Thomas Bach reeleito, admite “graves problemas éticos”

Thomas Bach

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O alemão Thomas Bach foi hoje reeleito para novo mandato de quatro anos à frente do Comité Olímpico Internacional (COI), que lidera desde 2013, na 137.ª Sessão daquele organismo.

Texto: SIF // AMG – Lusa

Thomas Bach foi hoje reeleito

Muito obrigado, do fundo do coração, por este voto de confiança.

Para mim, é ainda mais avassalador, considerando as muitas reformas e muitas decisões difíceis que tivemos de tomar e nos afetaram a todos”, declarou Bach, após ser reeleito, perante a Sessão.

O alemão de 67 anos recebeu uma votação quase unânime, com 93 votos a favor, um contra e quatro abstenções, numa altura em que os Jogos de Tóquio2020, adiados para este verão pela pandemia de covid-19, têm questões de segurança, viabilidade e presença de público estrangeiro como principais dúvidas.

Já este ano, o COI definiu Brisbane, na Austrália, como “cidade favorita” para receber os Jogos de 2032, como parte de um novo processo de candidatura e seleção de organizadores que hoje defendeu e cuja Agenda2020, na qual ficou delineada a partir de 2014, foi aprovada por unanimidade.

Esta reunião está a decorrer por via telemática, depois de ter estado inicialmente agendada para Atenas, com vários assuntos da agenda olímpica em cima da mesa, quando faltam quatro meses para Tóquio2020.

Thomas Bach tem agendada para as 16:30 de Lisboa uma conferência de imprensa virtual para dar conta dos trabalhos do primeiro dia da Sessão.

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“graves problemas éticos” na escolha de últimos Jogos Olímpicos

A forma de escolher a cidade que recebe Jogos Olímpicos criou, nas últimas décadas, “graves problemas éticos”, pela forma como as campanhas gastavam milhões de euros e minavam a reputação do Comité Olímpico Internacional, admitiu hoje o presidente Thomas Bach.

Segundo Thomas Bach, que preside ao Comité Olímpico Internacional (COI), este formato acabou por levar a que as cidades que perdiam “dificilmente pudessem justificar uma nova candidatura”, além de surgir uma nuvem de “má conduta” por causa do ‘lobbying’ envolvido.

“O resultado foi que tínhamos cada vez menos candidatos e a nossa reputação foi afetada”, sentenciou, na 137.ª Sessão do COI, que hoje arrancou por via telemática.

Bach, que ainda hoje falará em conferência de imprensa, pelas 16:30 de Lisboa, destacou ainda a forma mais transparente e sustentável que a Agenda2020 trouxe, com um sistema de acompanhamento e “conversas avançadas” para que é convidada uma de entre vários favoritos.

Foi o caso de Brisbane, na Austrália, que já este ano foi designada como recomendada e, assim, deu um passo em frente para ser selecionada para receber os Jogos em 2032.

Antes, já o COI tinha atribuído aos únicos candidatos a organização do evento: a Paris os de 2024 e a Los Angeles os de 2028, face à falta de cidades aspirantes a concurso.

“O novo sistema traz custos mínimos e escapa a ‘lobbying’ e influências”, atirou Bach.

Os últimos Jogos atribuídos pelo antigo sistema foram os de Tóquio2020, adiados para este verão, quando a capital nipónica bateu Madrid e Istambu.

Um processo envolto em polémica pela alegada compra de votos a favor dos japoneses, e que levou o caso aos tribunais e à demissão do então presidente do Comité Olímpico do Japão, Tsunekazu Takeda.

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