MARGARIDA VIEIRA É A ÚNICA TOTALISTA FEMININA DO GTS
OPraticante.pt esteve à conversa com Margarida Vieira, 48 anos de idade, que representa a equipa amadora “C’uma perna às costas”, ela que é a única totalista feminina do GTS Candeeiros – “Grande Trail Serra dos Candeeiros”.
Uma atleta amadora, que já têm um currículo invejável, frente a muitas ditas profissionais do trail, na época finda para além de:
ter sido a vencedora do escalão F45 no GTS Candeeiros – 32km – 1390 d+, subiu mais 4 vezes como vencedora do escalão e das provas em que participou;
Mas também teve o primeiro lugar no F45, Ultra Louzantrail – 47 km – 3300 d+, a somar dois 2º e 3º lugares, sendo que em cada um deles, foi vencedora do seu escalão e nos outros dois foi vencedora da prova e do seu escalão.
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Página da organização
GTS – Grande Trail Serra dos Candeeiros
G.R. Corredoura Trail Team apresenta a Nova Edição do GTS Candeeiros – “Grande Trail Serra dos Candeeiros” com Maior Compromisso Ambiental e Social.
O “Grande Trail Serra dos Candeeiros” é uma prova de trail running realizada anualmente na Serra dos Candeeiros.
Conhecida por sua paisagem espetacular e um ambiente festivo, a prova atrai corredores de todos os níveis.
Desde a elite nacional aos atletas amadores, que buscam um desafio emocionante e uma conexão profunda com a natureza.
Na sua quarta edição, que decorrerá no próximo dia 22 de Setembro, em Porto de Mós, o GTS Candeeiros promete não apenas deslumbrar os participantes com sua beleza e qualidade excecionais.
Mas também destacar um compromisso cada vez mais forte com a eco-responsabilidade e a sustentabilidade.
Um dos parceiros do GTS Candeeiros, é o Dolinas Climbing Center, um espaço inovador e único em Portugal, situado em Porto de Mós que oferece aos participantes do evento, 10% de desconto a quem nele pernoitar.
“…começou o ‘bichinho’ da competição e do convívio”
Margarida Vieira começou por nos falar do seu inicio desportivo:
“O meu início na corrida, de uma forma regular, começou tardiamente, aos 39 anos, quando decidi retomar uma antiga paixão.
São Martinho do Porto, onde vivo, proporcionava-me todas as condições para o fazer: percursos planos e uma paisagem sempre inspiradora, junto à sua baia.
Uns meses após iniciar as minhas corridinhas, fui desafiada por uma amiga a participar numa prova de estrada e aí começou o ‘bichinho’ da competição e do convívio que as provas proporcionam.
Durante a fase das provas de estrada, participei maioritariamente como individual.
Foi só após começar a praticar trail que, juntamente com o grupo de amigos com quem treinava regularmente, fundámos a nossa equipa totalmente amadora, a “C’uma perna às costas”.
“…passar por lugares únicos e deslumbrantes…” Margarida Vieira
Sobre o trail “O trail apareceu na minha vida, em 2018, através de uns amigos que, sendo praticantes e sabendo que eu gostava muito de correr, me apresentaram a modalidade.
Comecei a acompanhá-los nos seus treinos pelas arribas de Salir do Porto e pouco tempo depois fazia a minha primeira prova – 11km no Lagoa Sunset Trail, no Nadadouro, Foz do Arelho.
A partir dai, os treinos e a participação em provas não pararam mais.”
Acrescentando “Sendo eu uma apaixonada pela natureza e pela corrida, não foi difícil render-me ao trail.
A sensação de liberdade, o desafio pessoal, o privilégio de correr pela natureza e passar por lugares únicos e deslumbrantes, é o que me move e o que me leva a querer viver esta paixão tão intensamente.”
Referiu Margarida Vieira sobre um momento engraçado na sua carreira desportiva “Já vivi alguns momentos engraçados no meu percurso.
Destaco, um que ocorreu logo na primeira prova em que participei na Serra dos Candeeiros, em que, devido a uma confusão com o horário da partida, parti 6 minutos após o início da prova.
