Manteigas, percorrendo 12 Km pela encosta

Manteigas

No passado dia 01 de março, ocorreu mais uma edição do evento 12 Km de Manteigas a Penhas Douradas, a contar já com a sua 38ª Edição, sendo a corrida de montanha mais antiga de Portugal.

Video da caminhada 7km:

 

Uma evento com o apoio da Câmara Municipal de Manteigas e organizado pelo CCD dos Trabalhadores da Câmara Municipal de Manteigas.

Manteigas
Apoio à APAV – Foto: Organização

Sendo também um evento solidário, pois a organização efetua um donativo no valor de 1€, de cada inscrição à Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), uma forma de ajudar a associação, podendo nós concluir que esta associação tem evoluído ao longo do tempo na organização, aliando também a solidariedade deste evento.

Este ano realizou-se a parceria entre a organização da prova e o projeto “OPraticante.pt”, o “Lobo Solitário” (eu), decidiu participar no evento, mas desta vez na vertente de caminhada, muito bem acompanhado, podem visualizar algumas imagens da prova, no vídeo do evento.

Manteigas
Foto: Organização

A Viagem… até Manteigas

Desta vez, a equipa de “OPraticante.pt” deslocaram-se em viaturas separadas, sim, porque após prova a ideia seria visitar as redondezas e dar um saltinho até à Serra mais alta de Portugal Continental.

Esta prova tinha uma particularidade, não entendida por mim, até à conclusão da caminhada. Tive de madrugar, para chegar a tempo da hora da partida da caminhada, o programa marcava as 9 horas, como a hora da partida.

Chegamos a tempo da partida, a viagem foi bastante chuvosa, com bastante mau tempo e bastantes lençóis de água na estrada, algo que nos fazia reduzir a velocidade e atrasar um pouco no tempo de viagem, mas o importante, foi chegarmos bem e a tempo de levantar os dorsais e preparar para a partida.

A dificuldade…

O trio lá partiu a aventura, o “Lobo Solitário”, desta vez bem acompanhado pela Laurinda e a Marlene, desta vez a minha função seria ajudar a motivar a deslocação na caminhada da Laurinda, no fundo, ajudar a rejeitar o sedentarismo e uma prática de alguma forma de exercício, mas este desafio, já bem conhecido por nós é uma dificuldade acima da média, pois os primeiros 3 km seria a subida mais intensa, com bastante inclinação.

Este ano, somos brindados com uma chuva intensa, mas no meio da dificuldade, nesta fase inicial, era bastante agradável, tornando a subida fresca. Sentia, que este ano, as minhas companheiras de caminhada, principalmente a Laurinda já na sua segunda participação, seria menos penosa a sua participação neste desafio.

Foto: Organização

Passando pela estrada florestal, deliciando os caminheiros por esta zona de árvores, ao sentir a tranquilidade da natureza a motivação aumenta e sentimos uma paz interior, facilitando assim a subida intensa.

Chegada ao Abastecimento…

Depois desta fase inicial, a chuva torna-se desagradável, pois os impermeáveis não resistem a tanta chuva e começamos a sentir a água junto ao corpo, mas sempre ia rindo e brincando com estas loucuras, o certo é que as sapatilhas pareciam “barcos” repletos de água, fazendo os sons característico.

Foto: Organização

Recolhendo imagens na montanha, das subidas, dos participantes, ia correndo para filmar, em resumo, estava a usufruir dos trilhos de uma forma atípica, normalmente tento correr e as imagens ficam apenas na mente e na alma, desta vez estava a adorar e não me sentia arrependido de não ter participado na corrida, a Laurinda ao seu ritmo ia confortável na subida.

A Marlene mais descontraída, ia falando e rindo com algumas parvoeiras minhas, mas hoje era dia de me sentir relaxado, apesar de o pior, estava para acontecer.

Chegamos ao abastecimento, como já estamos habituados nas edições anteriores, deliciamo-nos com as laranjas que são fornecidas, são maravilhosas, doces, são do outro mundo… Ahahah… Mas quando falamos neste desafio, as laranjas deliciosas são sempre referidas.

A boa disposição reinava nos voluntários do abastecimento e em brincadeira ainda descasquei uma laranja para uma pessoa, que se encontrava de luvas pois o frio nesta fase já se sentia para quem estava parado.

Foto: Organização

 

A luta continuava… pelas encostas de Manteigas

O troço mais difícil da prova, já tinha ficado para trás e lá continuávamos a subida, sim, porque este desafio é em subida constante até à conclusão.

O que não esperava, mas faz algum sentido, a cada km percorrido as temperaturas iam baixando, existiam vários abastecimentos de água, mas este ano o dia não era de todo soalheiro e a água rendia, não necessitávamos de reabastecer.

O vento ia aumentando e numa mistura de chuva e frio íamos caminhando, já com vontade de concluir a caminhada, os corpos estavam a arrefecer, eu tentava dar umas corridas, para tentar aquecer e lembrava-me que elas nesta fase estariam a arrefecer, mas tínhamos de concluir pois a alternativa não existia, lá íamos trilho fora.

