César Modesto de bicicleta sem travões pela EN2

Inédita e ousada aventura de Norte a Sul que César Modesto iniciou anteontem, e ontem após duas etapas, estivemos à conversa com o ciclista.
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Norte a Sul em bicicleta sem travões
Texto: Henrique Dias // OPraticante.pt
Fotos: Bárbara Rodrigues
Página do ciclista
Página do Alcobaça Clube de Ciclismo
César Modesto “a maneira mais purista de sentir a bicicleta”
O ciclista César Modesto, de 31 anos, designer gráfico de profissão, natural de Alcanena e residente em Alcobaça, quis fazer o mesmo percurso mas de uma forma diferente e inovadora: por isso quis utilizar uma bicicleta de pista, que considera “a maneira mais purista de sentir a bicicleta”.
A par disso César Modesto quis aliar uma causa solidária no âmbito das bicicletas propôs-se desenvolver uma angariação de fundos.
Definiu como objetivo tentar angariar um euro por cada quilometro percorrido e para isso criou uma campanha através da plataforma GoFundMe (que convida todos a contribuírem para a causa).
Os fundos angariados serão para apoiar as equipas de formação do Alcobaça Clube de Ciclismo.
E o César colocou-se logo pronto a cooperar connosco e a explicar-nos o motivo da sua inédita aventura, bem como está a decorrer a sua aventura, quando efetuasse a sua paragem final após a segunda etapa.
Aqui ficam as suas declarações sobre a aventura que hoje termina.
O que o motivou a fazer o desafio
“O desafio de fazer a N2 já estava nas ideias de completar há alguns anos, mas nos últimos anos parece que ficou algo “trendy” ser feita a N2.
Portanto quis complicar o que já é de extrema dificuldade, o facto de pedalar a N2, mas desta feita, numa bicicleta de pista, que em ambiente fora de velódromo é conhecida como bicicleta fixed gear (carreto preso).
A findar o ano passado pus a ideia em marcha e quis dar algum mote ao fazer a N2.
Já que o sofrimento vai existir de qualquer forma, porque não dar o corpo ao manifesto para uma causa?
Aí entra o Alcobaça Clube de Ciclismo, e a ideia de os ajudar com uma campanha de crowdfunding.“
Como correram as duas primeiras etapas
“A aventura começou no dia 22, sem claro, haver muitas peripécias no dia anterior ao arranque.
A bicicleta só chegou às minhas mãos no dia 21 da parte da tarde, ainda teria de ser montada e seguir para Chaves.
Na terça feira começou a epopeia em Chaves, com muito frio, muito nevoeiro, mas com muita vontade, se foi fazendo quilómetro a quilómetro, subida a subida, cada uma mais dura que a anterior.
Sai de Peso da Régua para Bigorne a maior de todas, penso que foi 1h25 de subida constante, e o “pior” já tinha passado, diziam os meus colegas na carrinha de apoio.
A tarde foi se passando e após Viseu tive a surpresa de ver um dos nossos apoios, a marca Zeus, aparecer para acompanhar até Penacova numa carrinha, assim como do meu treinador da EM Concept.
Surpresa agradável, deram-me uma escolta com 2 carros e uma carrinha na zona mais perigosa da N2 , as inserções pelo o IP3, tudo correu bem.
Cheguei a Penacova com uma média extremamente boa mas um cansaço visível provocados pelos 237km e 3550 metros de desnível positivo.
Dia 2 começa em Penacova em direção a Góis, e as dificuldades começam logo nos primeiros quilómetros com uma “parede” a bater nos 13% que me deixou logo quente, e com suspiros da dificuldade.
Ainda viria a chegar, nova subida longa em Góis, mais de 1h em escalada, e desde aí que a dificuldade que mais temia apareceu, vento frontal até Vila de Rei.
Foi um dia bastante extenuante, com o encurtar do plano original de seguir até Montemor o Novo a ser necessário, e a paragem final do dia ser em Mora, 43km antes do que tinha o objetivo, totalizando o dia 2 com 217km e 2980m de desnível positivo.
Amanhã (hoje) será o último dia, o maior de todos, com a distância a ficar perto dos 260km.“
Desejamos que esta nova etapa corra bem, seja a aventura um êxito e amanhã cá estaremos, para com ele podermos fazer o balanço final da sua superação, bem como ficar a saber um pouco mais sobre a sua aventura de 2021.