Golf | Figueiredo e Gouveia apurados para este domingo no 8º Portugal Masters
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Pedro Figueiredo e Ricardo Melo Gouveia, dois bons amigos e jogadores do Challenge Tour, a segunda divisão europeia, passaram hoje o cut na 8ª edição do Portugal Masters, o mais importante torneio de golfe português, integrado no European Tour, a primeira divisão.
O torneio de dois milhões de euros em prémios monetários, organizado pelo European Tour com o apoio do Turismo de Portugal, termina amanhã (Domingo), após a conclusão da terceira e última volta ao Oceânico Victoria Golf Course, em Vilamoura.
O líder, no final da segunda volta, continua a ser o francês Alexander Lévy, que hoje (Sábado) nem teve de dar uma única pancada, uma vez que tinha sido um dos raros seis jogadores a terminarem ontem (sexta-feira) os 36 buracos.
“Figgy” e “Melinho” foram os únicos portugueses a qualificarem-se para a última jornada, que tem início marcado para as 9 horas, embora as previsões de mau tempo possam continuar a fustigar a prova e a prejudicar o normal desenrolar do programa.
Hoje houve nova interrupção entre as 12h42 e as 15h00, uma vez mais devido a trovões e relâmpagos, que transformam os tacos em autênticos para-raios. Contudo, o pior dos cenários foi evitado.
E o pior dos cenários seria nem ter sido possível concluir a segunda volta. Desta forma, com todos os jogadores a competirem 36 buracos, o torneio já é homologado, mesmo que não seja possível jogar-se amanhã todos os 18 buracos finais.
Recorde-se que, em Portugal, desde o novo milénio, já houve três torneios do European Tour reduzidos para apenas 36 buracos (duas voltas): o Algarve Open de Portugal de 2002 em Vale do Lobo, a Algarve World Cup in Portugal/World Golf Championships em 2005, neste mesmo Oceânico Victoria Golf Course e o Madeira Islands Open BPI deste ano.
Pedro Figueiredo em grande
Pedro Figueiredo continua a ser o melhor português e passou o cut no Portugal Masters pela terceira vez na sua carreira mas apenas pela primeira desde que passou a profissional no verão do ano passado.
O campeão nacional de 2013 tinha-o feito em 2011 e 2012 como amador e está, sem dúvida, a jogar o seu melhor golfe da época.
Hoje só teve de jogar quatro buracos e meio e chegou a ameaçar entrar na última volta no top-ten, quando somou o seu 10º birdie do torneio no Par-3 16, repetindo o resultado da véspera. Mas 1 duplo-bogey no 18 fê-lo cair do 14º posto empatado para o grupo dos 30º classificados, empatado com mais dois jogadores com 136 pancadas, 6 abaixo do Par, após rondas de 67 e 69.
«Senti que joguei muito bem estes dois dias. Há algum tempo que não batia assim tão bem na bola e também “patei” bem», disse o profissional do Quinta do Peru Golf & Country Club, de 23 anos (ver declarações completas em anexo).
Chip-in mágico de Melo Gouveia
O segundo melhor português continua a ser Ricardo Melo Gouveia, em 58º empatado, com 3 pancadas abaixo do Par, entregando cartões de 70 e 69 pancadas.
“Melinho” viveu um dia de sobressaltos. Com a linha do cut a tornar-se cada vez mais difícil, ao ponto de fixar-se em 3 pancadas abaixo do Par, o algarvio de 23 anos partiu para esta segunda volta com -1 e colocou-se em boa posição, quando carimbou birdies nos buracos 2 e 9.
Apesar disso e de «há muito tempo não jogar tão bem», os putts não entravam «e foi sofrer até ao fim», porque 1 bogey no 13 deixou-o provisoriamente eliminado. Foi preciso um genial chip-in «de 7 metros» para arrancar o precioso birdie no 17 que lhe deu o tão desejado passaporte para a última volta de amanhã.
«Aquela pancada no buraco 17 foi um momento único. Já não fazia um chip-in há imenso tempo. Já nem me lembro. E logo nesta altura que precisava de um birdie… foi único», disse o jogador (ver declarações completas em anexo).
Melo Gouveia continua à procura de um campo português que queira apoiá-lo, depois de ter-se tornado profissional em julho e de ter ganho um torneio do Challenge Tour na semana passada.
O terrível buraco 18 de Ricardo Santos
Se Ricardo Melo Gouveia viveu um dia de sobressaltos, o outro Ricardo, o mais famoso, o Santos, ficou pelo caminho, no 68º posto empatado, com 2 abaixo do Par, após voltas de 71 e 69.
Tal como “Figgy” e “Melinho”, arrancou hoje um 69 (-2), mas no seu caso não foi suficiente.
