Mental Coaching para treinadores e técnicos

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Mental Coaching para treinadores

– Qual a sua importância e impacto numa equipa?

Quando falamos em Mental Coaching Desportivo pensamos, de imediato, em atletas. O que é que um atleta pode fazer para ter a mente alinhada com o corpo? Como é que pode estar mais focado? Como baixar índices de ansiedade? São apenas alguns exemplos entre tantos outros que conseguimos identificar como sendo cruciais, quando se trata de um atleta de alta performance.No entanto, também é importante falar em Mental Coaching para treinadores e, até, para técnicos e dirigentes. Porquê?

Coaching

Há espaço para evolução ao nível dos treinadores?

Coaching significa, basicamente, ação e orientação para se ir do ponto A ao ponto B, seja em que área for. E isto é comum a qualquer tipo de Coaching, seja ele Coaching Desportivo, Life Coaching, Coaching Escolar, Coaching de saúde, etc. Assim, estamos sempre a falar em apoiar e desafiar um indivíduo, no sentido de extrair dele as suas próprias respostas para que consiga progredir numa área previamente identificada como crítica. Deixo aqui algumas questões para reflexão, destinadas a treinadores e clubes desportivos: Nas vossas equipas, se o trabalho de preparação mental fosse alargado também a treinadores, adjuntos e técnicos, os resultados dessas equipas seriam melhores? Haverá espaço de evolução ao nível do corpo técnico? Será que um elevar das competências mentais e emocionais dos treinadores, ajudaria na própria evolução individual de cada atleta e nos resultados da equipa?

Numa sessão de Coaching que fiz há algum tempo, com uma equipa de treinadores e, perante algumas questões que estavam a ser abordadas sobre a evolução de cada atleta e da equipa em si, mudei o foco do atleta para os treinadores e perguntei-lhes o que é que eles poderiam fazer de diferente pela equipa deles.

Olharam para mim com ar de espanto, pois o habitual é perguntar o que é que o atleta está a fazer de errado e não o que é que o treinador pode fazer de melhor.

Foi curioso ver que as respostas demoraram, mas apareceram. Após 40 minutos de sessão, os treinadores já tinham descoberto e identificado algumas ações que poderiam pôr em prática, no sentido de promoverem a sua própria melhoria, o que aconteceu nos dias seguintes e com muito bons resultados.

Está a fazer “tudo” o que pode

Em algumas ações de formação que já tive o prazer de dar e nas quais coloquei estas questões, alguns treinadores responderam que já estavam a fazer tudo o que podiam para ajudar a equipa. E eu acredito que seja verdade.

A questão é: O que é “tudo”? “Tudo” a que nível? “Tudo” ao nível daquilo que eu, treinador, vejo no momento? “Tudo” aquilo que eu consegui percecionar como sendo importante de fazer com os atletas e os outros técnicas e em mim? Mas será que esse “tudo” é mesmo “tudo”?

Desafio treinadores e técnicos a colocarem-se a si próprios as seguintes questões:

– Quais são as dificuldades que estou a enfrentar neste momento?
– Onde é que haveria espaço para EU melhorar ao MEU nível?
– O que é que EU poderia fazer diferente para resolver determinada situação?
– Há quanto tempo estou a fazer as coisas da mesma forma?
– Será que eu posso ver melhor cada situação, ouvir melhor o que me dizem (e o que não me dizem…), ser mais criativo nas minhas soluções?
– O que é que eu não estou a ver?
– Como é que me posso superar a mim mesmo e alcançar a verdadeira excelência de serviço?
– Se tiver um atleta bloqueado, sem evoluir numa determinada área, onde é que eu não o estou a conseguir ajudar? O que é que ele está a precisar que eu não lhe estou a dar? O que é que posso fazer de diferente?

É importante que o treinador mude o foco para si próprio!