Estando tranquilamente a aprontar-me junto ao meu carro, veio alguém dizer-me: “Margarida, rápido! Eles já partiram!!”.
Felizmente já tinha o dorsal posto, e lá fui eu, esbaforida, ainda com o cabelo solto, tentar recuperar o tempo perdido.
No final, até nem correu mal, pois ainda consegui um sexto lugar na geral feminina!”
Margarida Vieira é a única totalista feminina do GTS Candeeiros – “Grande Trail Serra dos Candeeiros”
“Ser a única totalista da prova é, para mim, uma surpresa. Não fazia ideia!
A verdade é que os trilhos deste evento, têm tanto de exigentes como de fantásticos, mas principalmente devido à organização e ao ambiente que é vivido antes, durante e após a prova.
Tem sido irrepreensível a forma como a organização gere todos os momentos. Como atleta senti-me acolhida e acompanhada.
Os elementos da organização e os voluntários foram sempre muito simpáticos e prestáveis, tentando sempre assegurar de forma prioritária as necessidades dos atletas.
Paralelamente, também valorizo bastante a conduta e os valores que a organização tenta promover nas provas, inovando a cada edição na sua sustentabilidade e preservação da natureza local.”
“GTS é um excelente momento de convívio e de vivência do espírito do trail”
Sobre a sua preparação para o GTS Candeeiros – “Grande Trail Serra dos Candeeiros”:
“Cada prova de trail tem as suas características particulares, o que faz com que a respetiva preparação tenha que ser adaptada.
Desde 2022 que sou acompanhada profissionalmente pelo meu amigo e treinador Carlos do Meio, o que facilita em muito a minha preparação para as provas, agora, em particular, para o GTS.”
Continuando “Sim, conheço um pouco a região pois, para além da participação em todas as edições do GTS, também já participei noutras provas na região e, por vezes, faço dos trilhos da Serra dos Candeeiros o meu local de treino.”
E para concluir sobre o evento, deixa o convite para os indecisos:
“Como já referi, o GTS é um excelente momento de convívio e de vivência do espírito do trail.
Os trilhos são desafiantes, característicos do chamado “reino da pedra” e as paisagens são lindíssimas.
A organização do evento assegura-se que, tanto os atletas como os acompanhantes, passem um dia muito agradável em Porto Mós.
Quem participa não se arrepende, de certeza!”
Próximo objetivo de Margarida Vieira será realizar uma prova de três dígitos
Margarida Vieira referiu-nos os seus objetivos após a realização do GTS:
“Após este evento, tenho como objetivo realizar uma prova de três digitos, que tenho vindo a preparar há alguns meses.
Comecei no trail, como expectável, a realizar provas curtas, mas, à medida que fui ganhando mais experiência, fui-me apaixonando cada vez mais pelas distâncias longas e ultras.
A prova mais longa que realizei foi de 85 km, agora o objetivo é passar a marca dos 100 km.”
“A minha família tem-me apoiado sempre desde que retomei a corrida e comecei a participar em provas e este apoio é fundamental para mim.
É óbvio que o que faço influencia a dinâmica familiar, no entanto, eles ficam felizes por me ver e sentir feliz.
Como tenho uma filha que também pratica atletismo, mas mais seriamente, a família está habituada a estas andanças e percebe perfeitamente o que envolve.” salientou Margarida Vieira.
“…imensa vontade de ir testando e superando os meus limites.”
E concluiu a entrevista falando de como são estes resultados que vêm obtendo fabricados ou conseguidos:
“Não sei se se podem chamar de “resultados”, mas, tudo o que tenho alcançado nestes anos de prática deve-se, não só à paixão pelo trail.
Mas também à imensa vontade de ir testando e superando os meus limites.
Gosto de desafios e de me desafiar (mas sem pressões externas) e sei que para o fazer tenho de ser disciplinada nos treinos e focada nos meus objetivos.
Sinto que a decisão de ter um acompanhamento profissional foi um ponto de viragem muito positivo neste percurso, que me levou, entre outras coisas, a conhecer-me melhor e a realizar-me mais nesta modalidade.
No entanto e apesar de tudo, o meu resultado/objetivo mais importante é poder continuar, por muito tempo, a ser feliz nos trilhos e o resto… é o resto!”