Corrida do Dador um sucesso debaixo de chuva

Parque das Nações, Lisboa, dia 1 de dezembro, 09H30 a chover copiosamente antes do início de mais uma prova com sentido nobre, sendo enaltecido o atletismo em prol de uma corrida e caminhada de agradecimento ao dador.

A I Corrida & Caminhada Solidária de Agradecimento ao Dador foi organizada pelo Grupo Desportivo de Transplantados de Portugal, com a participação da Escola Superior de Tecnologia de Saúde de Lisboa, tendo o evento como objectivo não só agradecer ao dador de órgãos e sensibilizar as pessoas para a doação de órgãos, mas sobretudo incentivar e consciencializar para a importância da prática de exercício físico na sua população específica e na população em geral.

“runners” habituais não faltaram à corrida do dador

Passo a passo e nesse aqueciemnto era possível vislumbrar aquelas caras conhecidas, aqueles tais apelidados de “runners” habituais, que como uma família raramente falham uma corrida, muito menos esta de agradecimento ao Dador, uma causa nobre.

Duas provas, a principal com extensão de 8 kms e caminhada de 5 kms, somente a mais longa com classificação e atribução de prémios.

Lá vou eu para o aquecimento da praxe, pois o frio fazia se sentir, dava vontade de voltar para o aconchego, mas como sou um “runner” não existe chuva que me faça desistir.

E lá fui para o aquecimento, que durou cerca de 15 minutos, com intento de evitar alguma lesão inicial, estando já completamente ensopado fruto dos pingos de chuva, que se faziam sentir.

Inicio da prova do dador

Inicio da partida, pelas 10H00, e o São Pedro teve o dom de nos agraciar para o tiro de partida, tendo cessado a chuva por cerca de cinco minutos.

Boa nomenclatura na meta de partida, não fosse o mote da prova nobre, tendo partido bastante forte e com bom ritmo rumo à conclusão de 8 kms, parti rápido e forte encabeçando os 10 a 15 primeiros da frente, sendo possível ver um pouco mais a frente junto aos bares do parque das nações e no seu prolongamento alguns dos colossos do atletismo atual e figuras da prova, tais como o Hélio Fumo e o José Gaspar entre outros que seguiam a um ritmo competitivo e profissional.

Prova que de forma subconsciente seria rápida, e logo após 1 km o pelotão estava dissipado, entrei na zona da terra batida mesmo adjacente ao parque expo, onde no solo haviam umas “poças” de água as quais serviram de obstáculo e treino, pois não me apetecia nada estar a molhar-me, optei por contorna-las, apesar de já me encontrar todo molhado.

Ritmo alto marcou o andamento dos primeiros

A frente ai pelos 5 kms, ainda com um bom ritmo que rondava os 3:45 ao km segui para o abastecimento, dando um gole curto e rápido numa garrafa de água, apenas em jeito de refresco, pois o ritmo era alto e não dava tempo para grandes bebidas.

Posto isto o retorno, e ainda na zona da terra batida, acedemos aos passadiços de madeira os quais serviam de trampolim a cada passada dada, deslumbrante ao olharmos à esquerda, o céu carregado de nuvens de cor cinza, a ponte Vasco da Gama imponente sobre aquele rio Tejo com tanta história, davam força para o sprint final.

Volvidos mais uns metros e após ter passado a parte dos adorados passadiços em madeira voltamos ao alcatrão, de novo junto aos bares da expo, sendo já visível no horizonte a meta.

E a desejada meta ali mesmo à distância do olhar

Nesta altura olho para o relógio e vejo que o objetivo dos 8 km em 30 minutos é uma realidade, tendo passado a meta com 30m29s, obtendo o 15 º lugar da geral e 4º no escalão M35, ficando bastante satisfeito com a minha prestação, e por ter representado o projecto de O Praticante, a equipa OPraticante.pt.

Logo atrás de mim a primeira atleta feminina acaba também a prova, recolho o meu saco de finisher contendo uma maçã e uma água que souberam pela vida.

E os vencedores desta primeira edição foram Nelson Cruz com 24m41s, seguido de Hélio Fumo – 24;52, e de José Gaspar – 25;06, compuseram o pódio masculino, em femininos Kcenia Bougrova – 30;37 venceu, Lucília Soares – 32;20 em 2º lugar e Inês Almeida – 33;52 a completar o pódio.

Prova para crescer, com tudo para melhorar

Sobre a prova, a mesma foi muito rápida mas com percurso muito bonito e misto, apenas deveria ter mais uns kms, de certeza tem potencial para mais uns metros com tanta variedade de pisos e paisagens ribeirinhas.

No final a junção de vários atletas, em que a hegemonia da ajuda e a representação de actos tão nobres como doação de orgãos para alguém que necessite ficaram vincados no objectivo principal desta prova.

Prova com potencial e pernas para andar.

Abraços , Beijos e Boas Corridas

Texto: Alexandre Tavares
Fotos: Werun