Campeonatos do Mundo de Meia Maratona, Recordes superados

Samuel Barata
A seleção nacional masculina alinhou à partida dos Campeonatos do Mundo de Meia Maratona, que se realizaram em Gdynia, na Polónia.
A Seleção foi representada por Samuel Barata, Rui Pinto, Luís Saraiva e Nuno Lopes, que alcançaram o 19.º lugar coletivo.
Estes Campeonatos do Mundo de Meia Maratona foram a estreia de todos os elementos da equipa nesta competição.

Samuel Barata foi o melhor português
Samuel Barata foi o melhor português, em 40.º lugar, com a marca de 1h02m19s, recorde pessoal, cumprindo, assim, o objetivo a que se propôs nesta que foi a sua estreia nesta competição.
“Bati o meu recorde pessoal oficial e aproximei-me muito do não oficial.
Posso dizer que atingi o objetivo nesta minha estreia nos campeonatos do mundo de meia maratona.
De referir que estes são contextos de corrida completamente diferentes, pois são muito mais stressantes e o ritmo é muito mais rápido, com todos a tentarem posicionar-se nos primeiros quilómetros.
O percurso também não foi fácil, era acidentado e com alguns cotovelos.
No entanto, consegui seguir com um grupo de europeus e manter um ritmo rápido.
Por volta dos 12 km fui forçado a abrandar o ritmo, mas consegui recuperar e terminar forte.
Estou muito satisfeito e feliz com a minha prestação”, resumiu o atleta.
Luís Saraiva também superou o seu recorde pessoal, sendo o segundo melhor português a chegar à meta (78.º), com o tempo de 1h03m56s.
Nuno Lopes terminou a prova com o tempo de 1h06m30s. Rui Pinto desistiu.

Campeã europeia em título e a medalha de bronze na mesma competição
Do lado feminino, foram duas as atletas a representar Portugal.
A campeã europeia em título e a medalha de bronze na mesma competição, respetivamente, Sara Moreira e Jéssica Augusto.
No dia do seu aniversário, Sara Moreira, que passou por duas épocas de lesões, foi a melhor portuguesa.
Sara terminou na 39.ª posição, com o tempo de 1h11m39s, a melhor marca nacional feminina da época na distância.
“Já tinha assumido que esta iria ser uma competição muito especial, por se realizar no dia do meu aniversário, que é sempre um dia feliz.
Agora depois de terminar, é preciso olhar para a minha prestação de duas perspetivas.
Por um lado, considero que alcancei uma boa marca, principalmente tendo em conta que estou a preparar uma maratona.
Com um mês e meio de treino, este resultado significa que estou no bom caminho e que o que está a faltar é precisamente competição, ganhar ritmo competitivo.
Por outro lado, o 39.º lugar é uma posição que não me satisfaz, embora seja preciso considerar que o nível competitivo foi muito elevado, com vários recordes batidos, por atletas que têm participado em muitas competições”, declarou, no final, Sara Moreira.
Jéssica Augusto terminou a prova em 82.º lugar, com o tempo de 1h15m29s, a segunda melhor marca nacional feminina da época na distância.

Análise dos Campeonatos do Mundo de Meia Maratona
A comitiva portuguesa foi liderada por Rui Vieira, incluindo ainda o Técnico Nacional de Meio-Fundo e Fundo, António Sousa, e o treinador Paulo Colaço.
“Esta era a única grande competição internacional que se iria realizar este ano, pelo que consideramos muito importante dar a oportunidade aos atletas nacionais de poderem competir ao mais alto nível, condição fundamental para a sua evolução.
De sublinhar que Portugal não participava nesta competição desde 2003, ano em que organizou os Campeonatos do Mundo de Meia Maratona em Vilamoura, e que o nível competitivo cresceu muito desde essa altura.
Basta olharmos para os resultados e verificar que, do lado masculino, foi batido o recorde da competição e 13 recordes nacionais.
Do lado feminino, foi superado o recorde do mundo da distância em provas exclusivamente femininas e oito recordes nacionais.
No que diz respeito à prestação portuguesa, dos seis atletas que nos representaram, três cumpriram o objetivo.
Destaque para o Samuel Barata que bateu o seu recorde pessoal e foi o 13.º atleta europeu.
Sendo que no histórico da participação nacional nesta competição, apenas quatro vezes foram alcançadas marcas cronometricamente melhores.
De relevar também o resultado da Sara Moreira, que foi 17.ª europeia e, mesmo já tendo alcançado resultados cronometricamente superiores, nesta competição apenas por três vezes as atletas portuguesas fizeram uma marca melhor do que a conquistada hoje pela atleta.
Por fim, importante salientar o facto de o Luís Saraiva ter batido o seu recorde pessoal numa competição deste nível, o que é um ótimo sinal“, afirmou António Sousa, em jeito de balanço.
Entre os 177 atletas que terminaram a competição, 13 bateram os recordes nacionais e registaram-se 55 recordes pessoais.
Coletivamente, venceu o Quénia, seguido pela Etiópia e, em terceiro lugar, classificou-se o Uganda.
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