PORTUGAL NAS MEIAS FINAIS IHF WORLD CHAMPIONSHIP

Foto: Anze Malovrh / kolektiff
A Seleção Nacional sub-21 Masculina ultrapassou o Egito, esta tarde, e garantiu presença no top-4 do Campeonato do Mundo.
A luta por um lugar na grande Final colocará as Ilhas Faroé no caminho luso (jogo agendado para as 20h00).
O jogo da Meia Final acontece já esta sexta-feira às 20h00 (hora portuguesa) – transmissão em direto no Canal de YouTube IHF Competitions.
Um festival de golos vistosos no Portugal vs Egipto
Nos primeiros cinco minutos, as duas equipas protagonizaram exatamente as mesmas ações.
Um golo para cada lado (1-1), um ataque perdido de parte a parte e a primeira defesa de ambos os guarda-redes.
Entre mais alguns erros ofensivos, o marcador só voltou a mexer aos 6’ com o Egito a voltar à liderança (1-2).
A partir daqui seguiu-se um festival de golos vistosos, com as duas equipas a melhorarem no capítulo da eficácia e a partilharem uma agressividade defensiva assinalável.
Aos 9’ apareceu a primeira exclusão da partida, para a formação africana, mas a inferioridade numérica foi bem gerida e o Egito até esteve perto de dobrar a vantagem.
Portugal teve a perícia necessária para consumar a reviravolta
Mas tal não só não aconteceu, como Portugal teve a perícia necessária para consumar a reviravolta e atingir a primeira vantagem (6-5), já de igual para igual.
Aos 13’ os dois guardiões, Diogo Rêma Marques e Youssef Salama continuavam a dar espetáculo [três defesas cada até esse momento].
A coesão defensiva dos lusos ia tendo cada vez mais sucesso.
Em cima dos 15 minutos, apareceu a inédita vantagem de dois golos para Portugal (7-5), por Tomás Teixeira, jogador em destaque, com quatro golos (100% de eficácia).
Pouco depois surgiu a primeira exclusão para os lusos, mas o melhor que o Egito conseguiu foi reduzir para o mínimo (7-6).
Até aos 20’ Diogo Rêma Marques, ao seu estilo super-heróico, negou por duas vezes a possibilidade de empate ao Egito.
A equipa agradeceu e correspondeu no ataque: 10-7 no marcador e primeira diferença de três golos no jogo, já depois de várias alterações promovidas por Carlos Martingo.
Aos 23’ nova situação de superioridade numérica para o Egito e segunda exclusão para o ponta João Magalhães, que, como habitualmente, ocupava a posição de segundo defensor.
Mas a Seleção Nacional voltou a não se deixar afetar.
Diogo Rêma Marques já tinha aumentado a contagem para cinco defesas e a confiança no ataque de Portugal era bem visível em alguns golos acrobáticos.
Aos 26’ Carlos Martingo pediu time-out, com o marcador em 12-10.
A paragem fez bem ao Egito, que conseguiu anular a desvantagem (12-12), numa altura em que os lusos já não marcavam há quatro minutos. Ao intervalo, prevaleceu o empate.
Diogo Rêma Marques um herói
Depois do descanso, Tomás Teixeira voltou com a mão quente. Fez os dois primeiros golos lusos no segundo tempo e ajudou Portugal a regressar ao comando (15-14).
Gonçalo Morgado foi chamado a jogo para tentar parar o camisola 10, Mohamed Khallaf, da linha de 7 metros e o guardião bracarense respondeu na perfeição.
No ataque a Seleção Nacional sub-21 continuou bastante competente e, novamente, Tomás Teixeira brilhou para, desta vez, devolver os três golos à maior (18-15).
Os egípcios melhoraram no plano ofensivo e o jogo assumiu uma toada de golo cá golo cá até que, à entrada dos quinze minutos finais, Diogo Rêma Marques voltou a vestir a capa de herói e ajudou Portugal a alcançar quatro golos de vantagem (23-19).
Mas, do outro lado, Youssef Salama continuava a ser uma dor de cabeça para os comandados de Carlos Martingo que até criavam as situações de finalização mas iam pecando no capítulo da eficácia.
O treinador português pediu o seu segundo time-out a nove minutos do apito final com o marcador em 23-21.
Os lusos responderam da melhor forma possível e gritaram vitória na Arena Sosnowiec com uma exibição consistente e convincente.
“Só estão as quatro melhores equipas em competição” Carlos Martingo
Carlos Martingo, técnico português que comanda os destinos desta formação, realçou a qualidade do adversário.
Mas ainda mais a resiliência portuguesa e destacou todos os motivos para sorrir:
“Sabíamos que o Egito é uma equipa difícil que materializou a sua qualidade em grandes resultados que obteve neste Campeonato do Mundo.
Entrámos muito bem no jogo, com alguma vantagem.
Mas depois, com a rotação acabámos por perder um pouco a intensidade que nos caracteriza e o Egito voltou a reentrar no jogo – estabelecendo o empate ao intervalo.
Já na segunda parte, voltámos a entrar bem, desde o início – embora sem uma vantagem alargada – mas estivemos sempre na frente.
Acabámos por dilatar e creio que a nossa vitória nunca esteve em causa e foi extremamente meritória.”
“[Chegarmos às Meias Finais] é um motivo de orgulho para todos, é o reflexo do trabalho que os clubes têm feito e, claro, o investimento da Federação que permite as melhores condições às seleções.
Estamos muito contentes e sabemos que o futuro do andebol português continua a ser risonho.”
Já com o adversário das Meias Finais – Ilhas Faroé – conhecido, Carlos Martingo alertou para a qualidade dos jogadores adversários.
Destacou Oli Mittun como um dos principais motores dos faroeses:
“É uma equipa alicerçada no Oli Mittun que é um dos melhores jogadores do Mundo desta geração.
Mas além do Oli Mittun tem alguns excelentes executantes, como por exemplo o pivô [Ísak Vedelsbøl].
As Ilhas Faroé jogam muito tempo 7×6, são uma equipa muito segura, que não perde bolas fáceis e estamos a jogar uma Meia Final.
Só estão as quatro melhores equipas em competição, esperamos um jogo muito difícil.
Mas também sabemos e acreditamos que se tivermos ao nosso melhor nível é um adversário que podemos bater.”