OLIVEIRA, IRMÃOS SEM SORTE EM EXIBIÇÃO DE LUXO
Uma avaria em pleno sprint retirou a Rui Oliveira a oportunidade de discutir as posições de honra na prova de fundo para elite do Campeonato da Europa de Estrada, esta tarde, na Bélgica.
Uma corrida em que Ivo e Rui Oliveira colocaram Portugal sempre em evidência e na discussão dos primeiros lugares.
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Fonte: UVP – Federação Portuguesa de Ciclismo
Rui Oliveira impedido de pedalar nas últimas centenas de metros
Um toque entre ciclistas, em pleno sprint, fez saltar fora a corrente da bicicleta de Rui Oliveira, que ficou completamente presa.
Este fator impediu o corredor português de pedalar nas últimas centenas de metros, quando iria ser lançado o sprint.
Na altura, Rui Oliveira estava bem colocado e em condições de bater-se pelas posições cimeiras.
Uma prova que acabaria vencida pelo belga Tim Merlier, diante do neerlandês Olav Kooij e do estoniano Madis Mihkels, com o português a ser relegado para a 36.ª posição, a 10 segundos do vencedor
As más notícias para Portugal começaram logo pela manhã, com a doença de Iúri Leitão a impedir o campeão olímpico de pista de competir.
Mas a Seleção Nacional não desmoralizou e começou imediatamente ao ataque, com Ivo Oliveira a integrar uma fuga de cinco corredores que comandou a corrida durante cerca de 100 quilómetros.
A iniciativa só seria anulada em pleno Circuito de Limburgo, a sucessão de troços de empedrado, estrada estreita e subidas curtas, a cerca de uma centena de quilómetros do final.
Mas, com Ivo Oliveira absorvido, o irmão logo colocou Portugal novamente em evidência.
Durante cerca de 40 quilómetros sucederam-se as movimentações, com nomes fortes, como o campeão mundial Mathieu van der Poel, e Rui Oliveira esteve envolvido na maior parte.
Em muitos casos, foi mesmo o mais trabalhador na procura de distanciar-se do pelotão.
Ivo Oliveira foi vítima de furo
Entretanto, o segundo azar do dia bateu à porta de Portugal.
Ivo Oliveira foi vítima de furo, sinalizou a situação, mas o carro de apoio português nunca foi chamado pelo rádio-volta para prestar assistência.
Ivo Oliveira foi tentando pedalar, apesar da avaria, mas acabou por ver o grupo dos favoritos distanciar-se até ser alcançado pelo carro de apoio.
Foi um atraso irreversível, que ditaria o abandono do corredor.
Após os ataques em que esteve envolvido Rui Oliveira, foi a vez de um sexteto se adiantar, a pouco mais de 50 quilómetros da meta.
No grupo estavam três dos maiores candidatos ao triunfo: Mathieu van der Poel, Christophe Laporte e Mads Pedersen.
As seleções de Itália e da Bélgica não deram grande margem aos escapados, anulando a fuga a 25 quilómetros da meta.
A partir daí foi a preparação do sprint, com Itália a impor o ritmo no pelotão.
“Não consegui voltar a colocar a corrente”
Rui Oliveira recuperou do esforço na fase intermédia da corrida e colocou-se para discutir os primeiros lugares, escolhendo sempre rodas fortes para o lançamento do sprint.
Foi nessa altura que um toque com o neerlandês Olav Kooij deixou a bicicleta do português impraticável, tendo Rui Oliveira cortado a meta sem poder pedalar, fazendo mesmo a pé as centenas de metros que separavam a meta do parque das equipas, com passagem pela zona mista.
“Estive no grupo que mexeu com a corrida, ataque nesse grupo duas ou três vezes, ainda consegui recuperar para o sprint, mas estava mesmo a sentir-me confiante.
Sentia mesmo boas pernas. Fiz uma boa aproximação, atrás da Itália. Nos últimos metros apanhei a roda do Philipsen, que vinha por fora, a gastar um pouco.
Vi a placa dos 500 metros, percebi que era cedo para arrancar.
Esperei um pouco e quando ia na roda do Jasper Philipsen tive um toque do Olav Kooij, bati noutro ciclista e a corrente escangalhou-se.
Não consegui voltar a colocar a corrente”, lamenta o ciclista português.
Rui Oliveira lamenta o desfecho “daquela corrida em que iria ter o meu melhor resultado pela Seleção na estrada.
Mas acho que mostrei do que sou capaz e tenho plena confiança de que posso fazer um resultado muito grande na estrada e vou continuar a lutar por isso”.