A rampa da graça no NAC Trail? Não tinha graça nenhuma!

NAC Trail

Foto: KabazuK Photography

O NAC – Núcleo de Atletismo de Cucujães organizou no dia 27 de maio de 2018 a 1ª edição do NAC Trail 2018. A prova foi constituída pelo trail de cerca de 24 Km, pela Caminhada / Mini Trail, com extensão aproximada de 11 Km.

As partidas e chegadas do NAC Trail tiveram lugar num local já por mim conhecido e do qual gosto bastante, no Parque junto ao Café Del Rio, no lugar da Ponte de Cavaleiros – S. Tiago de Riba Ul, Oliveira de Azeméis e percorreu trilhos e caminhos do concelho de Oliveira de Azeméis.

Equipa OPraticante.pt / Hora do Lobo – Foto: KabazuK Photography

Eu e o Pedro lá saímos de Albergaria-a-Velha em direção a Oliveira de Azeméis. Chegamos cedo, cerca das 8 horas. No entanto, já se viam alguns atletas a andar para lá e para cá. Encontramos desde logo colegas de trilhos: Isabel Almeida, Alex Tondela, Fernando Gonçalves e, mais tarde, António Correia, Milton Santos, Mário Tavares, entre muitos outros com quem fomos conversando.

NAC Trail 2018

Cerca das 8h30 começaram a ser chamados os atletas dos trail longo para o controlo zero. Pelas 9 horas foi dado o sinal de partida. O mini trail e a caminhada começaram cerca de 15 minutos depois.

Partida dos 24 km – Foto: Fototrail-AM

Voltando ao trail, ao NAC Trail que começou por estrada e assim se manteve alguns metros deixando que o pessoal da frente ganhasse, desde logo, posição e que alguns atletas trocassem algumas palavras entre si.

Lembro-me por exemplo da Ariana Tavares do C. B. Viseu Running Team que veio a subir à 3ª posição geral feminina (Parabéns Ariana) a dizer que os primeiros quilómetros eram para aquecer, ir a um ritmo mais estável portanto. Escusado será dizer que muito antes dos 10 quilómetros deixei de te ver Ariana, ligaste o turbo como habitualmente ;).

Fernando Lima e Luís Silva vencedor do trail longo – Núcleo de Atletismo de Cucujães – Foto: António Leite

Bem, como não podia deixar de ser, eu, aos 4 quilómetros (tenho a sensação que é sempre aos 4 km) caí. Pisei uma rocha mais escorregadia e lá caí sobre a mão e anca direitas. Agradeço aqui ao atleta da ArcoRun que imediatamente me ajudou a levantar. Felizmente foi só pele.

Foi aqui também que encontrei a Catarina Fonseca que me reconheceu como colaboradora d’O Praticante e que me contou que também esteve nos Trilhos dos Pernetas onde subiu ao 2º lugar do pódio no nosso escalão: sénior feminino. Boa miúda.

Silvia Gomes com Catarina Fonseca – Foto: Antonio Araújo

A Catarina fez-me companhia durante algum tempo mas depois também seguiu o seu caminho rumo ao 3º lugar do pódio no escalão sénior feminino aqui no NAC Trail, muitos parabéns Catarina e obrigada pela companhia, pela ajuda, pela motivação.

Uma beleza extraordinária este NAC Trail

Não posso deixar de referenciar a nossa passagem pelos trilhos de mata queimada onde a beleza e pureza da mesma deram lugar ao negro que o fogo provocou. De lamentar os incêndios de que todo o nosso país foi alvo.

Foto: Teresa Baptista

O percurso, no geral, é de uma beleza extraordinária. Passamos alguns single track’s, ziguezageados por entre árvores de sobe e desce que, às vezes, só mesmo agarrando os troncos. Quedas de água que, a dada altura, deixei de contar, muito bonito mesmo. As zonas mais perigosas com apoio de cordas e bombeiros.

NAC Trail
Foto: Pedro Lopes

Muitas fotografias, organização impecável, abastecimentos impecáveis. Muita travessia de rio, Isabel Almeida, o que me lembrei de ti 😉 mas que souberam pela vida para uma recuperação ativa das pernocas ao longo da prova.

Considero que tivemos muita sorte com o tempo uma vez que se o sol brilhasse, íamos torrar um bocadito.

Foto: KabazuK Photography

Mais uma vez saliento o espirito de entre ajuda de todos os atletas, a preocupação, a ajuda, o dar a mão, as palavras de incentivo, o mostrar que mais rápidos, menos rápidos, mais ágeis ou menos ágeis, com mais espirito de sacrifício e empenho ou menos, todos gostamos do que lá estamos a fazer e todos nós nos preocupamos com o outro.

Aos 11 km, sensivelmente, defronto-me com calhaus e musgo, alguma cautela e logo em seguida o que me aparece? Rolling Stones.

Rolling Stones presentes no evento

Foto: Sílvia Gomes

Despertou-me um sorriso e ainda valeu uma paragem para uma fotografia para eternizar o momento.

