nacional de fundo na categoria de juniores sofreu uma queda, na terceira volta, que o levou a abandonar.
João Almeida, júnior de primeiro ano que é vice-campeão nacional de contrarrelógio e terminou a Taça de Portugal Liberty Seguros no segundo lugar, também quer dar nas vistas. “O circuito é duro, porque as subidas são muito juntas e estão nos últimos 5 quilómetros. Com o ritmo forte que é de esperar vai ser muito difícil, mas espero estar à altura de fazer um bom lugar”, afirma.
O vencedor da Taça de Portugal, Daniel Viegas, quer ultrapassar os azares. “Acontece-me sempre alguma coisa. Espero, sobretudo, conseguir acabar sem percalços. O percurso, não sendo para trepadores, vai deixar muitos sprinters pelo caminho”, antevê o algarvio.
O campeão nacional de contrarrelógio, Jorge Magalhães, reconhece que “o circuito é um bocado técnico e os últimos quilómetros são sufocantes”, o que não lhe tolhe a ambição. “Quero estar com os melhores e conseguir um bom resultado”, assegura.
O selecionador nacional, José Poeira, lembra que as corridas de juniores “são sempre uma incógnita, sucedendo-se muitas quedas, sobretudo em pelotões com uma grande discrepância de valores, como este. O importante é escapar aos percalços e estar bem colocado. Só assim, quando a corrida começar a decidir-se, será possível tentar ombrear com os mais fortes”.
No sábado, às 13h00, inicia-se a corrida de fundo para elite feminina, que também terá 129,8 quilómetros. Portugal estará representado por Daniela Reis, que, há um ano, não terminou a prova. Para a competição deste sábado, a ciclista natural de Sobral de Monte Agraço prefere concentrar-se na corrida, não querendo fazer qualquer antevisão.
José Poeira destaca “a evolução que a Daniela tem conseguido durante este ano, o que lhe valeu estar com as melhores nos Jogos Europeus e no Campeonato da Europa de Sub-23. Ainda recentemente, no Challenge de Madrid, também teve um bom desempenho, o que nos permite acreditar numa prestação de qualidade”.
Texto e foto de: F.P. de Ciclismo