TELMA MONTEIRO “TRISTE” COM A SUSPENSÃO AO JUDO

Telma Monteiro

Telma Monteiro - Foto: DR

A antiga judoca Telma Monteiro confessou-se “triste” com a suspensão de um ano aplicada pela Federação Internacional de Judo (IJF) à federação portuguesa da modalidade, situação que não considera “uma grande surpresa”.

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Fonte: Lusa

Telma Monteiro diz que é o “reflexo de decisões tomadas nos últimos anos”

Acho que o que está a acontecer agora é o reflexo e a consequência de decisões que foram tomadas nos últimos anos.

Acaba por não ser uma grande surpresa, na minha opinião e para a comunidade do judo.

E é triste, por tudo aquilo de que nos queixámos não há tantos anos, como isso agora acaba por se comprovar.

É triste, não sei como é possível resolver a situação.

Tenho pena porque são sempre os atletas que ficam prejudicados”, lamentou a antiga atleta, em declarações à agência Lusa.

A medalha de bronze olímpica no Rio2016 assinalou as consequências nefastas que esta situação poderá acarretar para o judo português já nos Mundiais, que decorrerão entre 13 e 18 de junho em Budapeste.

Temos atletas que possivelmente podem não competir com a bandeira de Portugal.

Podem ter que competir com a bandeira da Federação Internacional de Judo.

Temos uma federação que pode perder o estatuto de utilidade pública e os prejudicados são sempre os mesmos, que são quem trabalha para trazer prestígio à modalidade.

Portanto, isso é triste, mas, como disse, é uma consequência e teve mais destaque pelo impacto direto e a entidade grande que é a Federação Internacional de Judo”, referiu.

Telma Monteiro
Telma Monteiro – Foto: Kulumbegashvili Tamara

A judoca portuguesa teceu duras críticas

Indignada, Telma Monteiro teceu duras críticas.

Anteviu que a dívida que levou a esta decisão por parte da IJF em suspender a federação portuguesa possa superar o valor de 800.000 euros trazido a público.

Se aquilo que vou ouvindo dentro da modalidade for verdade e se comprovar, as dívidas são muito superiores a esse valor.

Portanto, quem fica prejudicado são os atletas porque obviamente que haverá menos investimento nos mesmos.

Menos investimento no desenvolvimento da modalidade, que não passa só pelo lado de rendimento.

É triste saber que os atletas, os treinadores, os clubes trabalham num sentido e depois sofram as consequências de ações [de terceiros]”, manifestou.

Como uma referência do judo e do desporto olímpico português, Telma Monteiro considerou ainda ser necessário refletir sobre o futuro e “fazer diferente” para que uma situação semelhante não se repita.

É um momento para refletirmos dentro da modalidade e com todas as entidades que tutelam o desporto também.

Todos juntos refletirem sobre o porquê de, não só no judo.

Mas também noutras federações, quando se chega a determinada posição, seja um presidente ou quem trabalhe numa federação, se consegue ter estas atitudes, que prejudicam tanto o desporto.

Temos de parar para refletir e perceber o que se pode fazer de diferente para que isto não volte a acontecer”, concluiu.

Suspensão por um ano para a Federação Portuguesa de Judo

A FPJ foi notificada na terça-feira da suspensão por um ano, imposta pela Federação Internacional de Judo (FIJ).

Ocorreu devido a dívidas ao organismo regulador da modalidade que perfazem 800.000 euros, a quase duas semanas do início dos Mundiais, em Budapeste.

Portugal deverá competir na capital húngara, entre 13 e 18 de junho, com seis judocas.

Entre os seis judocas encontram-se:

o campeão mundial em 2019 e 2021 Jorge Fonseca (-100 kg), a campeã europeia vigente Patrícia Sampaio (-78 kg) e a ‘vice’ continental Catarina Costa (-48 kg).

Estão também inscritos Miguel Gago (-66 kg), Otari Kvantidze (-73 kg) e Taís Pina (-70 kg), que não têm a participação em risco.

Mas poderão ter de competir sem a bandeira portuguesa, conforme já reconheceu à agência Lusa o presidente da FPJ, Sérgio Pina.

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