À organização: espetacular o nome que deram a esta subida, não podia o nome fazer mais jus à mesma. Uma subida de pedras rolantes que não acabava nunca. Aqui fui passada pela atleta Sãozita Ferreira que subia entre os calhaus como se apenas um trilho normal se tratasse.

Logo em seguida, 12 km e pouco percorremos uma descida que também nunca mais acabava inclinada e técnica (e o medo que tenho de descidas). Quase caminhava.

No fim, ao partilhar a minha experiência com o Pedro e ele a dele comigo, dizia-me que nessa mesma descida, vinha ele isolado, sem ninguém á frente nem atrás e que de repente lhe aparece um atleta vindo não sei de onde a descer a toda a velocidade. O Pedro diz-me que ele não poisava sequer os pés no chão. Não sei quem era mas, és grande 😉

E a rampa da graça? Não tinha graça nenhuma! Nunca mais acabava.

E a rampa da graça? Não tinha graça nenhuma! Nunca mais acabava. Quando achei que estava a acabar, volta a subir. Oh God. Difícil esta. Mas é destas coisas que gostamos, são estas coisas que procuramos quando vamos a provas. Organização, mais uma vez, excelente.

Sãozita Ferreira na dita Rampa da Graça, sem Graça nenhuma – Foto: Tó-Zé Pinheiro

Saliento ainda a música com que a população nos presenteou ao longo de parte do percurso. Música é sempre algo que me dá ânimo e me ajuda a ultrapassar os obstáculos da prova, o cansaço e a desmotivação.

Passamos ainda por outras zonas históricas e muito bonitas, lembro-me do Açude Samuel por exemplo e da Ponte romana.

Pessoalmente, a prova não me correu muito bem. Este ano está a ser duro comigo e acuso algum cansaço proporcionado pelo pouco treino que tenho feito também e que me leva a amargurar um pouco nas provas, obviamente.

Tirei algumas vezes o telemóvel para contactar com o Pedro e quando ele chegou à meta, fez o caminho inverso para vir ao meu encontro. As caibras começavam a querer instalar-se e eu já estava saturada.

Foto: Pedro Lopes

Túnel com água e o apoio para a meta

Quando cheguei junto ao túnel com água, lembro-me de perguntar às bombeiras que lá estavam se não havia ratos. Uma delas olha para mim e dizer com ar muito óbvio: – Se houvesse, afogavam-se. Muito me ri.

Entro no túnel com água já a uma altura considerável, dou um passo e fico com água acima da cintura. Lembro-me também de questionar se teria que nadar (não sei nadar) visto que tenho pouco mais de metro e meio. Mas ao fim do túnel estava lá o Pedro, que me serviu de combustível para os km que me faltavam até à meta.

Finalmente, entro no Parque, os últimos metros até à meta. E cruzo a meta.

O abastecimento final já não tinha quase nada e o prémio finisher foi um boné. Aqui deixo um apontamento á organização para futuramente, se possível, melhorar estes dois últimos pormenores.

Classificações do NAC Trail

Trail longo – 122 atletas

Geral masculino – Foto: KabazuK Photography

Masculino
1º Luís Silva, do Núcleo de Atletismo de Cucujães – 02:18:49
2º Tozé Amorim, Serviços Sociais Câmara Fanta Maria da Feira – 02:21:47
3º David Coutinho, Jobra – Associação de Jovens da Branca – 02:24:51 (Parabéns David :D)

OPraticante.pt / Hora do Lobo no pódio com Duarte Barbosa

Para além da Sílvia Gomes escritora deste maravilhoso artigo, que bem retrata este evento, o projecto de OPraticante.pt esteve também representado na parceria conjunta com a Hora do Lobo, destaque para Duarte Barbosa 14º geral / 2º M45 – 02:35;21, e os restantes elementos que constituiram a equipa foram: Luís Morais 57º geral / 11º M45 – 03:16;38, Sérgio Moura 65º geral / 22º sénior – 03:21;21, Hélder Santos 77º geral / 15º M45 – 03:29;38, e Daniel Silva 97º geral / 33º sénior – 3:51;57 fechou a equipa.

Daniela Russo. – Foto: António Araújo

Feminino
1ª Daniela Russo, Oralklass-Amigos do Trail – 02:46:24
2ª Alexandra Fernandes – 03:00:36
3ª Ariana Tavares, F.C.B Viseu Running Team – 03:10:34

Geral feminina – Foto: KabazuK Photography

Mini trail – 113 atletas

Masculino
1º Gilberto Pimenta, Oralklass-Amigos do Trail – 01:06:24
2º Nuno Brandão, do Núcleo de Atletismo de Cucujães – 01:07:39
3º Ricardo Vieira, individual – 01:11:52

Feminino
1º Isabel Almeida – 01:12:44 (Parabéns Isabel :D)
2º Licínia Santos – 01:15:15
3º Ana Almeida – 01:15:15.

Foto de capa do artigo da autoria de João TeixeiraKabazuK Photography.

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Artigo: Sílvia GomesOPraticante.pt/Correio de Albergaria Trail Running
Fotografias: António Araújo / KabazuK Photography / Tó-Zé Pinheiro / Fototrail-AM

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