Montemuro recebe cerca de duas centenas de cicloturistas

Mais uma “Rota do Queijo” cheia de adrenalina
Neste último domingo de agosto dia 30, viajamos até Montemuro/Mafra para participar no 14º passeio de cicloturismo “Rota do Queijo”, um evento organizado pelo Grupo Desportivo e Recreativo de Montemuro, o qual fazia parte do calendário oficial da Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicletas (FPCUB).
Montemuro bem cedo começou a receber os participantes, que começaram a concentrar no campo de futebol local, este ano que contou com a participação da equipa de ciclismo do Lousa, confirmadas as inscrições, reviver alguns momentos entre amigos, dois dedos de conversa, tudo antecipava a partida, que foi dada pelas 9,30, 50 quilómetros para percorrer, num trajeto de dificuldade alta, com passagem por Rogel, Stº Estevão das Galês, Avessada, Malveira, São Martinho, Milharado, Póvoa da Galega, Vale São Gião, Casais da Serra, aqui tempo de paragem para restabelecer, e comer uma fruta e beber umas bebidas, já que o calor começava a apertar.
De regresso à Estrada, seguiu-se direito por Ribeiradas, Póvoa da Galega, Vale de São Gião, Venda do Pinheiro, Asseira Pequena, Stº Estevão das Galês, Rogel e Montemuro, onde o pelotão chegou cerca das 12,30.
Num passeio marcado por um excelente tempo, onde o calor se fez sentir, algum vento na parte final, apenas foi marcado pelo trajeto com alguma dificuldade, principalmente já quase no final na subida da Asseira dificuldade, numa zona de sobe e desce, sem grande possibilidades de melhor percurso, já que a zona acidentada que é, assim deu origem, porém, esse não foi motivo forte para desanimar ou desistir, com os cicloturistas a pedalarem a bom ritmo, e a superar todas as dificuldades apresentadas pela frente.
O comentário final:
Agosto despediu-se assim com mais um grande passeio, Montemuro, já uma considerada uma clássica por muitos, mais um ano marcou todos os que estiveram presentes, a excelente organização, o andamento ideal marcado para pedalar, num trajeto com estas características que proporciona algumas dificuldades. No final, não faltou o tradicional almoço, que se estendeu tarde dentro com grande convívio, onde não faltou o tão afamado queijo fresco de Montemuro, que deliciou os participantes, no seu tão afamado passeio a “Rota do Queijo”, com um almoço servido em grande, uma excelente sopa da pedra, e um belo porco no espeto.
Com um reconhecimento e um louvor à organização pela excelente forma como dirigiu o evento, pouco mais para dizer, apenas deixar os parabéns, com os votos não só de nós, mas também dos participantes, expressando a vontade de voltar a mais uma edição da “Rota do Queijo de Montemuro”, terra de grandes tradições, até lá, ficam os votos de bons passeios, boas pedaladas, com um até breve num desses passeios realizados por esse Portugal, deixo agora aqui, um pouco de história da zona.
Montemuro, situado no sopé da Serra de Montemuro a mais alta do concelho de Mafra, rodeada por serras e vales, tem uma magnifica vista para o Rio Tejo e para o vale de Loures, é também agraciada com a bela paisagem de Sintra e do azul e cintilante Oceano Atlântico.
É uma pequena aldeia que vivia dos trabalhos do campo, na aldeia produzia-se os cereais para fazer o bom pão, as palhas para os animais se alimentarem durante o verão, porque de inverno o alimento era mais abundante, todo o tipo de horticultura, e também era feito a recolha do leite, uma parte ia para a cooperativa e a outra era para fazer os bons queijos. Foi nesta aldeia de Montemuro, que nos anos 60 sairão os primeiros queijos frescos, para a então Vila de Loures e para a cidade de Lisboa. Os queijos frescos eram feitos pelas mulheres da aldeia, através do leite retirado dos animais que tinham para este propósito, que eram, ovelhas e cabras com este leite faziam os deliciosos queijos que eram vendidos de porta em porta quer na então Vila de Loures, quer em Lisboa, Os queijos frescos eram transportados em caixas de madeira com algumas prateleiras, onde eram postos com muito cuidado para não se partir e ficassem direitos Mas com o passar dos anos esta tornou-se uma indústria com alguma dimensão, hoje já existem várias fábricas, umas familiares outras já como indústria de grande dimensão.
Montemuro é uma aldeia simpática, mas como todos nós, ela também mudou, os campos deixaram de ser cultivados, devido á falta de rendimento na produção, a população mais idosa foi obrigada a deixar os campos por falta de forças, e os mais novos saíram na expectativa de uma vida melhor porque o trabalho no campo não chegava para sobreviver e sustentar a família, e então ouve necessidade de procurar novas formas de vida fora da aldeia.
Foto: José Morais