Dos carreiros Seculares aos trilhos desportivos e de lazer de hoje

Share the post "Dos carreiros Seculares aos trilhos desportivos e de lazer de hoje"
Alvorada, eram 7h, hora de levantar para os seis representantes de O Praticante na pacata, mas agradável aldeia das Caldas de Felgueira, onde o céu não se vislumbrava devido à neblina que cobria o vale onde se encontra localizada a aldeia, pouco depois o pequeno almoço bem diversificado foi servido no Hotel Pantanha, onde pernoitaram, servindo para aumentar as energias para o desafio que se avizinhava.
A segunda edição do Trail dos Caminhos Cruzados uma organização do Dão Nelas e da empresa Caminhos Cruzados.
Dão Nelas BTT nasceu como ideia em 2008 onde um grupo de amigos que normalmente se juntavam para fazer BTT aos Domingos e participar em algumas provas decidem fazer equipas em algumas provas de 24 horas e Resistências na zona.
Foi com esta equipa que nasceu I Maratona “Nelas Coração do Dão” em 2007, em 2009 que foi criada a associação Núcleo Dão Nelas, a razão principal da criação deste grupo foi para organizar provas de BTT na região e assim o tem feito desde 2009, em que realizaram a II Maratona “Nelas Coração do Dão”, em 2011 abraçaram as actividades pedestres, em 2013 iniciaram o projecto da Escola de BTT Dão Nelas, para então em 2015 se inciaram na organização do trail, e dai este ano se ter realizado a segunda edição, um clube ecléctico, que convidamos a conhecer aqui.

Caminhos Cruzados nasce pela iniciativa e vontade de Paulo Santos, natural de Nelas, que, determinado a regressar às suas origens para investir no mundo do vinho, decide transformar uma antiga empresa agrícola numa moderna empresa produtora de vinhos.
A empresa (vinhas e adega) situa-se na zona do Dão, na região da Beira Alta, no centro Norte de Portugal, mais especificamente em Nelas. A região do Dão está protegida dos ventos pelas serras do Caramulo, Montemuro, Buçaco e Estrela, reunindo assim condições geográficas excelentes para a produção de vinhos.
Paulo Santos viu neste evento a conjugação da promoção da região, do turismo, os seus vinhos e do desporto, um quarteto de oportunidades a que se aliou o Dão Nelas, e a empresa “O Praticante“na sua promoção, correspondendo ao seu êxito e quase ao dobro do número de participantes da 1ª edição
Tudo pronto seguiu a comitiva em direcção ao centro de Nelas, num curto trajecto onde se realizaria a partida junto à antiga e ainda actual adega da empresa Caminhos Cruzados, os dorsais eram entregues em bom ritmo, sem confusão, a animação já se sentia e visualizava se ouvia o speaker animar os presentes ao som de várias musicas, pouco depois das 9h lá partiram os atletas que iriam percorrer os 35 kms, a prova principal do evento, cerca de 15m depois partiram os dos 16 kms e pouco depois os da caminhada, que iriam percorrer 10 kms, todos vindo a terminar nas que serão as novas instalações da empresa Caminhos Cruzados na Quinta da Teixuga, Algeraz, no total superior a 600 pessoas, mais do dobro da primeira edição.
Um autocarro e carrinhas efectuavam de forma célere o transporte dos atletas que terminavam a prova para o local de partida, tendo depois de nos deslocarmos para as instalações junto à piscina de Nelas onde foram providenciados os banhos, voltando-se ao local de chegada onde foi servido o almoço, e foi nesta área (refeição) que podemos dizer correu menos bem, mas para o ano será muito melhor, palavra dos seus organizadores, inclusive com uma maior concentração de todos os meios do evento no mesmo local.
Dos carreiros Seculares percorridos por necessidade de sobrevivência aos trilhos desportivos e de lazer de hoje.
Senhorim, terra situada numa confluência de caminhos perdidos no tempo, entre a zona planáltica de Nelas e a Serra da Estrela, que sempre foi ponto de passagem desde há longos milénios de uma rota bem definida para atravessar o rio Mondego e do seu afluente directo da margem direita, o rio Castelo.
O trilho seguido pelo Trail Longo e Curto, segue na sua plenitude o curso do rio Castelo, numa zona escarpada e íngreme , cujo desnível è superior a 100 metros, permitiu a instalação de uma mini-hídrica que fornece uma energia ecológica e limpa, o suficiente para alimentar energéticamente centenas de famílias.
Este aproveitamento da força das águas “ Bravias” que nos meses de inverno transbordam o leito natural do rio Castelo e fazem ecoar no “ Vale encantado”, próximo ás ruinas do antigo castelo medieval.
A zona mais emblemática da passagem dos TL / TC, é sem dúvida a aldeia dos Moinhos que conserva ainda hoje uma traça tradicional de marcado cariz etnográfico com a grande colecção de moinhos que ainda hoje aproveitam a força das águas para moer os cereais a um ritmo intemporal.
O II Trail Caminhos Cruzados, abriu um portal no tempo ao passar por estes trilhos escondidos e perdidos nos séculos.
O caminho entre os Moinhos e a povoação de S. João do Monte, zona mais alta e abrangente de uma paisagem sobre a serra da Estrela e que liga á Povoação de Póvoa de Luzianes, local onde esteve o 1º reforço, foi reaberto para o Trail e fez reviver a história destes povos.
Daqui vamos para o vale do Mondego ladeando as Termas da Felgueira, subindo o ribeiro do Folhadal, que nos leva à já famosa localidade da Urgeiriça/ Canas de Senhorim, onde já existiram os 2 maiores pólos industriais do Distrito e até do País. Fornos eléctricos e minas de urânio. Chegámos aqui passando sempre encostados à linha do comboio e deixando à nossa retaguarda a empresa têxtil, Borgstena.
Passamos ao lado de Carvalhal Redondo e chegamos á Quinta da Teixuga, Algeraz, onde se encontrava a linha de meta.
Falando dos percursos boa marcação com fitas, placas orientadoras e muitos elementos em locais estratégicos, uma falha que poderia ter causado transtorno aos atletas do TL, que percorriam a ribeira e durante cerca de 300 metros não visualizaram nenhuma fita, mais uma vez, mão amiga tentou prejudicar mais um evento, situação que já anteriormente retratamos noutros eventos, mas que obriga as organizações a reforçarem a visibilidade antes da partida, para que nada decorra mal.

