VOLEIBOL, REVIRAVOLTA ÉPICA RECOMPENSADA COM OS «OITAVOS»
Foto: Federação Portuguesa de Voleibol
No Campeonato do Mundo de Voleibol 2025, a decorrer nas Filipinas, a Seleção Nacional de Seniores Masculinos viveu ontem um autêntico teste à sua resiliência.
No jogo decisivo com a Colômbia, Portugal superou a pressão e conseguiu uma vitória épica por 3-2 (23-25, 21-25, 25-20, 25-21 e 15-11).
O triunfo dos Estados Unidos sobre Cuba (3-1: 25-17, 25-22, 23-25 e 27-25) confirmou o apuramento de Portugal para os oitavos-de-final.
Portugal vai defrontar a Bulgária, 1.º da Pool E, em jogo agendado para o dia 22 de Setembro e transmitido em directo pela RTP (8h30).
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Portugal x Colômbia, 3-2 (23-25, 21-25, 25-20, 25-21 e 15-11)
Vitória dos EUA garantem apuramento de Portugal para os oitavos do Mundial de Voleibol
O jogo começou de forma bem desfavorável para a equipa portuguesa.
Nervosos e a cometer erros, os jogadores de Portugal viram a Colômbia vencer os dois primeiros sets por 25-23 e 25-21.
O treinador João José teve de intervir para acalmar os ânimos e redefinir a estratégia, uma vez que a equipa sentia, visivelmente, a pressão de um desafio tão importante.
A resposta dos jogadores veio com uma notável reviravolta.
Portugal entrou para o terceiro set com uma atitude totalmente diferente, mais focado e a cometer menos erros.
Conquistou o terceiro e o quarto sets por 25-20 e 25-21, respetivamente, igualando o marcador e levando a decisão para o set final.
No quinto e decisivo set, a Selecção Nacional mostrou o seu melhor Voleibol e, apesar de alguma instabilidade inicial, conseguiu impor-se e fechar a vitória com um resultado de 15-11.
O zona 4 Nuno Marques, com 19 pontos, o oposto José Pinto, com 16, e os centrais Kelton Tavares e Filip Cveticanin, ambos com 12 pontos, foram os melhores pontuadores dos guerreiros lusitanos. Ver estatística AQUI
O espírito de grupo
Após a vitória suada da Seleção Nacional de Seniores Masculinos por 3-2 com a Colômbia no Campeonato do Mundo, o Selecionador Nacional João José, que foi considerado o melhor blocador no Mundial de 2002, destacou a pressão como um factor crucial, que esteve presente ao longo de toda a competição.
“Hoje, sabíamos que se viéssemos para o jogo com a oportunidade de passar para a próxima fase, esta pressão iria aparecer. E apareceu”, admitiu.
Contudo, a equipa conseguiu superar essa adversidade, encontrando um ponto de viragem durante o jogo.
“No terceiro set, conseguimos, de forma consciente, desligar um bocadinho daquilo que poderia acontecer e pensar no que efectivamente podíamos fazer durante o jogo“, explicou.
Sublinhando a importância de se focarem nas “coisas que controlamos e não naquelas que escapam ao nosso controlo”.
Este clique, de acordo com o Selecionador Nacional, libertou os jogadores e permitiu que o jogo evoluísse favoravelmente.
A prestação da equipa no Campeonato do Mundo das Filipinas pode ser resumida em uma palavra: «superação».
“É preciso perceber que viemos para esta fase final do Mundial com expectativas realistas de que queríamos ir para a fase seguinte, mas que era extremamente difícil”, disse.
A equipa conseguiu uma boa entrada no primeiro jogo com Cuba, “uma seleção fisicamente superior”, “superou-se contra a Colômbia”.
Mas não aguentou a pressão contra os Estados Unidos, “que jogaram para vencer e não deixaram a equipa portuguesa contrariar o seu jogo”.
A superação da pressão
“Hoje, tivemos que aguentar a pressão mais uma vez”, reforçou.
Reconhecendo que “o objectivo era estar na condição de conseguirmos passar.
Com a vitória frente à Colômbia, ficámos nessa condição. Cumprimos o nosso principal objetivo.
Foi uma caminhada de altos e baixos, especialmente depois de perdermos uma das nossas referências [Alexandre Ferreira] devido a uma lesão.
A equipa teve de se reajustar e superar os obstáculos emocionais que foram surgindo.
Ver que alcançámos a meta é uma mistura de alegria e orgulho pela concretização do nosso trabalho.
Agora que cumprimos o objetivo, temos um novo desafio pela frente: defrontar a Bulgária.
Senti a enorme vontade dos jogadores de entrar em campo. Se o jogo fosse amanhã, eles já estariam prontos!
Temos de manter a calma e usar os próximos dias para recuperar física e emocionalmente.
Vamos analisar o nosso adversário, ajustar alguns pontos tácticos e prepararmo-nos para explorar os pontos fracos da Bulgária. Não há segredos, só muito trabalho“, confessou.
Por fim, o técnico abordou a importância do espírito de grupo e da capacidade dos jogadores em aceitar os seus papéis.
“A mensagem que tentamos passar é que quem tem de entrar, e ninguém entra numa situação fácil, tem que estar preparado para o fazer”, explicou.
“Temos de aceitar o nosso papel de contribuir para o grupo”.
João José destacou o papel do distribuidor Tiago Violas no jogo com a Colômbia, descrevendo-o como:
“alguém que ajuda sempre o grupo, alguém que está sempre disponível, alguém em quem a gente confia”.
O selecionador concluiu a ideia, reforçando que as trocas de jogadores “não significam uma perda de confiança.
Mas sim uma enorme confiança naqueles que estão no banco e no que podem trazer para o jogo”.


