5 MINUTOS COM MARINHA PIRES

Foto: mamuteadv / Serra D'Arga
Marinha Pires, de 38 anos, que representa o Afifense Trail, é madrinha do Trail do Pote, e foi nesse âmbito que a equipa de reportagem de OPraticante.pt a entrevistou.
O currículo de Marinha Pires em 2023
Trail de S. Silvestre 23km 3°Lugar da Geral, 2°Lugar Fsen
Circuito Best Trails Series época 2022/2023 de Carlos Sá Nature Events 3º Lugar Fsen
III Sunset Sand Run – Praia de Moledo 2º Lugar Fsem
Trail do Pote Noturno 3º Lugar FSen.
O ano 2023 foi de lesão, e recuperação a prioridade era fazer os 100km da serrra D’arga.
Nas 3 edições do Grande Trail da Serra D’arga na prova de endurance 100km
2023=100km 1º Lugar de Escalão
2022=110km 1º Lugar de Escalão
2021=110km 3º Lugar de Escalão
Trail do Pote de Gondar e Orbacém
O VII Trail do Pote de Gondar e Orbacém é um evento de Trail Running que decorre no território das Serras de Gondar e Orbacém, e na Serra D´Arga, percorrendo caminhos e trilhos em várias freguesias do concelho de Caminha.
O que não faltam são opções para explorar nos arredores de Gondar.
Para os amantes de caminhadas, trail ou ciclismo, estar nos arredores de Gondar é uma região repleta de lugares maravilhosos que vale a pena visitar e descobrir.
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Grupo do evento
Organização do evento
Tudo começou por brincadeira para Marinha Pires
Marinha Pires começou por nos relatar o inicio da sua carreira desportiva “O começo da minha carreira foi por brincadeira.
Nunca pratiquei nenhum tipo de desporto a não ser a corrida em treino, quando estive no exército, onde fiz a recruta e especialidade para polícia do exército.
Sendo praticamente obrigada a ter boa forma física.
Comecei por representar a equipa The Wolves- Amigos do Desporto da ACRVF em Abril 2017, mas por pouco tempo.
Logo em Outubro de 2017 tive o convite formal do Carlos Pereira para ir para a equipa Associação Desportiva Afifense Trail.“
Que a modalidade surgiu na sua vida porque “Depois de ter a minha filha Maiara, aumentei imenso o meu peso e para o perder comecei a fazer corrida.
Entretanto, uma vez, fui convidada por uns colegas meus, o Gilberto e o André a ir a um trail, “anda connosco, vais gostar, estás sempre a correr…”, e fui.“
“…a corrida em trail nunca é igual…”
“O Amor pela modalidade cresceu porque a corrida em trail nunca é igual, as provas são todas diferentes.
Cada uma com o seu trilho, com a sua beleza, com a sua dureza, e claro a superação de se fazer cada vez mais kms e se conseguir acabar uma prova, é único, e dá-me força para o dia da dia.
Comecei a prática de trail mais porque tive uma grande depressão em 2005 depois de um acidente com um trator, onde este caiu por cima de mim, e por milagre sobrevivi, mas não me livrei de uma valente depressão.
Em 2016 o meu pai ficou com demência e eu estava a começar a entrar de novo em depressão, até que vi no trail o meu antidepressivo.
Posso agradecer a esta modalidade o ter mais força para o dia a dia pois cada prova que faço serve de superação para cada dia que vem em seguida.” acrescentou Marinha Pires.
Como um dos momentos mais engraçados do trail, Marinha Pires mencionou “Ui tenho muitos, sou brincalhona e levo isto com boa disposição.
Um deles é ver os homens a fazer as suas necessidades e dizer a rir que nas provas só queria ser homem.
Pois nós mulheres não temos a facilidade dos homens, em prova, temos a nossa genética, que quando estamos na altura do mês, é super desconfortável fazer provas de ultra ou endurance, mas faz parte.“
“Trail do Pote é um evento magnífico onde não falta nada”
Sobre o sentimento que teve pelo convite que lhe foi endereçado pela organização referiu “A Rosa já me faz esse convite em edições passadas, acho que já faço parte da mobília.