No Trail Curto (TC) Paulo Esteves – Tetoplaque BTT/Trail venceu folgadamente, enquanto na obtenção do 2º lugar houve disputa com João Santos – ACRD/SPS Viseu Runners a levar a melhor sobre Pedro Gomes – Galhardos Runners, em femininos Lisandra Albuquer – BV Satão que venceu com algum avanço a s Ewa Bieniek – Burako, com Ana Nascimento do Sport Viseu e Benfica a completar o pódio.
Nesta distância O Praticante esteve representado por Eduardo Figueira 34º Geral / 23º Escalão Sénior, Carla Figueira 77ª G / 9ª Sénior, Carlos Figueira 82º G / 19º M40 e David Silva 83º G / 4º escalão M50.
Filipe Garcia – GD Ribeirinhos foi o vencedor do Trail Longo (TL), seguido de António Ferreira – Runner’s do DEMO e José Tomás – ACRD/PSP Viseu Runners, respectivamente 2º e 3º lugar, Carla Cabral – Ginásio Extreme Fit / CAOH foi a vencedora feminina, Liliana Pereira – Shots International Runners ocupou o lugar a seguir, e fechou a Armanda Barroso – GD “Os Ribeirinhos”.
Nesta distância O Praticante fez-se representar por António Soares 10º Geral / 2º Escalão M50
O Dão Nelas e a empresa Caminhos Cruzados estão de parabéns pelo êxito alcançado, pequenos pormenores a serem lapidados para que seja ainda melhor, muito melhor a 3ª edição.
Agora será a vez do BTT, mais uma edição da Maratona “Nelas Coração do Dão”, será a nona edição a ser realizada a 4 de setembro, e deixamos o convite para que não falte, tem todos os ingredientes para usufruir da região, da modalidade, mais informação aqui.

O Praticante e a sua equipa deixa uma palavra de apreço e agradecimento ao Alberto Gonzalez, ao Nucleo Dão Nelas, à empresa Caminhos Cruzados e ao Hotel de Pantanha pelo apoio prestado à nossa equipa de reportagem e de competição.
Visualizem as fotos efectuadas pelo nosso colaborador, façam um Gosto na sua página aqui
[divide icon=”circle” width=”medium”]
Fotos: Miguel David