O melhor golfista português de sempre partiu a Par do campo e sabia que precisava de birdies para se apurar para amanhã, mas também tinha consciência da necessidade de não perder pancadas pelo caminho.
Havia que arriscar sem ser em demasia, para evitar o erro. Com birdies no 2, 10 e 12 colocou-se dentro do cut, o outro que conseguiu no 15 deixou-o mais descansado, mas ainda tinha pela frente o terrível buraco 18.
Pelas estatísticas do European Tour, foi o buraco mais difícil do campo, com 4,3 pancadas de média (Par-4).
Ora o vice-campeão nacional não tem sido nada feliz neste buraco e isso poderá ter elevado os níveis de ansiedade.
Tinha razões para tal. Afinal, foi neste belo buraco, com obstáculo de água lateral à esquerda que Ricardo Santos tinha carimbado 4 bogeys e apenas 1 birdie nos últimos cinco anos.
Um deles foi na primeira volta deste ano e outro, bem custoso, o que o levou a falhar o cut por 1 pancada em 2011.
Hoje, o profissional da Oceânico Golf sofreu ali 1 duplo-bogey, caiu logo de -4 para -2 e pela segunda vez em quatro anos foi eliminado por 1 shot!
«Nunca esperei dar aquele tee shot. Até me sentia bem e confortável. Nos treinos nunca mandei uma bola parecida com aquela. Nenhuma delas saiu para a esquerda. O tee shot saiu em draw acentuado, cruzou o fairway ali na ponta e foi para a água. A opção era meter a bola no fairway ou no rough para a direita, mas falhei completamente aquilo que queria e foi para o pior sítio. Depois foi um shot difícil ao green, com ferro-4, que me deixou um putt bastante comprido», disse o vice-campeão nacional (ver declarações completas em anexo).
O Portugal Masters era uma boa hipótese para Ricardo Santos garantir desde já a manutenção no European Tour em 2015. Agora, restam-lhe duas hipóteses até ao final da época: os próximos torneios de Hong Kong, na China, e de Perth, na Austrália.
Mais cinco portugueses afastados
Um ano depois de o Portugal Masters não ter tido, pela primeira vez, nenhum português a passar o cut, é uma boa notícia que Pedro Figueiredo e Ricardo Melo Gouveia continuem em prova, uma coincidência curiosa por o jogador de Azeitão estar esta semana alojado na residência do algarvio.
Mas, mesmo assim, houve más notícias para Ricardo Santos e outros cinco portugueses que ficaram pelo caminho.
A classificação e os resultados dos portugueses, aos 36 buracos, foi a seguinte:
30º (empatado) Pedro Figueiredo (Portugal / Meo Team), 136 (67+69), -6.
58º (empatado) Ricardo Melo Gouveia (Portugal / Srixon), 139 (70+69), -3.
68º (empatado) Ricardo Santos (Portugal / Oceânico Golf), 140 (71+69), -2.
97º (empatado) Tiago Cruz (Portugal / Banco BIG), 143 (73+70), +1.
101º (empatado) Hugo Santos (Portugal / Ping), 144 (70+74), +2.
101º (empatado) João Carlota (Portugal / FPG), 144 (73+71), +2 (amador).
101º (empatado) Tomás Silva (Portugal / FPG), 144 (72+72), +2 (amador).
118º Gonçalo Pinto (Portugal / Hilti), 151 (79+72), +9.
Aléxander Lévy comanda à distância
O francês Aléxander Lévy continua a liderar o torneio… à distância, pois teve um dia sem jogar e ficou a treinar e a ver se algum rival conseguiria aproximar-se do seu excelente resultado de 18 abaixo do Par, depois de voltas de 63 e 61.
Apesar de se estar a jogar com colocação de bola no fairway – o que impede a homologação de recordes – não deixa de ser o melhor resultado de sempre na história do Portugal Masters aos 36 buracos, superando os 15 abaixo do Par do italiano Francesco Molinari na edição de 2009.
O belga Nicolas Colsaerts, o líder da primeira volta, concluiu a sua segunda volta hoje e continua no 2º lugar, a 3 pancadas de distância, com 127 (-15).
O 3º posto pertence agora ao chileno Felipe Aguilar, com 129 (-13). Aguilar, sempre simpático, que conversa imenso com os funcionários do campo e do restaurante, foi um dos quatro jogadores que hoje tiveram a melhor volta de 64 (-7).
Texto: F.P.G.
Fotos: Aléxander Lévy por Getty Images; Ricardo Santos fotografia de Stuart Franklin da Getty Images; Ricardo Melo Gouveia fotografia de Dean Mouhtaropoulos da Getty Images