Mas o primeiro ano que me convidou senti muito orgulho, uma madrinha babada.
O evento do Trail do Pote é um evento magnífico onde não falta nada. Não é uma prova competitiva a nível nacional nem regional.
Diria que é mais uma prova de convívio, mas é uma prova que também tem pódios e os seus troféu são lindos, mais bonitos, que muitas provas de competição.
É uma prova de bons abastecimentos, nada falta, e de acolhimento, os organizadores do trail do pote capricham em tudo.“
“Convido-os a virem participar e tenho a certeza que irão voltar de novo.
Mas não podem vir com pressa, têm que vir mentalizados, que no fim da prova que vão fazer, irão ficar a conviver nesta grande festa.” deixou o convite para os indecisos em participar no Trail do Pote.
Mencionando que tem “Treinado muito pouco, o tempo que tenho muitas vez não ajuda nada, mas vou dando a volta e fazendo o que posso.“
“…da lindíssima Serra D’Arga.”
Que já conhece a região “Gondar é uma Freguesia mesmo juntinha à minha, Freguesia de Dem, o evento normalmente passa nas freguesias vizinhas que são únicas, estamos a falar da lindíssima Serra D’Arga.“
Sobre os seus próximos objetivos “São vários. Estou a fazer o campeonato nacional de ultra na ATRP e tenho mais 3 provas para fazer, sendo a próxima, talvez, Melgaço Alvarinho Trail, depois vou vendo.
Nós atletas de provas ultra ou “eu” tenho que pensar em como vai correr a prova e só depois de a fazer é que sigo para o próximo objetivo.
Tendo sempre como maior objetivo de todas elas fazer o Endurance 100km no Grande Trail da Serra D’Arga, essa é a minha prova de eleição e de prioridade, de superação, e de obrigação para com todos os que me apoiam e já são bastantes.
Espero conseguir este ano, novamente, chegar junto de todos que me apoiarão nesse dia e vibrarão com a minha chegada a DEM. Agradeço desde já a todos.“
Familia a e a equipa Afifense Trail um apoio incondicional para se superar
“O apoio familiar é levar o marido e filhas para os trilhos, nunca me dizem que não e estão sempre do meu lado em todas as provas que faço.
No apoio desportivo tenho a minha equipa Afifense Tail que estão sempre do meu lado também, inclusive nas provas de endurance.
Passam a noite em claro para me darem apoio, são a minha segunda família estão sempre a incentivar e dar-me força. Obrigada verdinhos.“
“…corro com o coração, por superação…”
E para concluir Marinha Pires disse-nos “Eu não sou uma atleta de elite, sou uma atleta que corre com o coração, por superação porque me faz sentir bem, mas tem que se treinar.
Eu nunca tenho ninguém a treinar comigo, os meus treinos são feitos sempre sozinha.
No inverno, durante a semana, faço-os de noite, o meu treino mais longo é ao domingo e claro também o faço sozinha, por vezes treino com outros atletas mas é muito raro.
Claro que isto de calçar as sapatilhas e ir sozinha para o monte não é fácil, sou mulher e sou atleta, muitas vezes passo por sítios que são complicados.
Mas isso faz parte do treino para uma prova de trail, a única coisa que faço para me precaver é mesmo levar uma manta térmica e o telemóvel.
Há muitos mais sacrifícios como deixar as festas de família, aniversáios, entre outros, porque temos provas.
Deitar cedo e levantar às 4h da manhã “e essa é a pior parte de uma prova para mim” porque temos que nos deslocar para a prova.
Muitas vezes não se pode jantar com a família, porque se está a treinar.
Ficarmos com bolhas nos pés e unhas a cair.
Ficarmos com lesões porque somos atletas e ao fim de algum tempo todos nós temos uma lesão, seja ela qual for, e sim depois isso para nós é um imenso sacrifício.
Porque muitas vezes não podemos correr, para recuperar, e claro que nos afeta imenso a parte psicológica.“