1.ª Empeno de 2015… e que empeno!!!
O Trail de St. Iria, não estava nos meus objetivos, por vários motivos, um deles (o mais importante), era pelo simples facto de não estar em forma e de ter treinado muito pouco. Nunca se faz provas sem treinos, no fim não se fica bem! No meu caso, até acabei por terminar a prova em condições razoáveis, isto porque, consegui fazer uma gestão muito boa. Fui com o objetivo de desfrutar da paisagem, tirar umas fotos, e claro, por a conversa em dia com os meus colegas de provas, pois já há alguns meses não participava em nenhuma.
No entanto o convite da publicação desportiva “O Praticante”, motivou-me a aceitar o desafio, mesmo sabendo das minhas condições.
Estava um pouco nervoso, pois não sabia como me iria comportar.
O nervosismo passou no momento que chego à arena do Trail St. Iria, estava um ambiente de pura festa do trail. Foi o reencontro de pessoas “viciadas em trail”, cerca de 1300 estavam presentes… nem o frio fez com que ficassem em casa, (cerca de 3 ºC).
A organização, começou logo cedo a animar a malta, andou a fazer entrevistas pelos stands, com algumas perguntas aos atletas, foi uma forma de descompressão e de envolver todos os intervenientes neste evento.
O relógio bate as 9h00, tudo pronto para o arranque! Partida… para mais uma prova de superação! Os atletas, vão todos alegres, felizes, bem dispostos até ao km sete, a partir daqui tudo em silêncio, isto porque apareceu uma “parede”, e que parede!!! Um subida com uma inclinação brutal, se não tinha perto dos 35% de inclinação, faltava pouco!! A meio da subida, encontramos a Liliana, a Safety Runner, da Clinica do Merino, apesar da função dos Safety Runner’s ser auxiliar os atletas, ela fez mais do que isso… estava aos berros bem alegres, a incentivar tudo e todos naquela parede!! Que doida!!
Mas o pior estava para vir ao km dez, uma subida extremamente longa até às heólicas, muiiito longa!! Parecia que não tinha fim! Este percurso tinha uma paisagem simplesmente brutal, tínhamos vistas para o Rio Douro, para toda a cidade do Porto, e até conseguíamos avistar as heólicas da Serra de Montemuro! Fantástico este percurso!
No fim tínhamos uma pequena descida, o que não achei piada, porque a organização deixou intacto o trilho, ou seja, o arvoredo rasteiro impedia de progredir com corrida nesta descida, inclusive, para quem gosta de ter o equipamento intacto, foi muito cauteloso na descida. No meio do arvoredo existia lousa à superfície, o que tornava algo perigoso, porque não víamos onde elas estavam, mesmo tendo um elemento da organização a avisar do perigo.
A única situação que achei uma falta de responsabilidade da organização, foi na zona da cascata, no entanto o local é soberbo!
A descida para a cascata, mete algum respeito, pois estamos no limiar das nossas capacidades individuais e psicológicas. Esta descida é uma autêntica ravina, uma falha na concentração, um pé em falso, uma quebra de tensão, vertigens ou uma pedra solta, vamos pela ravina abaixo e é morte na certa. Na minha opinião, a organização confiou que os atletas, podiam auxiliar-se agarrando-se aos arbustos, mas não é o suficiente. Faltavam cordas de segurança!
Contudo a surpresa viria a aparecer a seguir, na subida da encosta da cascata, aqui sim, senti-me em perigo. Praticamente fiz escalada sem corda de segurança… meus senhores, se me dava uma câimbra ou uma quebra de tensão, não sei o que poderia acontecer! O local é fantástico e vale a pena passar lá, mas não arrisquem tanto! Coloquem cordas!
A vossa prova é brutal, e não vale a pena os riscos que correm, pois poderá ficar manchada, pela falta de uma corda!
O Trail de St. iria é uma prova, MUITO DURA! Trilhos muitos duros, muita pedra, alguns singles tracks, na maioria são estradões com vistas espectaculares! Existiam descidas muito técnicas quase impraticáveis com corrida, porque apresentavam-se com muita pedra e escorregadia.
A organização esteve muito bem, foram excepcionais! O voluntariado dos postos de abastecimentos, foram sempre muito atenciosos, preocupados em saber como estavamos! Uma nota muito positiva para toda a organização!
Os vencedores desta edição no Mini Trail na distância de 17 kms foram Joana Tomás com 2h 09 59s, seguida de Mariana Delgado – 2:11;39, ambas da – CTAD – Trilhos de Cinfães, e de Rosário Martins – Centro Ciclista de Gondomar – 2:11;47, e em masculinos António Martins com 1:30;20, seguido de Asdrubal Freitas – 1:36;21, ambos do Centro Ciclista de Gondomar, e em terceiro Albino Magalhães da Dr. Merino Clinica Médica – 1:36;22.
No trail a vitória foi para LucindaSousa – Gondomar Futsal Clube – 4h 54m 04s, com Elisabete Carvalho – Trocopasso Runners – 5:56;31 e Marta Rosa – Addicted to trail – 6:15;29 aocuparem o segundo e terceiro lugar, David Coelho – Individual – 4:12;08, foi o vencedor masculino, ocupando os lugares imediatos Bruno Moreira – Amigos do Pedal Trail de Lagares, e Pedro Marques – Paredes Aventura – 4:20;07.
Deixo só uma nota menos boa e não é para a organização, mas sim para o Município de Gondomar.
Numa parte do percurso, cerca de 500 mts, deparamos com algum entulho, acho que sabendo que o percurso passa por ali, poderiam ter retirado o entulho! Pois 90% dos atletas vêm correr para apreciar a paisagem, e aquilo não fica bem na fotografia.
O Trail de St. Iria, certamente que ganhou lugar no panorama nacional do trail, pois é uma prova que apresenta uma dureza muito boa para os quilómetros que tem, uma excelente treino para o incio da época!
Para 2016, certamente que estarei presente, mas em forma!
André Oliveira