Luis Mota “O meu sonho era ser Maratonista”

Luís Mota uma referência no Trail

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O Praticante teve a oportunidade de falar com Luís Carlos Carvalho da Mota, Professor de Educação Física de 46 anos.

A história de vida de Luís Mota sempre esteve ligada à prática desportiva. Desde muito jovem que pratica atletismo, tendo parado em 1986. Durante duas décadas foi jogador de futsal, jogando mesmo durante 5 anos na 1ª divisão e pertencendo à seleção de Santarém, onde foi capitão da selecção por duas vezes. A corrida nunca o deixou tendo participado nas “Três Léguas do Nabão”, em Tomar, 33 vezes (totalista). Uma das únicas provas que participava devido a esta ser ao domingo e ter jogos de futsal ao sábado
Em 2006 voltou ao atletismo e em 2008 iníciou a prática de maratonas em estrada, um ano depois mudou-se para a corrida de montanha, local onde encontrou a minha realização pessoal. Ao longo destes últimos anos tenho corrido cada vez maiores distâncias sendo neste momento o Estrela Açor, 187 Km, a maior distância percorrida por Luis Mota.

Correr “é vital”. Terminar um desafio é a minha maior felicidade, diz Luís Mota

Se tivesse que se identificar numa frase, qual seria ela?

“Não guardes para amanhã o que podes fazer hoje”

Quando, e como, começou a sua carreira desportiva?

O desporto tem sido a minha vida. Iniciei no Atletismo aos 6 anos, fui para o Futsal e regressei, em veterano, ao atletismo. Atualmente tenho igualmente uma grande paixão pelo ciclismo.

Quando começou a fazer ultra maratonas? E porquê?

O meu sonho era ser Maratonista, tarefa que parecia complicada uma vez que tinha uma lesão antiga, que herdei do Futebol, no tendão de Aquiles que não me deixava correr mais de 50 minutos. Consegui concluir a primeira e hoje já perdi a conta ao número de Maratonas e Ultra Maratonas que realizei.
A paixão por longas distâncias é grande assim como o ambiente que se vive. Passou a ser a “minha vida”.

Passar dos 50 minutos para 24h ou mais a correr

Mota-Xisto

Como conseguiu superar a lesão no tendão de Aquiles ao ponto de fazer ultras?

Os últimos 2 anos foram muito complicados, tudo o que fazia era com dores. Todos os dias treinava e, depois do banho, a minha esposa massajava-me os calcanhares para tentar aguentar o trabalho diário.
Aos poucos foi melhorando, massagem, flexibilidade, reforço articular e bom calçado, foram as soluções para passar dos 50 minutos para 24h ou mais a correr.

Quando faz uma ultra o que passa pela sua cabeça?

Quando vou para a prova penso muito na família e amigos. Penso também em duas pessoas especiais que já partiram O Beto, companheiro de muitos quilómetros, posso dizer que foi ele que me “ensinou a andar de bicicleta”. Penso também no João Marinho, que teve aquela infelicidade em Espanha, no Trail. Rezo e eles retribuem a sorrir. É muito bom.

Como se se prepara para uma ultra?

Eu sou um atleta que treina muitas horas seguindo os princípios metodológicos do treino.
Preparo todo o material, testo a alimentação e tenho sempre o “Plano B”.

Qual a prova mais marcante que fez?

Representar Portugal há um ano, em Annecy, foi o momento mais importante da minha carreira. Uma prova dura, cerca de 82 kms com 5160m de desnível positivo e acabei em 80º da geral masculina com o tempo de 10h49m44s.

Mota-Estrada

Qual a História mais hilariante que teve numa corrida?

Há muitas histórias que poderia contar, mas a primeira talvez tenha sido a mais marcante foi:
Quando iniciei a corrida, há cerca de 40 anos, era meu treinador o José Augusto Rodrigues, representava a terra onde nasci, Cem-Soldos, concelho de Tomar.
As minhas primeiras provas, no tempo das Casas do Povo, foram nas aldeias da nossa freguesia, a Madalena, e éramos 10 atletas no nosso escalão (infantis).
Na primeira prova eu fui décimo, o último. Na segunda a história repetiu-se, mas na terceira, no Paço da Comenda, na descida dos Gaios para a Meta ultrapasso o João Paulo Godinho. De peito cheio lá cortei a Meta em 9º, quando olho para trás o João tinha desistido! Voltei a ser o último!

Tem a hipótese de um sonho ser concretizado, qual seria esse sonho?

O meu sonho é ter uma bicicleta”, uma daquelas das boas! Qualquer marca serve…desde que tenha menos de 7 Kg.

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Texto / Fotos: Miguel David

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