Hélio Gomes e Doroteia vencem Corrida do Pai

A corrida do Pai é sempre uma corrida especial para todos os atletas corredores que, como eu têm o privilégio serem PAI. Correr esta corrida, sabendo que na meta nos aguarda a nossa razão de viver, leva-nos a superar e esquecer a dor física da prova para no final sermos o herói dos nossos filhos. Pois, independentemente do resultado alcançado seremos sempre aos seus olhos o melhor atleta, o melhor Pai. Assim sendo, não podia passar pela data sem participar, à semelhança dos anos anteriores, nesta Corrida do Pai, organizada pela RunPorto, que, no passado domingo 20 de março 2016, pelas 10 horas, teve a sua 13ª edição.
Apesar de ter sido anunciado um primeiro dia de Primavera chuvoso, a manhã de domingo acordou com um sol primaveril anunciando que a corrida que se avizinhava teria uma temperatura amena, ideal para este tipo de prova. Como no ano passado, a concentração dos atletas deu-se no queimódromo em Matosinhos. Este tem vindo a ser a escolha privilegiada nas provas organizadas pela RunPorto como ponto de partida de várias provas. É um local amplo, ideal para o aquecimento e instalação das várias tendas e pódio afetos às provas. Na edição anterior a partida deu-se no interior do recinto o que criou algum desagrado nos atletas no momento em que tiveram de passar pelo portão de acesso a estrada, levando os atletas de a abrandar o ritmo de corrida ao ponto de caminhar para atravessar aquela passagem. Para remediar a este constrangimento, a organização resolveu este ano, e bem, realizar a partida do lado de fora do recinto, mantendo o trajeto inalterado, dando-se a chegada no interior do queimódromo.
O corredor da partida foi dividido em cinco partes para facilitar o arranque da partida: a elite, grupo A, B e C e participantes da caminhada. Apesar da ideia ser boa, permitindo que os atletas mais rápidos possam arrancar em primeiro em relação aos mais lentos, continuamos a assistir ao pouco fair-play de atletas que teimam em inscrever-se no grupo A (menos de 50 minutos) quando por vezes sabem que não conseguem sequer completar a prova em menos de 60 minutos, prejudicando atletas que de facto estão inscrito no grupo correto. Nesta edição, não foram raros os casos em que verifiquei atletas inscritos no grupo mais rápido e que ao fim de 2 ou 3 km já caminhavam porque não aguentaram o ritmo que se impuseram.
Enquanto se aguardava pela partida, os participantes efetuavam os seus aquecimentos, uns fazendo uma ligeira corrida a trote, outros participando na aula de zumba que tem sido habitual nas provas da RunPorto. A cerca de 15 minutos da partida, o speaker convidou os atletas a integrar o corredor de partida no grupo previamente escolhido aquando da inscrição.
Às 10h00 em ponto dava-se o tiro de partida. O momento da partida é sempre um momento em que a adrenalina invade o corpo e procuramos a melhor trajetória para um arranque eficaz. Embora seja natural alguns toques entre atletas naquele momento, alguns não respeitam os seus colegas de corrida não hesitando empurrar para o lado o atleta que segue a sua frente apenas que se encontra na sua trajetória de corrida. Um pouco mais de fair-play no pelotão não seria demais, pois no final, o prémio é igual para todos, uma medalha, fruta, uma bebida energética e uma classificação num sistema informático.
Como já referi, o percurso sofreu alterações profundas o ano passado, tendo-se mantido igual este ano, salvo quanto à partida. Uma passagem pela rotunda da Anémona em direção ao Porto com retorno ao km 3, junto a Praia da Luz, regressando à rotunda da Praça De Gonçalves Zarco, subindo a avenida da Boavista onde se deu o retorno ao km 7, ao km 8 iniciamos a volta por fora do Parque da Cidade de regresso à partida para finalizarmos a corrida dentro do queimódromo. A organização colocou um abastecimento ao km 5. É um percurso agradável que tem como única dificuldade a subida da avenida da Boavista durante 2 km do km 5 ao 7.
Os vencedores da edição anterior repetiram a proeza este ano, Hélio Gomes do Benfica foi vencedor com marca de 30min05seg, e Doroteia Peixoto dos Amigos da Montanha venceu com o tempo de 33min31seg.
Hélio Santos, a recuperar de uma intervenção cirúrgica, percorreu os 10 km em menos 21 segundos do que em 2015, após uma paragem de cinco semanas. Afirmou que não foi fácil, mas agora já está recuperado. Vai agora apostar nos 1.500 mt em várias provas de pista em maio e junho para estar presente primeiro nos campeonatos da Europa e depois nos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro.
Doroteia Peixoto impôs-se desde os primeiros metros sobre a mesma adversária que em 2015 venceu com 20 segundos de distância, Filomena Costa, conseguindo, desta vez, uma margem de mais de um minuto sobre a maratonista do ACD Jardim da Serra (33m31s a 34m43s) e melhorando o tempo do ano passado em 15s. Daniela Cunha (Sporting CP) fechou o pódio, com 35m04s. “Correu dentro do esperado, sabia que estava bem e a valer uma marca dentro do que fiz”, referiu Doroteia Peixoto que já no 3 de abril estará a correr em casa, na BMcar Meia Maratona de Barcelos, organizada pelos Amigos da Montanha.
À semelhança da atleta sénior, os colegas de equipa de Doroteia Peixoto das camadas formação, Ana Araújo, João Simões e Mónica Costa venceram respetivamente nos seus escalões infantis femininos e masculinos no escalão Iniciadas na Corrida do dia do Pai na Póvoa de Lanhoso.
Hélio Gomes e Doroteia Peixoto vencem 13ª Corrida do Pai
Vítor Oliveira do Maia AC e Artur Rodrigues do GDC Guilhovai completaram o pódio masculino.

Filomena Costa do ACD Jardim Da Serra e Daniela Cunha do Sporting CP completaram o pódio feminino.

A Associação Desportiva de Amarante teve quatro atletas a competir, sendo eles Miguel Queirós (42min29seg) 292º, Davide Pinheiro (46min58seg) 760º, Veríssimo Gonçalves (46min59seg) 762º e Eduardo Ribeiro (51min50seg) 1474º.
Terminaram a prova 3967 atletas.

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Texto: Davide Pinheiro
Fotos: RunPorto / Davide Pinheiro