Ultimo salto vale Bronze para Nelson Évora nos Mundiais de Pequim

Nelson Évora foi hoje medalha de Bronze no Triplo Salto dos Campeonatos do Mundo de Atletismo, competição que decorre em Pequim, na China.

Numa final emocionante, o atleta português abriu o concurso com 17.28 metros, que já seriam a melhor marca portuguesa da corrente temporada e que deixaram Évora na segunda posição no final da primeira das seis rondas da final. Com o americano Christian Taylor a saltar 17.49 metros do segundo ensaio, o português caiu para a terceira posição, e no terceiro ensaio, depois de cair para a quarta posição com um salto de 17.28 metros do russo Lyukman Adams que com um segundo melhor registo no concurso passou a ocupar a posição de bronze, Évora mostrou que estava pronto para reagir e recuperou a posição de bronze com um terceiro ensaio a 17.29 metros. Com a liderança do concurso a ser alternada entre o cubano Pedro Pablo Pichardo e o americano Chistian Taylor, Nelson teve um quarto e um quinto ensaios nulos, vendo outro americano, Omar Craddock, passar para o terceiro lugar no quinto ensaio com 17.37 metros. Nelson não baixou os braços e no sexto e derradeiro ensaio do concurso tirou da cartola uns fantásticos 17.52 metros (v:+0.3m/s), a sua sexta melhor marca de todos os tempos e a melhor no período pós-lesão. A medalha de bronze já não fugia ao português, o cubano Pichardo ficava com a Prata depois de um último salto a 17.73 metros, incapaz para superar os 18.21 metros com que Christian Taylor levantava o “Ninho do Pássaro”.

“Foi rasgadinho até ao fim, o Taylor e o Pichardo tiveram sempre na frente, aproximei-me deles e eles reagiram. A competição foi bastante dura também para o terceiro lugar. O meu treinador, os meus amigos e a minha família pediram-me para lutar até ao último ensaio. Não esperei que tivesse que reagir no último ensaio, mas a competição foi assim” disse Nelson Évora no final da sua prova em declarações ao jornalista Eduardo Gonçalves.

“Eu sei como estas competições são, é importante fazer bons saltos logo no início, não o consegui e mesmo o Taylor e o Pichardo estavam a ter algumas dificuldades, estrategicamente era importante mas tenho vindo a ganhar ritmo nos últimos tempos e não foi possível, mas isso são pormenores que tenho que trabalhar para os Jogos Olímpicos e que agora não interessam, ganhei uma medalha, a segunda esta época depois o título europeu de pista coberta e estou feliz por isso.”, acrescentou o pupilo de João Ganço, o seu treinador de sempre.

“Já reaprendi a andar, agora estou a aprender a voar, hoje foi uma prova disso, já voei um pouco embora tenha sido baixinho, porque ambiciono fazer outros voos. Quando fui campeão olímpico neste estádio à chuva, sempre ambicionei que os meus adversários saltassem o mais longe possível para eu me poder superar, foi isso que aconteceu hoje, agora falta ganhar um pouco mais de confiança e saltar para os 18 metros. Vão ser uns Jogos Olímpicos históricos, porque todos nós vamos querer bater o recorde do mundo.”, continuou Évora, que conquistou a sua terceira medalha em campeonatos do Mundo, depois do Ouro em Osaka em 2007 e da Prata em Berlim em 2009, de resto, a última do Atletismo português em Mundiais de Atletismo.

“Dedico esta medalha à minha irmã, que esteve aqui no Estádio, tivemos um ano bastante duro, só nós sabemos pelo que passámos e tenho que lhe dedicar esta vitória a ela porque foi o meu pilar. Aproveito para agradecer a todos os portugueses por todas as mensagens, por todos os vídeos que me enviaram, vi-os todos mas não consigo responder a toda a gente, por isso Obrigado Portugal”, terminou o Campeão Olímpico de 2008.

Texto e foto de: FPA

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