Ultraresistência – Volta a la Cerdanya

La VCUR, prova organizada pelo Pai de Kiilian Jornet (Eduard Jornet), no local onde o rei do trail treinou na sua infância, tinha como objectivo contornar toda a Cerdanya com um total de 120km e um declive positivo de 6400m, mas atendendo às condições meteorológicas a organização decidiu modificar uma parte do percurso alterando-o para 130km e um declive positivo de 6000m.
A prova é pontuável para o campeonato de Espanha e confere quatro pontos para o UTMB e tinha o seu inicio marcado para a meia-noite de sábado (13 de Junho).
Na quinta-feira anterior (11 de Junho), eu e o mestre Luís Miguel já lá estávamos para descansar e poder correr a volta de Puigcerdá. Quando chegava a hora da verdade só faltava verificar o material e estar concentrado e dar os 100%. Às 23:30h já estávamos em Alp para passar o controlo do material obrigatório e começar. Eramos só 107 corredores para esta aventura, a noite parecia agradável, falámos que parecia estarmos com sorte visto que o temporal da noite anterior poderia complicar as coisas, mas a surpresa estava por chegar.

Logo à partida, uma subida até Coma Oriola, uma pista de esqui a 2000 metros de altitude que serviu para conhecer o tipo de terreno que íamos encontrar e as exigências das subidas de la Cerdanya.

Por volta da duas da manhã começava o frio a apoderar-se do corpo a chuva a cair e o céu a trovejar, confesso que nunca vi chuva igual… e lá tivemos que vestir o material impermeável.
No km 30 encontrámos uma festa onde estavam muitos jovens a divertir-se enquanto eu e o mestre passávamos a correr molhados e com o nosso frontal, mas não desanimados, pois o nosso objetivo estava cada vez mais perto.
Vinha mais uma subida, longa, onde dava para correr em alguns sítios e outros mal se ia a passo, a seguir uma descida muito complicada cheia de rochas e muito técnica mas o por do sol e o fim da chuva ajudou a libertar a pressão.

Mais uma subida, esta agora era até ao posto de abastecimento onde tínhamos o saco de muda de roupa e mais uns géis, subida interminável com muita água no percurso que ajudou a ficar com os pés com uma cor nova… Ao final da subida esperava-me a energia mais poderosa, a família e poder receber o que me dá mais energia, os seus ânimos e abraços.
Após carregar energias, foi seguir para o caminho do objetivo, a meta, uma pequena descida para mais uma subida daquelas que te faz andar e sacar os bastões, no final da subida íamos encontrar uma zona que dava para rolar com subidas e descidas mais curtas.
Chegámos então à parte do percurso alternativo, o terreno era rápido, mas um autêntico carrossel sobe e desce, que fez parecer uma eternidade, e onde começou novamente a chuva com toda a força até ao fim da corrida
Os últimos kms eram rápidos e sem grande dificuldade, na entrada de Puigcerda, o local da meta, havia umas escadas para depois ir até à meta e chegar ao tão desejado objectivo.
No fim fiz 20h57minutos, classificando-me em 26º da geral, o mestre Luis Miguel fez 23H57 e ficou 41 da geral, numa prova em que 50% dos atletas desistiram.

De referir que o primeiro classificado foi Pau Capel que fez 14h50, nas mulheres foi Laia Diez com 19H56, que é a treinadora do Pau Capel

Texto de: Ruben Monteiro

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