Desafio treinadores e técnicos a mudarem o foco do atleta e da equipa para si próprios, a verem-se a si como o seu próprio adversário e a investirem na sua própria preparação mental; no fundo, a questionarem-se e a implementarem ações que façam o match com as respostas que obtiverem às tais questões anteriormente referidas, nomeadamente: “Haverá espaço de evolução ao MEU nível?” Será que um elevar das competências mentais e emocionais dos treinadores ajudaria na própria evolução individual de cada atleta e nos resultados da equipa?

O Coaching para treinadores é uma forma de complementar o trabalho de Coaching com os atletas e de se ter um trabalho de preparação mental – o chamado treino invisível – feito a nível global. Na verdade, se quisermos mesmo conduzir uma equipa a um trabalho de excelência absoluta, eu diria que o Coaching deveria ser efetuado transversalmente, abrangendo até esferas na linha dos dirigentes dos clubes e dos pais dos atletas.

Ora, pensem comigo: se os atletas tiverem uma postura de se superarem constantemente e de melhorarem todas as suas competências, mesmo as que já sejam boas, vão certamente ter uma melhor performance; se os treinadores tiverem a mesma postura constante, de se excederem a si próprios e de descobrirem onde e como é que podem fazer um trabalho ainda mais eficaz, também vão certamente ser melhores treinadores; e se os pais e os dirigentes dos clubes também fizerem este trabalho ao seu nível? Também vão conseguir ajudar melhor cada atleta.

Assim, teríamos ou não uma equipa ganhadora? Impossível não ter! Só a mudança em termos de atitude que este tipo de pensamento e de mindset gera em cada pessoa, só por si, já coloca o indivíduo numa escala ascendente rumo ao sucesso.

Os seus atletas, a sua equipa e o seu clube falam “Coachês”?

Há sempre espaço para melhorar. Por vezes, não vemos como é que isso pode ser feito e é nesses casos que o apoio de um Mental Coach pode ter um valor inestimável. Um Mental Coach tem a capacidade de inspirar, apoiar e levar um indivíduo a zonas de performance inimagináveis.Para além do mais, quando todos os intervenientes de uma equipa se encontram alinhados com um mesmo objetivo e se regem todos pelo mesmo princípio da superação individual constante, passa a ser muito mais fácil trabalhar com todos ele; também passa a ser mais fácil trabalharem todos entre si e até o espirito de equipa deixa de ser um fardo.No momento em que todos os elementos de uma equipa, desde os atletas, aos treinadores, dirigentes e pais passam a falar “Coachês”(1), a postura e o mindset perante o treino e as competições muda e a equipa dispara em termos de performance.

Querer evoluir

Há, no entanto, algumas condições básicas para que este trabalho de Coaching Desportivo, funcione: o atleta, o treinador, o dirigente desportivo tem de querer evoluir e perceber que a existência de “espaço para melhorar” é algo subjacente a qualquer ser humano, independentemente do nível que já tenha atingido.

É importante haver esta humildade, da parte do treinador e do Clube e esta vontade em fazer melhor e fazer diferente, se for necessário (eu diria que é quase sempre necessário, porque todos nós podemos ser melhorar em alguma área, mas deixo essa reflexão ao critério do leitor…).

Por outro lado, é importante que as ideias sejam passadas à prática, ou seja, que sejam testadas e implementadas no terreno. O Trabalho de Mental Coaching é um trabalho invisível, que acontece dentro da nossa cabeça, mas não é um trabalho teórico e a sua eficácia é tanto maior quanto mais se conseguir experimentar e implementar! Ação!

Treinadores, vamos lá descobrir onde e como é que pode haver espaço para melhorarem, ao vosso nível? Vamos lá lidar com a adversidade de forma global e construir equipas ganhadoras?

(1) Termo usado pela autora, como forma de se referir a uma linguagem e mindset específicos, característicos das pessoas que passam por processos de Coaching e que adquirem uma nova forma de estar na vida.

Não perca o próximo artigo referente à temática do Mental Coaching Desportivo.

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Nyamar – Mental Sports Coaching – Sónia Martins
Master Coach / Mental Skills Coach – Especializada em Coaching desportivo

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