Rui Costa nono no Campeonato do Mundo

Rui Costa foi hoje o nono classificado na prova de fundo do Mundial de Estrada, em Richmond, Estados Unidos da América, conseguindo o segundo melhor resultado de sempre de um português, só batido, pela vitória do próprio Rui Costa, há dois anos.
A prova de 261,4 quilómetros, que não se revelou tão dura quanto o esperado, foi ganha pelo eslovaco Peter Sagan, que atacou a cerca de 3 quilómetros da meta, na segunda das três subidas do circuito, arriscou na descida seguinte e segurou a vantagem alcançada na subida para a meta.
Os corredores portugueses estiveram bastante ativos ao longo da prova. José Gonçalves e Rui Costa colocaram-se na frente de corrida, na primeira cisão no grupo principal, que não viria a dar frutos. Nelson Oliveira atacou várias vezes, endurecendo o ritmo, a última das quais, de forma temerária, na entrada para a última volta.
Rui Costa, com a frieza que todos lhe reconhecem, guardou-se para a fase final, discutindo as posições de honra e conseguindo o segundo top 10 português na história de todos os campeonatos mundiais de fundo na categoria de elite. Nelson Oliveira foi 16.º. Os dois gastaram mais 3 segundos do que o vencedor, cortando a meta com o mesmo tempo dos outros corredores que subiram ao pódio, o australiano Michael Matthews, segundo, e o lituano Ramunas Navardauskas, terceiro.
José Gonçalves ficou envolvido numa queda, a 54 quilómetros do final, e o tempo perdido já não permitiu qualquer recuperação, pelo que acabou por abandonar.
“Esperava um percurso que fizesse mais seleção na parte final. Foi totalmente o contrário: uma corrida muito rápida, muito técnica, muito agressiva, em que a colocação era muito importante. Sabemos que não temos uma seleção perfeita para proteger e levar à frente. Remediámos com o que tínhamos. Tratei de guardar forças para a reta final, onde tudo indicava que seria uma chegada ao sprint”, afirma Rui Costa, lamentando dispor apenas de dois colegas de equipa, que lutaram contra formações com nove elementos.
“A três voltas da chegada ainda estava na frente um grupo grande, sendo necessário esperar pela última volta para que o cansaço fizesse a sua seleção. Tentámos surpreender a faltar uma volta, mas isso não foi possível, por ação das equipas que queriam uma chegada ao sprint. Fizemos uma boa corrida, demos o que pudemos. Agradeço o apoio de todos os portugueses”, diz Nelson Oliveira.
O selecionador nacional, José Poeira, considera que “o percurso não se revelou tão favorável quanto gostaríamos e quanto poderia ser debaixo de chuva. No entanto, a equipa, só com três elementos – reduzida a dois, porque o José Gonçalves partiu a bicicleta -, conseguiu o nono e o 16.º lugares. Queremos sempre mais, mas um top 10, a este nível, é algo muito difícil de atingir”.

Texto: José Carlos Gomes
Foto: Luis Barbosa

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