Manteigas

A fase final…

A faltar cerca de 2 km para a conclusão, voltamos a entrar num trilho mais técnico e aumenta a dificuldade, não só por causa do frio, mas pela inclinação positiva dos trilhos, entre trepar rochas e subir montanha, o corpo já cedia e a Laurinda já sentia algum cansaço nas pernas.

Ia motivando, tentando que a superação fosse evidente, de repente, deparo-me com as mãos tão geladas começo a perder a sensibilidade nos dedos, subo em modo de corrida, para tirar o colete e calçar as luvas, para tentar aquecer, foi bastante difícil conseguir calçar as luvas, mas lá o consegui.

Pouco a pouco, começo a sentir as mãos mais confortáveis, mas como as luvas molhadas e o tempo frio, não estava agradável, já todos desejávamos para terminar.

Como me senti bem, percebo que a Laurinda estava a sentir as mãos como eu as tinha anteriormente, cedo-lhe uma luva, tive de a obrigar a vestir, basicamente, para terminar esta fase final.

O vento sopra forte e parece que nos desloca as passadas, depois de passar uma zona rochosa, a última, chegamos à estrada e percebemos que estamos a metros de terminar, vão passando os primeiros corredores.

Manteigas

Chá Quente…

Quando terminamos, em Penhas Douradas, o clima não estava de todo agradável. Sei que fomos mais rápidos do que na edição anterior em cerca de 20 minutos.

Ao concluirmos entregam um saco com bolos da região, água e laranja, mas o melhor de tudo, foi o chá quente que era o mais importante para aquecer, bebemos dois chás quentes e mesmo assim a temperatura do corpo não subia.

Rapidamente entramos para o autocarro e aguardamos até o mesmo ficar completo para viajarmos até Manteigas.

Foto: Organização

A prova dos 12 Km… de Manteigas a Penhas Douradas

Na prova dos 12 Km, da minha experiência pessoal nada posso partilhar, fica adiada talvez para a próxima edição, já com data marcada para o dia 07 de Março de 2021, mais uma edição desta corrida de montanha.

Foto: Organização

O primeiro classificado foi premiado com o valor monetário de 300 € e a primeira classificada feminina com o valor de 200 €, com valores monetários atrativos para a participação nesta prova em outras edições.

Fernando Mendes – OPraticante.pt – Foto: Organização

Tivemos a participação do Fernando Mendes, terminou a prova com o tempo de 1h11m18s, na 42ª posição da geral e 5ª posição no escalão M45.

João Vinha, a concluir na 24ª posição da geral, com o tempo de 1h05m04s, conquistando a 2ª posição no escalão M55.

João Celso Rosa Vinha – OPraticante.pt – Foto: Organização

Os restantes resultados podem ser consultados AQUI.

Resumo

Em resumo, uma pequena análise da prova, um desafio interessante mesmo na vertente de caminhada.

Uma prova bem organizada e bem pensada, apesar de eu no dia do evento, discordar com a hora da partida da caminhada e a prova só partir às 10:30.

Questões de transporte, pois todos os atletas e caminheiros são transportados de autocarro para Manteigas, assim quase conseguem que as chegadas sejam praticamente coincidentes e minimiza o tempo de espera de quem termina.

Manteigas

Pena esta edição não ser possível saborear mais a montanha, pois na fase final, o clima estava muito agreste, devido ao frio e chuva, no entanto vários voluntários pelos locais de passagem da prova, estavam a marcar presença caso os caminheiros necessitassem de assistência ou mesmo água.

Um ponto a melhorar, na minha modesta opinião, seria os banhos quentes, apesar de existir água quente para os atletas e caminheiros, isso só é possível para os primeiros, pois rapidamente o banho torna-se gelado, mas decerto que já ponderam em fazer uma melhoria neste ponto da prova.

Depois da prova, não pudemos deixar de visitar um restaurante local e comer uma bela refeição, como assim se deseja, desde logo alguns restaurantes já preenchidos e não sendo possível escolher livremente, mas fomos bem servidos e assim terminou mais uma aventura.

Manteigas
Marlene Silva, Laurinda Vicente e Manuel Carlos Martins – OPraticante.pt

Visita pela serra

Desta vez, como estava acompanhado, decidimos fazer um passeio pela serra, em direção à serra da estrela fomos passando por vários locais já percorridos pelo “Lobo Solitário” em prova.

Uma visita rápida pelo Poço do Inferno, Vale Glaciar e a terminar na Torre da Serra da Estrela, onde lá fomos às compras do belo queijo e do presunto. Um domingo bem passado…

Lobo Solitário” e “OPraticante.pt” nos trilhos…

No próximo fim-de-semana com mais um desafio… Até breve…

Evento 2020.

Página do evento.

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Texto: Manuel Carlos Martins
Fotos: Manuel Carlos Martins e cedidas pela organização

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